terça-feira, janeiro 30, 2007

Exiled (Fong Juk)

Hong Kong, 2006, 100Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Quatro gangsters Blaze, Fat, Tai e Cat, retornam a casa de um antigo membro do grupo, Wo, com ordens superiores para o matarem. Mas os 4 homens que em tempos formaram uma irmandade com Wo não são capazes de o eliminar. Então embarcam numa luta titânica contra o seu chefe Boss Fay, em defesa dos valores da honra e da amizade...

Crítica: Johnnie To é um dos nomes mais conceituados de Hong-Kong, um autor que em 2006, apresentou Exiled, a continuação de The Mission, um dos filmes de maior sucesso do cineasta, na medida em que regressam praticamente todos os actores e personagens de The Mission, por isso, pode-se afirmar que é uma espécie de sequela. A acção decorre em 1999, em Macau, numa época de transição da tutela Portuguesa do território para mãos do governo Chinês.

Regressam, os mesmos actores de The Mission (com papéis similares) - Francis Ng, Simon Yam, Lam Suet, Anthony Wong ou Roy Cheung - que brilham a todos os níveis, quer individualmente (cada um sabe ocupar perfeitamente o seu espaço) quer em conjunto, pois existe uma grande química entre todos eles. Penso que uma das primeiras razões para o sucesso de Exiled é o facto de os actores conseguirem transparecer para fora a união que existe entre eles. O espectador não vê um grupo de actores a representar, mas sim 5 amigos a lutar por um ideal.

Contudo os maiores louros vão direitinhos para Johnnie To. Bebendo claras influências de Sergio Leone na forma (a cena de abertura que culmina num duelo em casa de Wo é sublime, entre outras) ou dos westerns clássicos de Hollywood, onde os valores da honra e amizade motivam os protagonistas, To cria uma película algures entre um Western Spaghetti de Leone e dos desperados de Robert Rodriguez, onde a música tem um papel preponderante, ambientada em Macau contemporâneo.

Cada plano é meticulosamente filmado, com um timing perfeito e uma estética visual tremenda, fazendo de Exiled um produto de entretenimento notável. Nada é projectado no écrân por acaso e tudo está brilhantemente interligado. Após o registo mais sério com o aclamado díptico Election, Johnnie To volta aos traços que o celebrizaram como autor de Hong-Kong: Um exercício de estilo, onde o visual se sobrepõe ao resto. Nomeado para o Leão de Ouro no festival de Veneza de 2006, Exiled é imprescindível para fans de Johnnie To e do bom cinema de Hong-Kong.

Sérgio Lopes

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Hong Kong Film Critics Society Awards

Faz hoje exactamente uma semana que foram divulgados os prémios de cinema da sociedade de críticos de Hong Kong (Hong Kong Film Critics Society Awards), sendo que o grande vencedor foi o cineasta Johnnie To, que recebeu dois prémios, o de melhor realizador por Exiled (de facto o cineasia já o viu e é um excelente thriller urbano, extremamente bem realizado) e o de melhor filme por Election 2.

Jet Li foi o vencedor na categoria de melhor actor pelo seu desempenho em Fearless, enquanto Gong Li venceu como melhor actriz em Curse Of The Golden Flower de Zhang Yimou. Venceram, portanto, nomes consagrados da sétima arte em Hong Kong. A entrega oficial dos prémios aos vencedores decorrerá em Março em Hong Kong.

Sérgio Lopes

sábado, janeiro 27, 2007

Funky Forest: The First Contact (Naisu no mori)

Japão, 2005,150Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse:
Uma série de segmentos com personagens inusitados e em situações absurdas formam um desfile surreal de imagens indescritíveis cuja única conexão é a forma imprevisível que se encontram num resultado inacreditavelmente criativo, alucinante e maravilhoso.

Crítica: Katsuhito Ishii já tinha mostrado o seu talento como cineasta no sublime A TASTE OF TEA, além de ganhar notoriedade ao criar os personagens do segmento animado de KILL BILL VOL. 1. Enquanto Shunichiro Miki é mais conhecido como ilustrador das partes animadas dos filmes de Ishii. Já Aniki (Hajimi Hashimini) é outro parceiro de Ishii em filmes produzidos pela sua produtora Grasshoppa!.

Se uma dessas cabeças já é suficiente para causar um impacto criativo a qualquer produção, imagine juntar os três em um único filme? O resultado não poderia ser outro a não ser um amontoado de situações que despacham o mal humor para longe, causando uma mistura de sensação de puro êxtase e uma pergunta que martela a cabeça: “como é possivel?”.

É por essas e outras que não sei se há alguma maneira simples de descrever este filme. São duas horas e meia de pura maluquice sem noção que ultrapassa toda e qualquer tentaiva racional de explicação. Um desafio tanto para não cair no ridículo ou no incompreensível. Por outro lado, descrevê-lo com simplicidade seria uma enorme injustiça diante de uma obra demasiadamente rica em detalhes, fazendo do hábito em revê-lo, uma nova maneira de visualizar e interpretá-lo.

