quarta-feira, maio 31, 2006

Summer Palace sem prémios em Cannes

O filme "The Wind That Shakes The Barley", do realizador britânico Ken Loach, sobre a luta pela independência da Irlanda em 1920, ganhou neste domingo a Palma de Ouro do Festival de Cannes.

Na categoria de melhor realizador, o mexicano Alejandro González Inarritu venceu com "Babel", um retrato dramático de obstáculos pessoais, culturais e nacionais, com Brad Pitt e Cate Blanchett.

A Palma de Ouro, um dos prémios mais importantes do cinema, ficou com um dos cineastas e activistas sociais mais respeitados do Reino Unido. A escolha foi apropriada para um festival no qual os filmes políticos roubaram boa parte da atenção. O realizador de 69 anos afirmou que a luta irlandesa pela independência, contra um império que impunha a sua vontade sobre um povo estrangeiro, tinha paralelos com a ocupação a que actualmente o Iraque está submetido.

O Grand Prix, o segundo lugar, foi dado a "Flanders", realizado pelo francês Bruno Dumont. Trata-se de uma reflexão sobre a guerra e os seus resultados. As imagens brutais de paisagens desérticas, tropas atacadas por atiradores árabes e execuções de soldados capturados são uma clara referência às guerras do Iraque e do Afeganistão.

O prémio de melhor interpretação feminina em "Volver", do espanhol Pedro Almodóvar, foi para Penélope Cruz e Carmen Maura.

A categoria masculina também foi dividida. Ganhou o elenco de "Days of Glory", um filme sobre o papel das tropas do norte africano na defesa da França, durante a Segunda Guerra. O elenco do filme é composto por Jamel Debbouze, Samy Naceri e Sami Bouajila.
Almodóvar ganhou também o prémio para melhor argumento com "Volver", um dos favoritos da crítica para ganhar a Palma de Ouro.

O prémio do júri foi para a britânica Andrea Arnold e o seu filme "Red Road", sobre uma mulher cujo emprego é monitorizar as obscuras ruas de Glasgow através de câmaras de segurança instaladas a cada esquina.

Curioso verificar que num júri presidido pelo realizador conceituado de Hong-Kong, Wong Kar-Wai, e com a inclusão de Ziyi Zhang, como membro do júri, nenhum prémio foi para Summer Palace, de Lou Ye.

Resta-nos a consolação da consagração de Luxury Car, de Wang Chao, vencedor do prémio "un certain régard" e da curta Iron, com o Critic award. Para o ano há mais...

Sérgio Lopes

terça-feira, maio 30, 2006

Cub Tiger from Kwantung


Hong Kong, 1971, 84 Min.

Sinopse: O pai de Hsiao Hu (Jackie Chan) é morto numa emboscada ao se envolver com a Tríade. Ele então é criado pelo seu tio, que o ensina a lutar, mas é contra violência e proíbe-o de usar kung fu em pequenos arrufos. Até que ele é obrigado a enfrentar bandidos que insistem em importunar a sua família…

Crítica: No começo dos anos 70, Jackie Chan já era um dos duplos mais respeitados de Hong Kong, o que na verdade não queria dizer nada em termos de cachés mais altos, mas que garantia serviço todos os dias, já que os coordenadores de duplos preferiam trabalhar com gente experiente. Um dia, Jackie recebeu uma proposta de um estúdio independente, que estava à procura de um jovem talento para ser a estrela de um novo filme. Na época ele aceitou fazer esse filme (que se chamaria The Little Tiger Of Canton) pois já estava cansado de ser somente duplo e foi sua primeira oportunidade de ser actor principal. Antes não tivesse aceitado... O estúdio era extremamente pobre, o equipamento de filmagem era muito velho, caindo aos pedaços, e o trabalho de realização era praticamente inexistente. Segundo o próprio Jackie, não era raro o realizador mandar os actores fazerem o que quisessem diante das câmeras!!! Não foi nenhuma surpresa quando, uma noite, logo depois de terminarem as filmagens, o produtor e o realizador terem fugido com o filme para Taiwan para não pagar o caché dos actores!!!

Então, em 1978, quando Jackie Chan se tornou numa estrela com o sucesso de Snake In The Eagle's Shadow e Drunken Master, esses produtores editaram o filme original, mudaram a estória, colocaram várias cenas com um sósia (nada parecido com Jackie Chan, aliás), até chamaram Simon Yuen Siu Tin pra interpretar novamente um mestre mendigo como nos dois sucessos citados, e lançaram como Master With Cracked Fingers. Nos EUA ainda chegaram a rebatizá-lo como Snake Fist Fighter em meados dos anos 80. Nessa versão, o argumento era ligeiramente diferente : Jackie é um jovem pobre que quando criança não tinha condições para estudar kung fu. Ele conhece um mestre-mendigo (Simon Yuen) que aceita ensinar-lhe kung fu gratuitamente e assim combater os bandidos da região.

