quarta-feira, janeiro 25, 2006

Infernal Affairs 2

Hong Kong, 2003, 119Min.

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Sinopse: Em 1991, Ming, um jovem enérgico e cruel, acaba de assassinar o parão do submundo do crime de Hong-Kong. Com o pai morto, o seu filho Ngai que não tem o menor conhecimento da arte de matar é obrigado a substituir o pai e tomar conta do seu legado. Ngai é um homem de negócios que à semelhança de Michael Corleone (O padrinho) gradualmente se irá transformar no novo patrão do crime de Hong-Kong...

Crítica: "Infiltrados 2" (Infernal Affairs 2), a segunda parte da famosa trilogia de Hong-Kong, adensa os ambientes de conspiração e, em vez de se concentrar na dupla de agentes do episódio inicial, debruça-se sobre os seus patrões, Wong (Anthony Wong), da polícia, e Sam (Eric Tsang), das tríades, cujas participações eram já determinantes no episódio inicial mas que aqui se tornam centrais.

Decorrendo num período temporal anterior ao do primeiro filme, "Infiltrados 2" é uma prequela que permite compreender mais a fundo as motivações e códigos de conduta de algumas personagens, evidenciando ainda que o conflito entre a polícia e as tríades é alvo de proporções quase míticas.
A aura trágica e amargurada reforça-se num filme que contém menos cenas de acção do que o antecessor mas que aprofunda os momentos de carregada tensão psicológica. Não é que não haja por aqui um número considerável de twists, mas o mais interessante é o foco da juventude de Yan e Ming e a forma como os seus compromissos enquanto agentes infiltrados começam a suscitar um inevitável isolamento, individualismo e solidão que nunca mais os abandonará.

Houve quem comparasse este segundo episódio à marcante saga "O Padrinho", de Francis Ford Coppola, e a comparação faz sentido se atentarmos a que ambas as obras abordam conflitos familiares e morais onde o drama e o thriller se imbricam de modo espontâneo, com resultados suficientemente intrigantes e memoráveis. No entanto, o exagero de sub-plots no enredo acaba por transformar a segunda parte da trilogia Infiltrados numa obra algo inferior ao primeiro filme da saga. Apesar de tudo, vale a pena o seu visionamento.

Classificação: 6/10

Gonçalo Sá