Como devem ter percebido, a lógica do filme é não obedecer a nenhuma lógica. A narrativa é basicamente um amontado de pequenos segmentos — que podem durar dois segundos até cinco minutos, que vão e voltam — cujo único objetivo é disparar o máximo de elementos bizarros que usam e abusam de personagens exagerados, estupidez sem medo do ridículo, cores e formas antes impensadas, e de certa forma, da repetição em certos diálogos.

Tudo isso junto pode criar a lógica desse filme. Uma lógica que obedece apenas à máxima do cinema desde o seu primeiro momento de criação: de nos divertir. Portanto, assistir Funky Forest é entregar-se a uma insanidade que beira a genialidade; celebrar o inusitado e o imprevisível e estar diante de uma obra única onde cada segundo se mostra preciosamente belo e rico.

Entretanto, assisti-lo seria a única forma na tentativa de entender e ser consumido por completo por esse trio que não mede esforços para fazê-lo morrer de overdose de bom humor. Faça-o sem medo, de mente aberta, sem preconceitos; aproveite a experiência em penetrar na floresta encantada e boa viagem. Afinal, não se sabe quando outro filme como esse pode aparacer.

Ric Bakemon

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Trailer de Dorm

O cineasia disponibiliza o trailer de uma das previsiveis surpresas agradáveis do ano, vindas da Tailândia. Trata-se do thriller sobrenatural Dorm. Realizado por Songyos Sugmakanan, o filme revolve em torno de uma criança que no seu sétimo ano lectivo é enviado para um colégio interno pelo pai, para que consiga melhorar as notas. À chegada ao seu novo dormitório, terá que enfrentar não só as outras crianças que fazem a vida negra ao novo aluno, mas também os mistérios sobrenaturais que povoam o dormitório...

O filme estreia na Tailândia em Fevereiro próximo. O trailer pode ser acedido clicando AQUI.

Sérgio Lopes

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Óscares...2007

Num ano em que deve ter sido dificil aos membros da academia escolherem 5 filmes bons (não há grandes filmes) para as nomeações para melhor película do ano, até poderá calhar a Scorsese finalmente o óscar de melhor realizador, curiosamente com The Departed, um remake do filme de sucesso de Honk-Kong Infernal Affairs - Infiltrados, bem realizado é certo mas longe do brilhantismo de Taxi Driver, ou Goodfellas... Enfim, mas por ventura será o óscar da "pena", por o homem nunca ter levado a estatueta para casa.

Mas no âmbito deste blogue, sobre cinema asíático, quero ressalvar que Letters of Iwo Jima de Clint Eastwood, que relata o ponto de vista do lado Japonês na batalha da segunda guerra mundial que dá nome ao filme, que conta só com actores asiáticos, está nomeado para melhor filme, argumento original e realização; Iraq in Fragments nomeado para melhor documentário e a bela Rinko Kikuchi nomeada como melhor actriz secundária em Babel.

Já Curse Of The Golden Flower, de Zhang Yimou, a grande esperança de conquista de alguns prémios nos óscares nem sequer mereceu nomeação para o prémio de melhor filme de língua estrangeira. Terá de se contentar com nomeações em categorias secundárias, menos importantes. No entanto, veremos se o cinema asiático trará algum prémio da edição 2007 dos Óscares.

Sérgio Lopes

terça-feira, janeiro 23, 2007

Naked Weapon (Chek law dak gung)

Hong-Kong, 2002, 92Min.

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Sinopse: Em todo mundo várias raparigas são sequestradas, sendo que todas elas dominam artes marciais. Elas são treinadas para serem assassinas profissionais da Madame M. Apenas três delas conseguem passar pelo treino e agora terão várias missões pela frente...

Crítica: Li na caixa do dvd que Naked Weapon era uma mistura de 'La Femme Nikita' e 'Leon, The Professional', dois grandes filmes e ambos dirigidos por Luc Besson. Pensei: por que não conferi-lo então? Que ingenuidade a minha... O filme é muito mau! É no mínimo um crime hediondo querer compará-lo com os filmes de Besson ou qualquer outro filme decente do género.


Primeiramente, as lutas são muito mal ensaiadas e coreografadas, conseguindo ser piores que as coreografias dos Power Rangers, chegando a serem cómicas. Em algumas sequências os personagens até voam, deitando ao lixo as leis da física (não imagine algo como Crouching Tiger, Hidden Dragon, muito longe disso). Os efeitos especiais são toscos, como os espirros de sangue e os cacos de vidros (nem consigo entender por que diabos eles usaram CG em espirros de sangue...).

A base foi, pelos vistos, apelar para belas mulheres em trajes curtíssimos. Não são poucas a cenas eróticas, como exemplo o banho entre as personagens de Anya e Maggie Q, que interpretam respectivamente Katherine e Charlene. Não que isso seja algo mau, mas o filme vende a ideia de acção (propaganda enganosa...). Ainda acho que, mesmo se tivessem cenas de sexo explícito e levasse uma classificação xxx, sendo assim um filme porno, continuaria bem abaixo da média, apesar da inegável beleza de alguma das actrizes. Outro facto negativo são os diálogos, muito ridículos e óbvios, sem contar o péssimo inglês dos actores.