Mas ao contrário do que se pensava, o filme original chegou a ser finalizado e passou somente nos cinemas de Taiwan como The Cub Tiger From Kwangtung. Essa versão é rara e até há algum tempo atrás era dada como perdida. Mas aqui no Japão essa versão foi resgatada pela Kurata Promotion, a empresa de Yasuaki Kurata (uma lenda viva dos filmes de artes marciais no Japão), que conseguiu em Taiwan uma cópia da película original (segundo algumas fontes, uma das únicas cópias existentes no mundo!!!) e lançou em DVD como Tiger Project. A imagem é meio envelhecida, e as cores estão bem desbotadas a ponto de parecer um filme a preto e branco, mas pelo menos o enquadramento é em widescreen. Esse DVD, que por ter sido lançado apenas no Japão já era considerado raro, está esgotado há alguns anos, e quem o possuía (como eu, por exemplo) tratava como uma relíquia! Mas recentemente a PanMedia lançou oficialmente esse DVD nos EUA e acabou com a alegria de colecionadores como eu, que se gabavam por ter um filme raro no acervo...
Sobre o filme em si, é impossível comentá-lo sem fazer uma comparação com as duas versões. Ambas são muito más, é verdade, mas eu, particularmente, prefiro a versão original. Além de ser o filme inteiro com o Jackie Chan de verdade (e não o sósia), tem umas 3 cenas de lutas que foram cortadas na versão de 78. E numa dessas lutas aparece Yuen Biao, grande companheiro de Chan em vários clássicos. Se Jackie estava com 17 anos na época, Biao estava com 14 ou 15! E, como o próprio Yasuaki Kurata comentou certa vez numa entrevista, nesse filme dá para se perceber as raízes do "Estilo Jackie Chan". Por exemplo, numa cena ele luta contra uns 4 bandidos usando uma bandeja de madeira, ou seja, desde essa época ele já desenvolvia aquela idéia de usar tudo o que estivesse à sua volta como arma. Outra cena : quando o seu tio fica furioso ao descobrir que ele andou a lutar novamente, começa a arremessar vasos de flores contra Jackie que, para evitar que eles se partam no chão, faz malabarismos para catá-los no ar.

Mas ambas as cenas são muito mal feitas e nem se comparam com que ele faria posteriormente em clássicos como Fearless Hyena e The Young Master. Aliás, o filme inteiro é extremamente amador em todos os sentidos. É até inacreditável como um actor veterano como Tien Feng (conhecido por ter actuado ao lado de Bruce Lee em Fist Of Fury) tenha aceitado trabalhar numa porcaria como essa! E a interpretação de todos os actores, especialmente Hon Gwok-choi (que “interpreta” Little Frog, um ladrãozinho amigo de Hsiao Hu), é deprimente! Numa cena em que ele se sente humilhado por todos baterem nele, o seu desempenho é patético! Mas a coisa fica pior quando, logo em seguida, ele esbarra acidentalmente na sua avó (que ele não via há muito tempo) e ela começa a consolá-lo! A intenção do realizador talvez fosse deixar o filme mais dramático, mas o resultado ficou muito caricato e engraçado!

Quanto às lutas, bem, digamos que Jackie Chan foi bem esforçado, mas infeliz na execução. O problema foi a inexperiência de Jackie como coreógrafo, aliado ao já citado amadorismo da produção. Algumas idéias eram muito boas, como lutar contra várias pessoas enquanto segura a corda que mantém Little Frog preso no alto de um mastro de um barco para evitar que ele caia, mas o resultado ficou muito aquém do esperado. Em suma, é um filme muito mau sim, mas considero The Cub Tiger From Kwangtung um filme mais interessante do que alguns que Jackie Chan fez anos mais tarde, como o horroroso The Killer Meteors, de Lo Wei, e o pior de todos, Fantasy Mission Force, de Chu Yen Ping. Vale uma olhadela pelo valor histórico, pois foi o primeiro filme de Jackie Chan como protagonista.

Classificação : 3/10

Takeo Maruyama

sexta-feira, maio 26, 2006

Il Mare (Siworae)


Coreia do Sul, 2000, 105Min.

Página Oficial - Trailer e Fotos

Sinopse: Após Eun-jo (Jeon Ji-hyeon) saír de Il Mare, uma bela casa na margem de um lago, ela escreve para o novo inquilino (Lee Jeong-jae) e aguarda resposta. Quando o inquilino responde, Eun-jo descobre que a carta data de 1997, dois anos antes de o ter contactado e que ele é o original dono da propriedade...

Crítica: Il Mare foi lançado na Coreia do Sul poucos meses após Ditto, um outro filme a explorar igualmente o amor através do paradoxo temporal, o que à partida ajudou a que obtivesse receitas de bilheteiras muito fracas. Obviamente que não é essa a única razão para os maus resultados, uma vez que a película está cheia dos clichés dos filmes românticos e acaba por obter má recepção por parte do público um pouco por culpa própria.

Il Mare, significa o mar em italiano, e é também o nome da propriedade construída nas margens de um lago onde decorre a maior parte da acção. O par romântico troca correspondência através do tempo, conseguindo comunicar pela caixa de correio existente no exterior da habitação. A distância temporal que separa os dois protagonistas é de apenas dois anos o que de certa forma simboliza metaforicamente um relacionamento a longa distância. O que realmente dá as voltas à cabeça do espectador é a explicação do porquê do paradoxo temporal...

