sexta-feira, novembro 11, 2005

Gabal (The Wig)


Coreia do Sul, 2005, 106Min.

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Depois do sucesso mediático das obras de terror asiático de Hideo Nakata, nomeadamente, “Dark Water” e “Ringu” (ainda que sejam filmes com aclamação algo exagerada), parece que este género de cinema está na moda. Vários têm sido os novos realizadores asiáticos a conceber películas com o intuito de assustar o espectador. O principal problema tem sido superar o pioneirismo de Nakata, por isso, é raro, uma obra superar as duas obras acima citadas. A solução tem passado, não pela imitação, mas por uma espécie de abordagem paralela ao tema explorado por Nakata. É o caso de Gabal. A maldição incide, desta vez, numa…peruca.

Sinopse: Su-hyeon, uma rapariga com leucemia, sai do hospital após tratamentos intensivos de quimioterapia. O médico transmite à irmã Ju-hyeon que Su-hyeon apenas tem uma semana de vida. Ju-Hyeon oferece uma peruca à irmã que entretanto perdera todo o cabelo devido aos tratamentos e aguarda resignada pela inevitável morte desta. No entanto, após colocar a peruca, Su-hyeon melhora subitamente a olhos visto, ao mesmo tempo que estranhas mortes vão sucedendo…

Crítica: É óbvio que a peruca está possuída por um espírito (Novidade? Só no objecto da possessão) e consequentemente toma conta da vida de Su-hyeon, mudando-lhe os hábitos, atitudes e até o aspecto físico. Rapidamente a situação irá se degradar e ter repercursões nas pessoas que rodeiam Su-hyeon, nomeadamente a irmã e seu namorado.

O jovem realizador Shin-yeon Won utiliza os diversos clichés do género para criar o ambiente de horror. No entanto, não se sai muito bem. A toada é demasiada lenta e não há grande desenvolvimento de personagens e essa narrativa lenta nos primeiros dois terços do filme é contraposta com o clímax e o twist final no último terço do filme. Apesar de tudo, o twist final é um pouco sangrento, brutal e inesperado e será isso que poderá de alguma forma salvar o filme.

Gabal é mais um filme de terror asiático, razoável, com algumas surpresas e alguns bons momentos de horror e com interpretações seguras. Perde obviamente, comparativamente com os percursores do terror asiático na medida em que é uma abordagem idêntica a um género já experimentado.

Classificação: 4/10

Sérgio Lopes