A história, apesar de teoricamente ser muito interessante (mulheres assassinas como no já citado La Femme Nikita) não embala e/ou surpreende em nenhum minuto. O treino das jovens alonga-se demais, tomando quase metade do filme. Além do mais, é inverossímil que o agente da CIA que está no encalço das matadoras seja tão idiota, só pra que conste. No final das contas temos um amontoado de clichês e um final previsível, onde os malvados morrem e os bonzinhos ficam juntos.

Um thriller de acção-erótico que se situa entre as categorias B e C seria uma definição ideal para Naked Weapon. Belas mulheres em lutas e tiroteios dignos de filmes amadores, pois o resto é tudo péssimo: produção, coreografias, efeitos, argumento, diálogos. Típico filme que passa de madrugada na televisão. Ainda bem que a maioria está a dormir a essa hora...

Marcus Vinicius

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Dobragens...

Pensava eu que as dobragens dos filmes originais para língua portuguesa ou inglesa já não aconteciam em Portugal... Recordo-me de ver algumas películas de Jackie Chan, dobradas em inglês (pelos próprios actores à posteriori) e noutras versões dobradas na nossa língua por amadores; ou sê-lo efectuado em alguns filmes de artes marciais mais antigos. Convenhamos que até lhe acrescentava a sua dose de piada... No entanto, sou um acérrimo defensor do visionamento dos filmes na sua língua de origem, seja ela qual for, pois para o bem ou para o mal, mantém-se toda a sua autenticidade. Qual foi o meu espanto, quando no passado sábado ligo para o canal RTP/2 para rever o filme Infernal Affairs e deparo-me com a dobragem do filme em inglês.

Se ao menos tivesse sido dobrado pelos actores que protagonizaram o remake The Departed (Jack Nicholson, Di Caprio, Matt Damon, entre outros) com certeza o resultado sera melhor. É óbvio que estou a ironizar, mas para mim foi um choque o que fizeram, ao apresentar a versão dobrada de um filme com alguns dos maiores actores de Hong-Kong da actualidade, casos de Andrew Lau, Tony Leung, ou Eric Tsang. Perdi logo a vontade de o rever e coloquei o dvd original do filme para recuperar do trauma...!

Já me basta alguns filmes (de qualidade duvidosa) no canal da Tv Cabo MGM dobrados num brasileiro imperceptível. Desculpem, mas tinha de manifestar este desbafo de indignação com o que a RTP fez a Infernal Affairs. Um dos maiores sucessos do cinema de Hong-Kong, mais recentes, não merecia este tratamento.

Sérgio Lopes

sábado, janeiro 20, 2007

Tokyo Psycho (Tôkyô Densetsu)


Japão, 2004, 78Min.

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Sinopse: Uma jovem vem recebendo estranhas e obscuras cartas anónimas com alguma frequência. À medida que a situação se repete, ela vai ficando cada vez mais assustada, apercebendo-se que um psicopata a anda a perseguir. Será que conseguirá descobrir a identidade do perseguidor ou será que o psicopata a apanhará primeiro?

Crítica: Tokyo Psycho trata-se dum filme de um dos cineastas da nova vaga do J-horror, Ataru Oikawa, responsável pela trilogia de terror de sucesso 'Tomie'. Filmado integralmente em vídeo digital, com a câmara ao ombro, o filme assemelha-se a uma produção caseira, de muito baixo orçamento. Algures entre o terror e o thriller psicológico, o filme não resulta em qualquer dos géneros, pois na globalidade é bastante mau.

A começar pelo aspecto visual; O DV (vídeo digital) é muito mal utilizado pelo cineasta japonês, que pretendia, deste modo, oferecer maior realismo à história. No entanto, não o consegue. Pelo contrário, a fotografia é péssima, apresentando uma qualidade de imagem muito pobre e acrescentando um carácter amador à película. Low Budget, não implica que os filmes automaticamente sejam maus (veja-se o exemplo de The Blair Witch Project, entre outros), mas em Tokyo Psycho a câmara digital é utilizada de um modo que o low budget se transforma em pobre e mal executado.

O argumento é minimalista e visa a velha história do psicopata que persegue a rapariga, antiga colega de escola, com quem não casou... (daí as cartas que recebe terem escritas a mensagem "Eu sei que nasceste para casar comigo"). As personagens também não abonam em nada ao bom desenrolar da narrativa, pois são pouco ou nada desenvolvidas e o espectador pouco se importa com o que lhes acontece. Para agravar, os actores que interpretam tanto vítima, como psicopata também têm performances no mínimo desapontantes, pouco credíveis e inadequadas (falha no casting?). A música de piano que acompanha toda a película é também extremamente irritante.

Tokyo Psycho tenta aproveitar uma onda de terror gerada por dois serial Killers reais no Japão e numa manobra de publicidade apresenta o filme como baseado em factos reais, apesar de na realidade, em nada se assemelhar ao sucedido, apenas sendo levemente inspirado por esses acontecimentos. Enfim... Mesmo utilizando esse truque manhoso, o realizador Ataru Oikawa não se livra de ficar ligado a uma obra para esquecer. O filme dura 79 minutos apenas, mas acreditem que são 79 longos minutos. A evitar a todo o custo.