Para quem omitir esse aspecto (no meu entender fulcral) da razão para qual existe esse paradoxo temporal, pode se deleitar com a fabulosa fotografia que capta planos belíssimos não só dos personages em silêncio, bem como dos espaços abertos, nomeadamente do espaço exterior da casa, incluíndo a beleza natural do lago. Os dois protagonistas apresentam desempenho crediveis e cativantes e não é pelos seu desempenhos que o filme falha.
Falha porque satura com quase duas horas de duração preenchidas com alguma lamechice à mistura e que não abona em nada. Por outro lado, se o espectador não se conseguir abstrair de uma premissa inconcebível, talvez não consiga desfrutar na plenitude de tudo que o filme tem para oferecer. Estou certo que os apreciadores de comédias românticas vão com certeza achar Il Mare uma proposta interessamte. No meu entender, comédia romântica recomendável e imensamente superior a todos os niveis é My Sassy Girl, essa sim, imperdível.

Só como nota final, deixo a indicação de que à semelhança de outros congéneres asiáticos Il Mare, apesar do limitado sucesso de bilheteira, já tem remake americano. Trata-se de The Lake House, encontra-se em pós-produção e conta com os desempenhos de Sandra Bullock e Keanu reeves. Como dizia o outro...E Esta Hein?!

Classificação: 5/10

Sérgio Lopes

quinta-feira, maio 25, 2006

Trailer de The Banquet, em Cannes

Com estreia prevista para Outubro, chega o novo trabalho do cineasta Feng Xiao-gang interpretado por Zhang Ziyi, Ge You, Zhou Xun e Daniel Wu.

O trailer de banquet foi apresentado no festival de Cannes que ainda decorre, no qual a actriz Ziyi Zhang é um dos elementos do júri e pode ser visualizado clicando AQUI.

Sérgio Lopes

quarta-feira, maio 24, 2006

Posters promocionais em Cannes

Aqui ficam alguns posters promocionais de alguns filmes asiáticos que são apresentados no festival de Cannes 2006. São eles as sequelas de Election (Johnny To) e de Ong-Bak (Tony Jaa), respectivamente, Election 2 e Ong-Bak 2, bem como The Host, o novo filme do relaizador coreano de Memories Of Murder, Bong Joon-ho, e ainda o novíssimo filme protagonizado pela bela Ziyi Zhang, The Banquet do cineasta Feng Xiao-gang.


Sérgio Lopes

terça-feira, maio 23, 2006

FINAL FANTASY VII – ADVENT CHILDREN

Japão, 2004, 101Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Advent Children começa dois anos após o término do jogo que lhe deu origem. A Shinra Inc., uma poderosa empresa, está a acabar com o planeta devido às suas explorações. O lendário guerreiro da força de elite SOLDIER, Sephiroth, descobre provir de uma experiência genética, e decide acabar com a terra invocando um meteoro. Porém, Cloud, um ex-SOLDIER, e os seus companheiros impedem o apocalíptico meteoro, sepultando Sephiroth após várias batalhas.
Crítica: Baseado numa das franquias mais conhecidas e lucrativas do mundo dos videojogos, Final Fantasy foi lançado em 2001 e ficou no limbo dos filmes esquecidos. Teve um trabalho gráfico primoroso, mas falha em vários outros aspectos, principalmente no argumento. Talvez o facto mais contundente para o esquecimento do filme foi o de se afastar da história do jogo de computador. Pensando nisso, ou não, a Square-Enix fez uma nova investida no grande écrân, dessa vez restrita á sétima edição, a mais famosa da série. Daí a explicação para o título.

Novamente, a primazia gráfica da Square é o maior destaque. Os personagens não ficaram tão realistas como no outro filme, porém os seus movimentos são bem mais conseguidos. Elementos naturais, como a água por exemplo, estão muito bem reproduzidos, assim como a iluminação. Outro ponto forte são as sequências de acção, que aliàs são numerosas, pois estão bem coreografadas e numa velocidade incrível, com destaque para a luta contra Bahamut, um dragão gigante, e para perseguição de motos num túnel. Portanto esqueça as leis da física e aproveite.

O grande erro do filme foi mesmo o argumento. A trama já é bastante complicada por se tratar de um complexo jogo de computador, e isso não foi simplificado. É praticamente impossível entendê-lo sem saber da história ou sem ter jogado. Prova disso é a explicação para a personagem que aparece no final, importantíssima para compreensão total do enredo, mas as respostas estão apenas no jogo. Outro exemplo são os amigos de Cloud, que surgem do nada no meio do filme, evidente que para ajudá-lo, mas sem maiores explicações.

