sábado, janeiro 07, 2006

Shutter (They are around us)

Tailândia, 2004, 95Min.

Página Oficial e Trailer - Fotos

Sinopse: Um jovem fotógrafo, Thun, e a sua namorada Jane, descobrem sombras misteriosas nas suas fotografias, após o testemunho de um acidente. À medida que investigam o fenómeno, encontram outras fotos contendo idênticas imagens sobrenaturais. Jane acaba por descobrir que Thun lhe oculta algo e que os seus amigos são vítimas de estranhas ocorrências. Não faltará muito para o casal perceber que não se pode fugir ao passado…

Crítica: Saturados da recente onda de filmes de terror asiáticos, repetitivos e sem o mínimo de coerência no que toca principalmente à razão de ocorrência dos fenómenos que assolam os protagonistas, eis que surge uma proposta das Filipinas, que apesar de recalcar algumas ideias já vistas, anteriormente, em filmes como “The Eye”, “Ringu” ou “Ju-hon”, consegue encontrar o seu espaço na panóplia de filmes do género, recomendáveis.

Se há filmes onde o trabalho do realizador se nota, é o caso de Shutter. O intuito do filme é assustar e de facto, o filme, a espaços contém cenas de arrepiar. A dupla de realizadores tailandeses Pisanthanakun Banjong e Parkpoom Wongpoom aproveita na perfeição o uso da escuridão (o que não vemos ainda nos consegue assustar mais) e dos efeitos sonoros para criar o ambiente propicio de mistério e medo a que os protagonistas estão sujeitos.


O filme contém uma série de cenas clássicas da recente onda de películas de terror asiático, mas que em Shutter funcionam melhor do que em alguns homónimos coreanos como Red Shoes ou Gabal, por exemplo. Talvez o facto de a premissa ser baseada em algo que poderá ser verosímil (aparecimento de imagens sobrepostas em fotografias), faça com que algumas cenas algo forçadas, aqui funcionem melhor.

A dupla de protagonistas é igualmente um ponto positivo a destacar, na medida em que compõe um trabalho de personagem bastante coerente e credível, o que prova que os actores asiáticos têm uma capacidade dramática bem acima da média, na maior parte dos casos.

Tal como em O Sexto Sentido de Shyamalan, a forma como a história é contada, suportada em acontecimentos que implicam alguma pesquisa por parte do realizador prende muito mais a atenção do espectador. Porque o espectador, embora saiba que se trata de um filme (sujeito a todos os exageros inerentes ao entretenimento) não quer ser insultado intelectualmente, por isso deve haver alguma lógica associada aos acontecimentos ocorridos. Aliada a uns sustos bem conseguidos, torna-se uma mais valia. Foi assim em The Eye. Foi assim em o Sexto Sentido ou The Others, para citar dois exemplos americanos. Shutter não desilude…

Classificação: 6/10

Sérgio Lopes