Sérgio Lopes

sexta-feira, janeiro 19, 2007

The Matrimony, teaser trailer

” Uma mulher descobre a chave que abre a porta do quarto no sótão que o mardo a proíbe de entrar. Mal ela abre a porta, é confrontada com a existência de uma mulher que o seu marido teima em esquecer...”

Esta é a sinopse de 'The Matrimony', o novo filme produzido pelos irmãos Huayi, responsáveis pela produção de alguns dos mais recentes filmes de sucesso chineses, tais como, Kung Fu Hustle, ou The Banquet, entre outros. Já existe um teaser trailer via You Tube que pode ser acedido abaixo. Mais informações serão colocadas no cineasia, assim que estiverem disponiveis.



Sérgio Lopes

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Invisible Waves


Tailândia/Holanda/Coreia do Sul/Hong Kong, 2006, 125Min.

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Sinopse: Kyoji mata a amante, Seiko, e fica com sentimentos de culpa. Seiko era também a mulher do chefe de Kyoji, Wiwat, que ao descobrir que ela o traía, contratara Kyoji para a matar. Num cruzeiro para a Tailândia, onde Kyoji planeia se esconder, conhece a bela e misteriosa Noi. Ela cativa de imediato Kyoji, mas as suas vidas já se encontram entrelaçadas de uma maneira que ele nunca imaginará...

Crítica: Do realizador tailandês Pen-ek Ratanaruang e com fotografia do conceituado Christopher Doyle, dupla responsável pelo aclamado 'Last life In The Universe', chega-nos o amplamente aguardado Invisible Waves, mantendo as directrizes do trabalho anterior, com características intimistas, mas que procura maior projecção internacional. Em primeiro lugar, porque o filme é falado em simultâneo em inglês e nas várias línguas nativas (uma vez que a acção decorre em Hong-Kong, Macau e Tailândia) e em segundo lugar, conta com um elenco asiático internacional, casos do japonês Asano Tadanobu, do veterano de Hong-Kong Eric Tsang, e da actriz coreana Gang Hye Jung (Oldboy).

O filme segue a vida de Kyoji, que é obrigado a assassinar a mulher do seu patrão, com quem mantinha um caso de adultério. Depois embarca num cruzeiro para a Tailândia onde procura a redenção. Mas as coisas não correm como planeado e à chegada à estância turística de Phuket está sozinho e isolado. A maior parte do filme decorre dentro do barco, um local sinistro no qual o que é real e surreal se confundem. Kyoji movido pela culpa do crime que cometeu desce aos infernos durante essa viagem, encontrando algumas situações bizarras e personagens caricatas, não se adpatando ao local, assemelhando-se quase a um fantasma.

A crescente sensação de paranóia e inadequação tem um paralelo com Shining de Kubrick e o realizador Tailandês descaradamente colhe influências directas da película do mestre Kubrick, quer numa das cenas onde a palavra "REDRUM" aparece escrita no espelho, quer noutra cena chave durante a viagem de barco, onde ocorre uma conversa entre Kyoji e um barman no bar da embarcação... Encontam algum paralelo? Pena que o resultado final não se aproxime nem de perto, nem de longe da mestria do génio Stanley Kubrick.

Isto porque o filme é demasiado longo e cada cena parece ter sempre mais duração do que aquela que devia. Com um argumento minimalista, nem a fotografia de Doyle o salva, uma vez que o exagero na saturação de cinzentos e cores escuras, acaba por cansar. Embora com poucos diálogos, quando os há, não são nada conseguidos, pois a maior parte são falados em inglês e os actores ou não conseguem ter uma pronúncia correcta ou dramaticamente não aplicam o tom adequado ao sentimento a transmitir. Invisible Waves é pois um filme demasiado pretensioso. Não sendo uma má proposta, desilude ficando a meio caminho entre o arty e o comercial.

Sérgio Lopes

terça-feira, janeiro 16, 2007

The Host no Fantasporto 2007!

O amplamente aguardado mega blockbuster Coreano "The Host", de Bong Joon-ho, será projectado na próxima edição do Fantasporto! A 27.ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto regressa a 19 de Fevereiro e prolonga-se até 4 de Março. Num festival cada vez mais interessante, refinado, selectivo e surpreendente, filmes como El Labirinto Del fauno de Guillermo Del Toro ou The Fountain de Darren Aranovski, e ainda uma retrospectiva do cineasta russo Andrei Tarkovski, serão com certeza atracções maiores.

Na secção Orient Express, dedicada ao cinema asiático, para além de "The Host", poderemos assistir a "Time", do sul coreano Kim Ki-duk, "Paprika", de Satoshi Kon, "The Promise", de Chen Kaige, ou o galardoado "Isabella", de Ho Cheung Pang, entre outros. Imperdível!.

Sérgio Lopes

sábado, janeiro 13, 2007

Black Night (Hak Yae)

Hong-Kong/Japão/Talândia, 2006, 90Min.