Talvez Advent Children tenha sido parte de uma estratégia da produtora para aprovar um remake para o nova consola da Sony, Playstation 3, tendo como público alvo os jogadores da série, o que é um lamentável erro de marketing. Pessoalmente gostei do filme, pois já sou veterano nos videojogos da série Final Fantasy, porém é uma pena que seja apenas um entretenimento, uma bela película para os olhos, mas que deixa o telespectador leigo, aquele que desconhece maiores detalhes, perdido no enredo. É um deleite visual, mas peca em não fornecer mais que isso, não possui nada de extraordinário. Bonito, nada mais.

Classificação: 6/10

Marcus Vinicius

sábado, maio 20, 2006

Fushigi no kuni no Miyuki-chan & Kagami no kuni no Miyuki-chan

Japão, 1995, 29min

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse: Uma versão dos dois contos de Lewis Carrol, “Alice no País das Maravilhas” e “Alice do outro lado do espelho” em fast-forward e só com mulheres.

Crítica: Estes OAV’s (Original Animation Video) são um dois-em-um que resultam de uma espécie de brincadeira das autoras da manga, as CLAMP, sobre alguns dos temas que lhes são mais queridos: os livros da “Alice” de Lewis Carrol e jogos de consola. A brincadeira, aliada ao delirante espírito criativo das quatro, resultou num projecto conjunto que incluiu uma manga de edição especial (formato grande e com mais narrativas para além das de Lewis Carrol, tal como “Miyuki-chan no País da TV”, “Miyuki-chan no País dos Jogos”, etc.) e estes dois curtíssimos mas muito intensos filmes, “Miyuki-chan no País das Maravilhas” e “Miyuki-chan no País do Espelho”.

O bom nos anime feitos a partir da obra das CLAMP é a garantia de proximidade com os desenhos e as histórias desenvolvidas por elas para papel. Elas costumam ter um controle estreito na concepção dos anime extraídos das suas manga, mesmo quando não as quatro integrantes da equipa. Normalmente Mokona Apapa (agora apenas Mokona), a desenhadora principal, supervisiona o character design ou cria o guarda-roupa e Nanase Ohkawa (agora Ageha Ohkawa), a argumentista do grupo, escreve os argumentos ou, no caso das séries de TV, supervisiona essa escrita.

Estes videos são totalmente delirantes! Os diálogos são tão poucos e tão integrados na acção que mesmo que não se perceba japonês e se vejam os filmes sem legendas se percebe quase tudo. A familiaridade com as histórias originais ajuda um pouco também. Apesar da velocidade, todos os elementos mais importantes da história estão lá e, de uma certa forma, esta pequena narrativa é uma lição para quem adapta romances ao cinema.

O desvio do original começa com a protagonista, Miyuki-chan, uma rapariga estudante da escola secundária, com o uniforme de marinheiro (serafuku), característico das escolas japonesas. Como está na sinopse, não há homens, portanto todas as personagens masculinas do original sofreram uma “troca de sexo” e todas as habitantes do País das Maravilhas e do País do Espelho são mulheres sexy e extremamente atrevidas.

O Coelho Branco é uma coelhinha da Playboy (Bunny-san), as maçanetas da “Porta” são as mamas da Rapariga da Porta e todas as outras apresentam um guarda-roupa bastante reduzido. Em vez de estranharem ou serem agressivas para Miyuki (como com a Alice original) elas flirtam abertamente com ela, chamando-a constantemente de menina querida (kawaii ojou-san) chegando até a alguns apalpões muito pouco desejados por Miyuki. O culminar deste “assédio” é a Rainha de Copas, uma dominatrix com direito a chicote e tudo e as cartas, que querem ser “castigadas” por ela! Ou então o jogo de xadrez que é um strip-chess... e mais não digo!

Todo o desenho de personagens é extremamente engraçado e criativo, Tweedle-dee (Cho-ri) e Tweedle-dum (Tou-ri) são duas lutadoras gémeas, mas vestidas uma de azul e outra de vermelho, qual Chun-li de “Street Fighter”, quando luta contra ela própria. Os cenários levam-nos às vezes à segunda paixão das CLAMP, os jogos de consola. As cascatas flutuantes em “Miyuki-chan no país do espelho” lembram directamente um jogo de plataformas tipo “Sonic” ou “Nights in Dreams” (bastante populares à época). A música é talvez a parte mais delirante dos filmes. É completamente repetitiva, como a música dos jogos de consola, mas vai mudando de ritmo conforme os acontecimentos e parece que nos suga mais ainda na louca espiral de peripécias por que Miyuki passa e que se sucedem umas às outras.

A animação é de qualidade OAV, isto é, superior à qualidade de animação usada em séries de TV e um pouco inferior à qualidade exigida à animação para cinema. O que não implica que não tenha algumas cenas bastante caricatas, onde a animação dificilmente poderia ser melhor. Apesar de estes filmes serem feitos directamente para o mercado de vídeo, tal como as séries de anime para televisão, são sempre filmados em película de 35mm, o que lhes dá sempre uma qualidade de imagem que nem sempre se nota no NTSC. Em suma, é uma versão bastante pervertida da Alice, mas muito, mesmo muito, divertida.

