
Coreia do Sul, 2005, 105Min.
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Sinopse: Sun-Jae, após se separar do marido, muda-se para um pequeno apartamento, nos subúrbios, com a sua filha de seis anos de idade. Após encontrar um par de sapatos rosa numa carruagem do metro, a sua vida irá entrar numa espiral de paranóia e pesadelo, exercendo inexplicável influência na vida de Sun-Jae…
Crítica: Mais um filme de terror baseado num objecto amaldiçoado que exerce uma influência sobrenatural sobre os personagens. Foi assim em “one missed call” e “phone” – telemóveis, “Ringu” – uma cassete de vídeo, “Gabal” – uma peruca ou “Cello” – um violoncelo, entre outros. Em “Red shoes” é um par de sapatos cor-de-rosa (sim, na realidade são bem cor-de-rosa e não vermelhos) que de certa forma, influencia as atitudes e maneirismos de mãe e filha.
A partir do momento em que os sapatos são encontrados por Sun-jae, estranhas mortes ocorrerão e acontecimentos inexplicáveis surgirão. O objecto cria tal obsessão, que até mãe e filha lutam (literalmente) pela posse dos tão almejados sapatos cuja origem e possível maldição que paira sobre eles provém dos tempos coloniais.

O realizador Kim Yong-gyun (Hypnotised), conhecido pelo cuidado visual apurado nas suas películas, cria novamente, em “Red Shoes”, planos de uma beleza estética assinalável. Por outro lado, centra toda a narrativa na personagem feminina central e na sua dificuldade em retomar a sua vida após um divórcio e uma mudança de casa. É neste indefinição psicológica que o cineasta traça o desenrolar da narrativa.
A partitura musical da autoria de Lee Byung-woo (compositor do fabuloso “A tale of two sisters”) cria um ambiente verdadeiramente assustador, em determinadas cenas, recorrendo a sons electrónicos ou suspiros vocais que em sintonia com os planos de câmara de Kim Yong-gyun, são bastante eficazes.
A actriz Kim Hye-su tem um desempenho bastante bom na composição de uma mãe com desejos e expectativas legítimas, embora pessimista e psicologicamente afectada. O espectador nunca sabe se esse estado de espírito deriva directamente da situação vivida por Sun-Jae ou se tem ligação directa ao objecto amaldiçoado.

No entanto, o filme peca devido à indefinição de argumento: Afinal de contas, o que provoca os acontecimentos estranhos e as mortes em catadupa? No final, ficamos sem saber. O famoso twist final inexplicável tão apreciado pela maioria dos cineastas asiáticos do género, acaba por estragar uma película que até tem bastantes pontos positivos. Desafio a quem visionar o filme que consiga determinar qual o sentido que a cena final no metro (assustadora e esteticamente muito boa mesma), ou seja, o pseudo-twist final…
Em suma, “Red Shoes”, tem os seus pontos positivos, mas não deixa de ser apenas mais um filme de terror asiático. Poderia ser muito melhor…
Classificação: 5/10
Sérgio Lopes
2 Comments:
boas Sérgio!
vi a tua lista há pouquinho.
Muito estruturada.
Tem lá cenas que à partida estou interessado.
mas agora vou hibernar uma semana e meia na net pois tenho afazeres académicos inadiáveis.
depois falo contigo
boa semana
fernando
Boas Fernando. Depois encontramo-nos então pessoalmente qd te der jeito, uma vez que somos ambos de Gaia, ok?
Dps diz qk coisa.
Cumprimentos,
Sérgio Lopes
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