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Sinopse: Uma compilação de três curtas de terror de três realizadores asiáticos de universos diferentes, Hong-Kong, Japão e Tailândia.

Crítica: Nos últimos tempos, dado o sucesso de algumas produções de cinema asiático de terror, é comum haver antologias que juntam realizadores de países diferentes, de modo a apresentarem a sua abordagem pessoal ao horror. Algumas dessa compilações são, por exemplo, 'Three', 'Three... Extremes', ou 'Dark Tales Of Japan', entre outros. Black Night é a última compilação do género a ser lançada e é de longe a pior de todas. Três contos de terror, de Hong-Kong - 'Next Door', Japão - 'Dark Hole' e Tailândia - 'Lost Memory', dos quais apenas o segmento tailandês foge à mediania reinante.

'Next Door'

Realizado por Patrick Leung, Next Door, centra-se num triângulo amoroso assombrado. Jane (Annie Liu) regressa a casa do seu namorado que entretanto tivera um caso amoroso com Hosie (Race Wong) a vizinha do lado actualmente desaparecida. Escusado será dizer que as assombrações irão surgir com o regresso de Jane. Os problemas deste segmento são vários: Os personagens são pouco desenvolvidos e completamente descartáveis, não criando qualquer empatia com o espectador, a trama é demasiado vulgar, a realizaação muito pobre e uiliza todos os clichés do género terror em apenas 30 minutos. No final deste segmento, só queremos é esquecê-lo por completo.

'Dark Hole'

Realizado por Akiyama Takahiko, Dark Hole é sobre Yuki (Asaka Seto), uma mulher que trabalha num aquário e que criou uma criatura indescritível que nomeou de "Hyu" quando era criança, mas que agora desata a assassinar pessoas (vive dentro de uma poça de água !), ou será que é Yuki que tem múltiplas personalidades...? É no fundo esta a trama do segmento Dark Hole, rodado em vídeo, utilizando os efeitos especiais mais fracos que se possam imaginar, e um argumento ainda mais pobre que o segmento Next Door. Aparições em sonhos e outros clichés do género não abonam em nada ao reesultado final. No fim, nem sabemos se a criatura existe ou não (nunca a vemos), nem sequer compreendemos algo do que se está a passar. Enfim, adiante...

'Lost Memory'

Realizado por Thanit Jitnukul, Lost Memory centra-se em Prang, uma jovem e bela mãe que sofre de perda parcial de memória, após um acidente de carro e tenta compor a sua vida, enquanto cuida do seu jovem filho. Com uma realização segura, personagens credíveis e algumas belas imagens sinistras, marcantes e bem conseguidas, Lost Memory é o único segmento que destoa da mediania reinante. Embora recorrendo a alguns clichés do género (anda assim poucos) a sua força reside no drama familiar subjacente e na abordagem ao terror psicológico, criando assim o único segmento digno de ser visto nesta antologia.

Black Night pauta-se assim por uma antologa de terror fraquinha, que nada traz de novo ao género. Perfeitamente dispensável no universo de flmes de terror asiáticos.

Sérgio Lopes

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Estreia da Semana - Fearless

A lenda de artes marciais Huo Yuanjia, que se tornou no mais famoso lutador da China nos primórdios do século XX. Huo enfrentou tremendas tragédias pessoais desbravando por fim o caminho para além das trevas e para um lugar na história, definindo, para todo o sempre, o verdadeiro espírito das artes marciais. O seu auto conhecimento, e as escolhas que fez ao longo da vida, inspiraram uma nação...

Esta é a premissa de Fearless, o derradeiro filme protagonizado por Jet Li e que promete ser um regresso aos grandes épicos de artes marciais. O Trailer pode ser visualizado AQUI.

Não esquecer igualmente o filme The Grudge 2, para quem tiver paciência para mais uma história de fantasmas e assombrações. Desta vez, é o remake americano do filme homónimo, e conta de novo com o realizador original, o japonês Takashi Shimizu e com a vampira Buffy Sarah Michelle Gellar como protagonista. O trailer pode ser acedido AQUI.


Sérgio Lopes

terça-feira, janeiro 09, 2007

Bloody Tie (Sasaeng Gyeoldan)

Coreia do Sul, 2006, 117Min.

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Sinopse: Sang-do, um intermediário no submundo das drogas e o detective da divisão dos narcóticos Doh, embora em lados opostos da lei, têm um objectivo em comum: Capturar o barão da droga na Coreia, Jang-chul. E para o conseguirem, os dois homens iniciarão uma batalha mortífera...

Crítica: Depois da aclamação e sucesso de A Bittersweet Life, parece que a moda dos thrillers com maior ou menor refercência ao policial Noir se implantou de vez. Um dos vários exemplos, é Bloody Tie, cuja acção se desenrola nas docas de Busan (a segunda maior cidade da Coreia e um dos maiores centros de droga do país) e narra a aliança algo singular entre 2 homens: um detective da divisão dos narcóticos, Doh Jingwang, que oferece protecção a um pequeno intermediário do submundo do tráfico de drogas, que é o seu informador.