Classifcação: 7/10

Misato

sexta-feira, maio 19, 2006

Mais 2 novos filmes de J-Horror na calha


Com previsões de estreia para o próximo verão, chega o último trabalho do realizador Ahn Byung-ki (Bunshinsaba), The Apartment. A premissa baseia-se nos estranhos acontecimentos que começam a ocorrer num apartamento sempre que chegam as 9h:56Min. Interpretam o filme Ko So-yeong (Double Agent), Jang Hee-jin y Park Ha-seon. O Teaser Trailer está disponível clicando AQUI.

The Teacher's Mercy é mais um filme de terror asiático, na qual apenas se sabe que o terrror se passa no interior de um colégio durante as aulas. O primeiro trailer está disponivel AQUI.

Sérgio Lopes

quarta-feira, maio 17, 2006

Ziyi Zhang a dobrar


Vencedora do prémio de melhor actriz nos prémio de cinema chineses (Golden Rooster Awards), por Jasmine Women, o filme apresenta-se como um assombroso mas intimista épico, um conto de três gerações de mulheres de uma família de Shanghai, descrito em três capítulos.

Baseado no aclamado romance "Woman's Life" de Su Tong, Jasmine Women arrecadou igualmente o prémio especial do júri do festival de cinema de Shanghai em 2004. Podem aceder ao trailer do filme no site Festive Films.

Mais lá para o final do ano, com previsões de ser lançado nos cinemas asiáticos em meados de Outubro, chega mais um trabalho protagonizado pela belíssima Ziyi Zhang, intitulado The Banquet, realizado por Feng Xiao-gang. Pode ser visualizado um teaser trailer clicando AQUI.

Sérgio Lopes

terça-feira, maio 16, 2006

Nana


Japão, 2005, 113Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Nana Osaki é uma cantora de rock que parte para Tóquio para tentar recomeçar a vida após o término de um relacionamento. É uma rapariga forte que mostra independência e vontade de vencer na vida. Já Nana Komatsu é uma rapariga meiga e desajeitada que se muda para Tóquio para viver perto de seu namorado e mostrar que não é uma qualquer recém-saída da adolescência. As duas têm o mesmo nome e a mesma idade. Também por coincidência visitam, no mesmo dia e à mesma hora, um apartamento para alugar — o número 707 (em japonês “Nana” significa “Sete”). Para evitar confusões, resolvem dividí-lo e viver juntas, começando aí, uma grande história de amizade.

Crítica: A produção, uma adaptação do Manga de Ai Yazawa, é um filme correto, sem muitas pretenções e que não compromete em nenhum momento. O argumento é 100% fiel à Manga que lhe deu origem, por isso o realizador Kentaro Otani, manteve igualmente as características das duas personagens principais intactas.

Assim, temos Nana Komatsu que expõe toda a sua simpatia e a sua alegria em relação a tudo que acontece à sua volta: a sua relação com o namorado, a instantânea ligação afectiva que cria com Nana Osaki e tudo mais. Por outro lado, Osaki esconde-se na aparência de uma mulher independente onde impõe a música como prioridade, em detrimento do amor. Apesar de todas essas diferenças, aos poucos começam a criar laços mais fortes e a compartilhar experiências.

Apesar do tema, aparentemente, um tanto batido, o filme esbanja simpatia com os seus personagens e as inúmeras coincidências que surgem na vida das duas Nanas. A obra levanta aquela velha questão das pessoas quando estão apaixonadas: reprimir ou não sentimentos quando eles vão na direcção contrária do que o coração sente, mesmo que isso vá magoar a si mesmo ou à outra pessoa.

O interessante é que o final feliz para o realizador nem sempre se refere à questão da resolução dos problemas amorosos, mas principalmente, à amizade, que para ele, parece ser mais importante que qualquer relacionamento amoroso. Longe de ser um clássico, Nana, cumpre bem o seu papel de divertir e fazer emocionar aqueles que se identifiquem com os acontecimentos da película.

Classificação: 6/10

Ric Bakemon

segunda-feira, maio 15, 2006

Time, de Kim Ki-Duk


O amplamente aguardado novo filme de Kim Ki-Duk, que no ano passado nos pasmou com o belo Ferro 3, tem o título de Time. A película será novamente uma co-produção enre Coreia e Japão e trata da estória de uma rapariga que sentindo o seu relacionamento em crise decide fazer uma cirurgia plástica para criar uma nova imagem, no mínimo bizarra e tentar salvar a relação...

O filme será apresentado no festival de Cannes e pelo trailer fornecido, parece ser mais uma película forte e surpreendente do genial realizador coreano. O trailer pode ser visualizado clicando AQUI.

Sérgio Lopes

sábado, maio 13, 2006

Cello


Coreia do Sul, 2005, 94Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Hong Mi-ju (Seong Hyeon-a, Woman is the Future of Man) é uma professora de violoncelo que vive com as memórias ressentidas de um acidente mortal envolvendo a sua melhor amiga, Tae-in (Pak Da-an). Quando a sua filha começa a ter um interesse repentino em aprender a tocar violoncelo, subitamente a sua família é colocada sob a ameaça de um ente sobrenatural, ao mesmo tempo que Hong Mi-Ju começa a ser ameaçada por uma das suas alunas de violoncelo...