Embora pareça o típico buddy movie, no qual polícia e criminoso juntam esforços e criam empatia mútua, aqui não é o caso. Eles necessitam um do outro, é certo, pois têm o objectivo comum de derrubar o barão da droga da cidade. No entanto, o seu relacionamento é sempre dificil e pleno de conflitos, servido pelo uso constante da violência, pois só sobrevive o mais forte. Em Bloody Tie, tanto polícia como criminoso, utilizam a exploração mútua para atingir os seus objectivos.

Trata-se de um filme coreano, que embora se paute por um thriller convencional, apresenta algumas boas doses de violência e alguma nudez, pouco usual em películas deste género no país. Com um argumento um pouco minimalista, a sua grande força reside no duo de protagonistas, personagens fortes, multidimensionais e complexas, cujas motivações vão conduzindo a narrativa. Ambos os actores estão em grande forma, tanto Ryoo Seung-beom (Crying Fist) como Hwang Jeong-min (A Bittersweet Life), sem dúvida dois dos melhors actores actualmente na Coreia do Sul.

O realizador Choi Ho, é hábil na realização e consegue transmitir a autenticidade dramática necessária, não só através do desenvolvimento de personagens, mas também recorrendo a alguns truques, quer utilizando montagem em flashback, quer por vezes, dividindo o écrân a meio, com cenas distintas em simultâneo, um pouco à Brian De Palma. No fundo, Bloody tie capta toda aquela essência dos filmes de crime de Hong-Kong dos anos 80, acrescentando-lhe estética visual cuidada característca do cinema coreano. Uma proposta que cumpre o seu propósito de entreter.

Sérgo Lopes

sábado, janeiro 06, 2007

Ringu (Ring)

Japão, 1998, 96Min.

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Sinopse: Exactamente uma semana após terem estado numa cabana de férias, um grupo de adolescentes japoneses, todos eles, morem inexplicavelmente. A prima de uma das vítimas, a jornalista Reiko Asakawa (Nanako Matsushima) inicia a investigação e descobre uma cassete VHS que contém bizarras e perturbantes imagens. Após visioná-la, recebe um telefonema a alertá-la que dentro de uma semana...irá morrer! Rapidamente terá de agir, com a ajuda do seu marido Ryuji (Hiroyuki Sanada), para que juntos, consigam descobrir o significado do vídeo bizarro e acabar com a maldição sobrenatural.

Crítica: A trama de Ringu é simples, porém original, centralizada na repórter Reiko Asakawa que começa uma investigação sobre uma série de mortes misteriosas que são desencadeadas ao assistir a uma determinada fita de vídeo. No entanto, este filme dirigido em apenas cinco semanas e com um orçamento magro na ordem dos 1,5 milhões de dólares, foi o filme de terror de maior sucesso de todos os tempos no Japão.

Realizado por Hideo Nakata (Dark Water, Chaos), baseado num best seller do escritor Koji Susuki, Ringu traduz-se num notável exercício de terror psicológico, fruto sobretudo do mérito do cineasta Japonês, que mesmo com poucos meios consegue agarrar o espectador do primeiro ao último frame. Com uma condução da narrativa sempre eficaz e segura, Nakata cria um ambiente de tensão permanente, que quase chega a ser claustrofóbico, apoiado eficazmente por uma banda sonora da autoria do compositor Polaco, Krzysztof Penderecki, responsável pelas partituras dos emblemáticos The Shining e The Exorcist, bem como pelo compositor japonês Kenji Kawai. Destaque também para a actriz Nanako Matsushima, com uma performance imaculada, forte e segura.

Ringu deu origem a uma sequela 'Ringu 2', a uma prequela 'Ringu 0' e a uma série de televisão. Quanto a remakes, tanto Ringu como Ringu 2, sofreram o remake americano, intitulados respectivamente 'The Ring' (realizado por Gore Verbinski) e The Ring 2, este último (muito mauzinho) realizado pelo próprio Hideo Nakata. Não esquecer também o remake coreano de seu nome 'Ring Virus'.

A importância de Ringu é tal, não só porque influenciou a onda new wave de terror asiático (a moda das raparigas de longos cabelos negros que atemorizam tudo e todos), mas também, porque abriu as portas à internacionalização do cinema asiático e dos remakes americanos de filmes de sucesso asiáticos, não exclusivamente no domínio do terror. Para quem gosta de filmes de terror psicológico, não deve perder Ringu. Hideo Nakata manipula a tensão iminente como ninguém e cria com Ringu um filme que após o visonamento deixa o espectador com uma sensação de medo e desconforto.

Sérgio Lopes

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Cineasia entre os 20 melhores blogues de cinema de 2006!