Crítica: Tal como noutras películas de terror asiáticas e mais concretamente Coreanas, Cello, segue a premissa baseada num problema emocional familiar entre mãe e filha, que suporta todo o centro nevrálgico narrativo, complementado pela rapariga de longos cabelos negros que atemoriza a família. È mais um drama familiar, disfarçado de filme de terror, na sequência de outros tantos como Phone, Ju-Hon ou Ringu, só para citar alguns.

Cello -o título do filme- remete ao violoncelo, instrumento musical, que aqui é um elemento simbólico e ao mesmo tempo central na ligação entre acontecimentos. Pelo menos não é mais um objecto que sofre de um qualquer tipo de maldição e afecta tudo à sua volta, como em alguns filmes recentes do género. Valha-nos isso. Mas Cello contém todos os clichés deste tipo de filme, o que convenhamos que para quem já viu uma série de filmes de terror asiáticos, começa a saturar e muito.

Para agravar mais as coisas, nada está bem feito. O suspense (os sustos), para além de previsivel, não funciona minimamente, os efeitos especiais são básicos e o famoso twist final... para além de pouco original, volta a não ter nexo algum. Posso até afirmar que com um processo narrativo tão previsivel e monótono, a espaços, é dificil prestar atenção e manter o interesse no filme. Salva-se ao menos algumas composições em violoncelo que vão entrando no ouvido e o trabalho dos actores que permite manter um pouco a chama acesa.

Cello é mais um filme de terror asiático que nada de novo traz ao género. Falha em repetir a fórmula já gasta do terror oriental (embora altamente apreciada pelos remakes americanos) recorrendo repetidamente ao clichés do género. Há seguramente propostas melhores vindas da prolífera Coreia do Sul.

Classificação: 3/10

Sérgio Lopes

quinta-feira, maio 11, 2006

Death Note


Shusuke Kaneko (Azumi 2, Gamera) confirmou que está a trabalhar em 2 filmes baseados no comic book Death Note, criado porTsugumi Oba y Takeshi Obata. A primeira parte estreará em Junho e a segunda no mês de Outubro.

Tatsuya Fujiwara (Battle Royale) será o principal protagonista. A premissa gira em torno de um jovem que tem a capacidade de acabar com os seus inimigos e adversários escrevendo a sua morte num caderno... O trailer está disponível AQUI.

Sérgio Lopes

quarta-feira, maio 10, 2006

Rinne, de Takashi Shimizu


Realizado por Takashi Shimizu (Ju-Hon, Marebito) e interpretado por Karina, Kippei Shiina, Yûka y Tetta Sugimoto, Rinne, é o novo filme de terror do cineasta, cuja estreia estará para breve na Coreia do Sul, coincidindo com a saída em DVD, no mês de Junho no Japão, uma vez que o filme já data de 2005.

Trata-se do terceiro filme do denominado hexagon project J-horror Theatre, que pretende homenagear o género de terror japonês em 6 películas de realizadores diferentes. Rinne é o terceiro, sendo que os dois primeiros são Kansen e Yogen, ambos de 2004.

Sérgio Lopes

terça-feira, maio 09, 2006

Silly Kung-Fu Family


Hong-Kong, 2004, 90Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Wong Yat-fei depois de se retirar da equipa Shaolin transforma-se no dono de uma empresa e fica rico. Mas ele também tem uma família à qual não deu muita atenção no passado tendo um mau relacionamento com o filho (Chan Kai Tai), que se afastou dele. Um dia, arrependido, Wong Yat-fei descobre que tem um neto de 8 anos e decide conhecê-lo. Para se aproximar do menino sem levantar suspeitas do filho (que provavelmente não iria querê-lo por perto), Wong disfarça-se de mulher (!!!) e consegue emprego de baby-sitter. O problema é que o miúdo tem como hobby infernizar a vida de baby-sitters...

Crítica: Em todo o lado é assim... Se um filme faz muito sucesso logo aparecem continuações e imitações. Na Ásia esse fenómeno é bem pior do que no ocidente! Shaolin Soccer é o exemplo mais escandaloso vindo de Hong Kong. Depois de arrasar nas bilheterias asiáticas entre 2001/2002 (segundo li numa revista japonesa, a maior bilheteria dos últimos 10 anos em HK!), passou a série de TV (o fraco Kung Fu Soccer, com Anthony Wong e as TWINS), brinquedos e ouvi dizer que passou até para manga!!! Há muito tempo se falava numa continuação, mas Stephen Chow estava muito ocupado com a produção de Kung Fu-são (Kung Fu Hustle). Até que aparece alguém e aproveita o sucesso de Chow...

Apesar do nome original não fazer referência a Shaolin Soccer, o DVD japonês foi lançado com o título Shorin Saccaa Gaiden - Shaolin Family Soccer. Inclusive o logotipo na capa é idêntico! (Ver fotos acima) Pior, o argumento copia descaradamente o filme Mrs. Doubtfire, aquele em que Robin Williams se disfarça de babysitter pra ficar perto dos filhos, com a agravante de acrescentar personagens previsíveis nesse tipo de estória, como a namorada-megera do pai que tenta convencê-lo a matricular o filho num colégio interno, e o namorado da mãe que não perde a oportunidade de chamar o ex-da namorada de perdedor. Enfim...

O orçamento é visivelmente limitado, e tenho a impressão de que é um filme lançado diretamente para o mercado de vídeo e DVD; impressão reforçada pela presença de Loletta Lee, que ultimamente só tem feito filmes de muito baixo orçamento. E por conta dessa falta de recursos as seqüências de futebol são completamente desprovidas de computação gráfica (que tanto marcaram o filme original), além de não serem nada criativas e, pior, muito mal feitas!

A única variação é no jogo final, quando a equipa Shaolin enfrenta uma equipa de mulheres parecida com aquela do primeiro filme que tem a Karen Mok de cavanhaque e a Cecilia Cheung de bigode. As raparigas driblam os jogadores Shaolin com wire action! Mas o final do jogo é tão idiota que estraga qualquer boa impressão que a cena anterior tenha causado!

Se a intenção era mesmo fazer uma espécie de seqüela de Shaollin Soccer, o realizador ou o argumentista deveriam pelo menos manter as características originais dos personagens, algo que não sucede neste filme mesmo muito mau! Mesmo com as (fracas) cenas de futebol e algumas cenas de luta esporádicas e razoavelmente conseguidas o filme não deixa de ser um verdadeiro LIXO! Eu só não dou uma nota zero para esse filme por causa da Loletta Lee, que continua linda no alto dos seus 38 aninhos...eh eh.

Classificação: 1/10

Takeo Maruyama

segunda-feira, maio 08, 2006

Election 2 - Trailer


Em 1997, em Hong Kong, mesmo a tríade mais importante e perigosa da cidade, Wo Shing, é obrigada a sucumbir ao poderio da China. Jimmy (Louis Koo) líder da organização yakuza estará encarregue de encontrar o candidato perfeito para a organização, no novo milénio...

Esta é a premissa de Election 2, a sequela do grande sucesso Election, o grande vencedor dos prémios de cinema de Hong-Kong deste ano. O trailer está disponivel cklicando AQUI.

Sérgio Lopes

sábado, maio 06, 2006

Loft (Shi No Otome)

Japão, 2005, 115min

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Uma escritora premiada está com uma branca e não consegue escrever o seu próximo livro, sujeito a prazos. Para se concentrar na escrita pede ao editor que a leve para um local longe do bulício da cidade, com carisma e tectos altos. Ela fica muito satisfeita com a escolha do editor, mas começa a ter experiências estranhas derivadas de acontecimentos de um passado recente e distante que envolvem o edifício em frente ao seu.

Crítica: Apesar das altas expectativas que tinha para este filme (que passou no Indie Lisboa 2006), foi uma desilusão, é aparentemente o mais fraco de Kiyoshi Kurosawa. O filme começa bem, tem uma boa premissa e o ambiente estabelecido é intimista e tenso q.b. mas a história começa lentamente a ficar contaminada de cliché atrás de cliché (observar foto abaixo) que, em vez de apoiarem a narrativa a vão tornando progressivamente ridícula, descolando o espectador de toda a ambiência criada até então.

O filme vai lentamente “descambando” até que no fim parece que são duas ou mais ideias, filmadas separadamente e juntas à pressa por causa de prazos apertados ou falta de maturação. As cenas românticas (?) enfiadas à machadada no final apenas despoletam uma envergonhada gargalhada de gozo e estranheza, de tal forma são descabidas. Só lá faltava entrar a Julie Andrews a cantar “Sound of Music”.

Este facto é estranho, a meu ver, os japoneses costumam integrar muito bem tensão amorosa em histórias de outros géneros, tal como o terror e suspense, sem cair num ridículo forçado. Há inúmeros exemplos, tanto no cinema, como no anime que comprovam isso. Porque é que neste filme é tudo tão desconjuntado permanece um mistério que, espero bem não se volte a repetir e que o próximo filme de Kyoichi Kurosawa volte à qualidade a que anteriormente nos habituou.

Ainda há outro factor que desconcentra: num filme com uma imagem e design de produção lindíssimos, a múmia, elemento fundamental na história, é muito pouco convincente, tem uma caracterização algo fácil, não assustando nem intrigando, parecendo apenas um boneco que lá está, fazendo as vezes de múmia.

É uma pena ver neste filme uma obra tão desequilibrada pois Kyoichi Kurosawa, contráriamente aos seus conterrâneos contemporâneos realizadores de cinema fantástico/terror, tem uma qualidade de imagem muito cuidada e de alta qualidade, que faz jus à grande fama de excelentes directores de fotografia que o Japão tem, e uma realização meticulosa, nada tosca, fazendo muito bom uso da linguagem cinematográfica, tal como uma boa movimentação de actores e câmera e enquadramentos muito interessantes.

As cenas filmadas no pântano (mesmo as “românticas”) são belíssimas e desconcertantes (ver imagem acima) pena que a história não acompanhe em subtileza e tensão dramática. Os actores são medianos sem nada de marcante, mas também sem desiludir. Do mesmo modo a banda-sonora é discreta e acompanha o filme sem sobressair. Esperava-se mais...