É com enorme honra e satisfação que o cineasia figura na lista dos 20 melhores blogues de cinema de 2006, selecionados pelo conhecido crítico de cinema português Lauro António no seu espaço. Dos vintes blogues um será considerado o melhor pelos colegas bloggers que poderão votar no blogue de Lauro António. A lista dos vinte lustres integra, entre outros, o Hollywood do meu caro amigo Miguel Lourenço Pereira, o Pasmos Filtrados do escriba filosófico Francisco Mendes (talvez a pessoa que melhor escreve na comunidade cinéfila blogger), o Play it Again de uma verdadeira apaixonada pelo cinema de todos os géneros e de todos os tempos, ou ainda, o Brain Mixer, com as suas equações aritméticas de dar a volta ao cérebro e o Zona Negra, com as suas críticas a filmes série B e Série Z e os seus passatempos e enigmas.

Destaquei estes blogues por serem de visita diária, mas todos os seleccionados são merecedores do devido destaque dada a sua qualidade e originalidade. Aqui fica a lista dos vinte magníficos:

Acossado, O
Amarcord
Aranhas, As
Brain-mixer
Cineasia
Cineblog
De que raio é que ele está a falar??
Estado Civil
Fila do meio
Grindouse
Hollywood
Imagens Perdidas
Last Picture Show
Mise en Abyme
Mulholand Drive
Pasmos Filtrados
Play It Again
Royale With Cheese
Wasted Blues
Zona Negra

Sérgio Lopes

quinta-feira, janeiro 04, 2007

E o grande vencedor é...

Chegamos finalmente ao topo da tabela dos 5 melhores de 2006. Aqui ficam o segundo classificado e o grande vencedor:

2. Dog Bite Dog

Pang Jr., um jovem assassino do Cambodja, chega a Hong Kong para assassinar a esposa de um juíz. Mas assim que Pang termina o seu trabalho, entra em conflito com o seu chefe e vê-se a deambular nas desconhecidas ruas de Hong-Kong. Entretanto, o detective Wai e a sua equipa, após chegarem à cena do crime iniciam a investigação, investigação essa que irá levar a um confronto animalesco entre os dois homens. Os dois trasformam-se em autênticos cães selvagens em mútuos ataques até que um deles desfaleça!

Parece um típico filme polícia - criminoso? Mas não é. Brutal, sombrio, perturbante... mas deveras original, a fazer jus ao melhor cinema de acção de Hong-Kong. O uso das sombras e de uma luz que torna cada frame super-realista, faz com a brutalidade de certas cenas, para além de desconfortável, seja verosímil. Uma realização fabulosa, uma música sombria e eficaz e performances superiores do duo de actores principal, fazem de Dog Bite Dog a grande surpresa do ano de 2006. É um filme arriscado, mas cujo risco calculado se traduziu numa das mais originais propostas de 2006. Em breve o cineasia fará a crítica a Dog Bite Dog.

1. A Tale Of Two Sisters

A história gira em torno de duas irmãs que regressam a casa, após terem estado numa instituição mental. Em casa encontram o pai e uma madrasta cruel. A relação entre as três começa a deteriorar-se ao ponto de a irmã mais forte (brilhante Im Su-jeong), tentar proteger a mais fraca (Mun Keun-yeong), das investidas da madrasta que sentem como uma enorme ameaça para ambas. Ao mesmo tempo, começam a surgir estranhas aparições e fenómenos invulgares no seio da casa…

De kim Jee-Woon, cujo filme 'A Bittersweet Life' figura duas posições abaixo este Top 5, é também este A Tale Of Two Sisters, provavelmente a obra-prima asiática de terror psicológico. Intelectualmente inteligente e combinando de forma quase perfeita o thriller psicológico, drama e terror, servido por uma banda sonora magnífica e uma realização sublime, fazem deste filme a consagração de um valor seguro do cinema Sul Coreano. Kim Ji-woon baseia toda a estrutura cinematográfica num argumento fabuloso, na realização e no estilo visual, de modo a criar uma atmosfera densa de tensão capaz de provocar verdadeiros sustos, sem recorrer ao terror directo que advém da utilização do gore ou do uso de cenas de violência gratuita. Para quem gostar de filmes de terror inteligentes na linha de por exemplo, O Sexto Sentido, vai apreciar 'A Tale Of Two Sisters'. Simplesmente imperdível!

TOP 5

1. A Tale Of Two Sisters
2. Dog Bite Dog
3. A Bittersweet Life
4. The King And The Clown
5. The Host

Sérgio Lopes

quarta-feira, janeiro 03, 2007

4º e 3ºs melhores de 2006 asiáticos

Continuando a subir na tabela dos 5 melhores filmes asiáticos do ano, aqui ficam o quarto e terceiro melhores de 2006:

4. The King and The Clown

Dois palhaços, que fazem espectáculos de rua, durante a dinastia Chosun, são capturados quando representam uma peça que satiriza o rei. São levados para o palácio e ameaçados de execução, a menos que consigam fazer o rei rir-se dessa mesma peça. Entretanto, o rei começa a sentir uma estranha atracção por um dos palhaços…

'The King and The Clown' é a escolha oficial da Coreia do Sul para concorrer aos óscares na categoria de melhor filme de língua estrangeira, em detrimento do mega sucesso de blheteira, The Host. Baseado em factos reais, o filme centra-se na amizade entre dois palhaços de rua e nas peripécias que sofrem para não serem executados às mãos do todo poderoso rei. Temas como a homossexualidade e os valores da amizade são tratados, numa película a lembrar a grandiosidade de outras obras como por exemplo Farewell My Concubine. A química entre os dois actores eleva o filme a uma fasquia muito elevada, na qual um argumento muito bem delineado e uma realização segura, fazem de 'The king and The Clown' um misto de drama histórico de época, com toques de comédia e alguma aventura. Um flme a reter.