Classificação: 6/10

Misato

quarta-feira, maio 03, 2006

Re-Cycle dos Irmãos Pang

Após os menos conseguidos The Eye 2 e The Eye 10, bem como Abnormal Beauty, eis que nos chega a nova película dos Irmãos Pang, intitulada Re-Cycle, com estreia asiática prevista para Julho deste ano. Ao que parece a premissa baseia-se numa escritora que após escrever a sua história no seu computador, vai-se deitar, acordando no mundo de terror idealizado e escrito por ela própria.

Re-Cycle será projectado já em Maio no festival de Cannes. Podem visualizar o trailer clicando AQUI. Parece que promete...

Sérgio Lopes

terça-feira, maio 02, 2006

Spider Forest (Geomi Sup)


Coreia do Sul, 2004, 118Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Kang-min (Gam Wu-seong) acorda no meio da escura e soturna floresta denominada Spider Forest sem ideia alguma do que lhe poderá ter acontecido e como foi lá parar. Consegue, no entanto, ir ter a uma pequena casa onde encontra as evidências de um brutal crime. Um cadáver encontra-se já em estado de decomposição na sala, enquanto que no compartimento ao lado se encontra a sua amante, ensanguentada e moribunda...

Crítica: Depois da sucessiva criação de filmes de terror que na sua generalidade tinham em comum o ente sobrenatural personificado pela rapariga de longos cabelos negros, iniciada em Ringu, que era a fonte da assombração, a Coreia do Sul, como país prolífero em criatividade que é, apresenta aqui um conceito diferente de terror, mais psicológico, mais comparável com, por exemplo, A Tale Of Two Sisters, com óbvias influências do cinema ocidental. É dificil caracterizar Spider Forest num só género. Pode-se afirmar que se trata de um thriller de terror psicológico na sua essência, embora o conteúdo abranja outros géneros.

Quem viu o filme BZ - Viagem alucinante de Adrian Lyne, vai encontrar com certeza pontos em comum. Tal como no filme de Adrian Lyne, também em Spider Forest, o espectador tem de estar muito atento, pois a narrativa vive do jogo entre o que é real e o que são as memórias ou o subconsciente do protagonista para que, juntado as peças do puzzle mental, no final, tudo bata certo.

O realizador Song Il-gon consegue apresentar uma película suficientemente competente. Visualmente é bastante apelativo (como aliás é apanágio dos filmes coreanos) e o cast de actores que fazem parte de Geomi Sup desenvolvem um trabalho muito bom. Muitos dos elementos utilizados remontam a aspectos metafóricos, tais como as aranhas, guardiãs da floresta simbolizando as memórias que são reprimidas pelos personagens (As teias à volta simbolizam isso mesmo), ou por exemplo um túnel, simbolizando a passagem para a outra vida.

Song Il-Gon tem de facto um bom trabalho ao manter o ambiente de suspense e de interesse narrativo ao longo de todo o filme, obrigando o espectador a pensar e tentar descobrir o que de facto irá acontecer a seguir e porque razão está a acontecer. No entanto, a estrutura narrativa é um pouco confusa e aí Song Il-Gon perde um pouco o pulso criando um puzzle demasiado complexo. Spider Forest dá a sensação que poderia ter sido mais trabalhado nesse aspecto. è òbvio que dá muito gozo seguir as pistas do realizador e tentar chegar à solução do puzzle mental como por exemplo em Identity. Mas quando esse puzzle é demasiado confuso, o espectador sai um pouco frustrado...

Classificação: 6/10


Sérgio Lopes

segunda-feira, maio 01, 2006

Cinema... com aroma!


A empresa japonesa de telecomunicações NTT Communication Corp, decidiu introduzir um novo conceito, que consiste em associar uma essência floral para cada vez que aparece uma cena de amor enquanto que uma mistura de menta e alecrim é libertada durante uma cena triste, durante a projecção de um filme.

Esta invoação foi experimentada pela primeira vez durante a exibição do filme The New World - O Novo mundo, de Terence Mallick, que beneficiou assim deste serviço agregado aquando da sua estreia em terras nipónicas em alguns cinemas seleccionados para o efeito.

Ao que parece as diferentes fragrâncias são criadas de acordo com a manipulação de diversos óleos mantidos dentro de umas máquinas, máquinas essas que rondam os 600 euros e que segundo o porta-voz da companhia (que patenteou o invento), Akiko SuZaki, poderão ser requisitadas via internet, com diferentes sequências de odores, consoante o filme exibido.

Até ao momento parecem ainda não haver eventuais interessados nos serviços desta empresa japonesa. No entanto, se a moda pega, já estou a ver os aromas característicos de uma casa-de-banho imunda, serem oferecidos aos espectadores, após o protagonista a ter utilizado para o devido efeito, eh eh. Estou a brincar é claro, porque os aromas utilizados são todos agradáveis, não vá a audiência sáir em debandada...

Sérgio Lopes