3. A Bittersweet Life

Sun-Woo tem servido o seu patrão, presidente Kang, fidedignamente nos últimos 7 anos, sendo por isso o seu braço direito e gerente do seu hotel. Kang vem mantendo um caso amoroso com uma rapariga muito mais nova do que ele suspeitando que ela o anda a trair. Assim sendo, entrega a missão de descobrir a veracidade dos factos ao seu fiel colaborador, pedindo-lhe que não tenha misericórdia caso a traição seja real… A batalha que se irá despoletar vai ultrapassar os valores da honra, lealdade ou vingança…ultrapassando os limites do razoável.

De Kim Jee-Woon, só se poderia esperar algo de bom. Depois da comédia negra mordaz 'The Quiet Family' e do fabuloso exercício de terror pscológico 'A Tale Of Two Sisters', o realizador coreano volta a mudar de registo e cria o primeiro filme noir Coreano, A Bittersweet Life. O filme explora a temática da vingança, mas de forma muito original: excelentes cenas de acção (coreografadas ao estilo John Woo), intercaladas com momentos de narrativa lenta (mas visualmente soberbos) servidos por uma música clássica de fundo da autoria de… Chopin! As cores, vermelho e negro, são utilizadas de forma perfeita pelo realizador como forma de ilustrar o ambiente do filme. Estreado em Portugal em poucas salas de cinema e com um atraso de quase seis meses em relação ao previsto, A Bittersweet Life perdeu-se entre as inúmeras propostas apresentadas nos nossos cinemas a maior parte delas de duvidosa qualidade. É pena... mas resta o DVD para quem quiser apreciar mais uma excelente proposta vinda da Coreia do Sul.

Sérgio Lopes

terça-feira, janeiro 02, 2007

Top 5 - Filmes Asiáticos 2006

O cineasia decidiu eleger (na humilde opinião do seu criador) um Top 5 dos filmes asiáticos projectados em 2006, incluindo alguns que, apesar de já serem anteriores ao ano que findou, estrearam em Portugal e por isso, merecem o devido destaque. Outras películas, de anos anteriores, também marcaram (para o bem e para o mal) este cinéfilo apaixonado, entre elas o desconcertante Visitor Q de Takashi Miike, o hipnótico Cure de Kiyoshi kurosawa, os clássicos Contos da Lua Vaga de Mizoguchi e Woman in The Dunes de Hiroshi Teshigahara, ou ainda deste ano, Hanging Gardens de Toshiaki Toyoda ou Welcome to Dogmakgol, entre muitos outros.

Mas tinha de escolher os 5 magníficos (ressalvando que ainda não visionei Time de Kim Ki-Duk ou o amplamente aguardado I'm a Cyborg, But That's Ok de Park Chan-Wook). Os filmes serão apresentados diaramente por ordem crescente de importância.

5. The Host

Uma criatura mutante emerge do rio Han, atacando os cidadãos que se encontram no parque, e arrastando consigo Hyeon-seo. Kang-du acredita que a filha ainda está viva e, escapando à quarentena imposta pelas autoridades — que alertam para um vírus altamente contagioso, detectado nos que estiveram próximos da criatura —, a família une-se numa desesperada missão de salvamento e numa corrida contra o tempo.

Um filme para toda a família, um monster movie como nunca antes visto. Um misto de comédia, aventura, horror, drama e excelentes efeitos especiais na concepção da criatura, fizeram de The Host o maior sucesso de bilheteira de sempre na Coreia do Sul e a aclamação de crítica e público um pouco por todo o mundo. Do realizador do superlativo 'Memories Of Murder', Bong Joon-Ho, The Host é um óptmo entretenimento para toda a família, com certeza, traz uma enorme lufada de ar fresco ao género e confirma o cineasta coreano como um dos mais originais do panorama actual. Para ver numa sala de cinema (esperamos nós) num écrân gigante e com um som poderoso.

Sérgio Lopes

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Cineasia 2007

Caros visitantes, colaboradores e amigos, que frequentam este humilde espaço, o cineasia deseja a todos as maiores felicidades e um ano de 2007 cheio de coisas boas e recheado de sucesso.

Quanto ao cineasia, vai abandonar as classificações dos filmes de 1 -10. A partir de 2007, vamos apenas escrever textos sobre os filmes , mas não vamos colocar classificação, isto porque, é sempre subjectivo. Continuaremos a fazer críticas a diversos filmes, mas o leitor terá um texto para que no final faça a sua própria introspecção sobre o que leu.

Quanto ao resto, desejo que, pelo menos, o cineasia se mantenha um espaço interessante o sufciente para merecer algum destaque na blogosfera nacional.

Abraços e beijos a todos os que ajudam este espaço a crescer.

Sérgio Lopes