quinta-feira, janeiro 19, 2006

Tale of Cinema (Keuk-jang-jeon)

Coreia do Sul, 2005, 90Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um rapaz, Lee Ki-woo, encontra acidentalmente uma antiga colega de escola, Uhm Ji-won e combinam um encontro para aquela noite. O casal acaba por ter relações sexuais nessa noite e tentar um duplo suicídio por ingestão de comprimidos, no entanto, sem sucesso. Voltando para casa, o rapaz culpa a sua mãe pelo ocorrido. Não obtendo a compreensão desta, Lee Ki-woo corre desenfreado para o telhado de sua casa, exclamando o nome da sua mãe…

Neste altura, o filme avança no tempo, onde somos confrontados com outro rapaz, Dong-soo, mais velho, que segue Uhm Ji-won, agora uma actriz de sucesso, reclamando que Lee Ki-Woo (agora um realizador em fase terminal de vida) baseou a história do seu filme na sua própria vida…

Crítica: A par dos inúmeros realizadores criativos coreanos (Park Chan-Wook, Kim Jee-Woon, Kim Ki-Duk, entre outros), Hong Song-soo mantém-se como o cineasta coreano independente com maior visibilidade e reconhecimento internacional. Tale of Cinema, foi mesmo seleccionado para projecção no festival de Cannes de 2005, tendo recebido opiniões divergentes aquando da sua visualização.

Tale of Cinema é um retrato introspectivo sobre um filme dentro de um filme e sobre a forma como a ficção pode afectar a realidade. As personagens centrais do filme são apresentadas pelo realizador como tendo angústias existenciais e sentimentos negativistas o que provoca pouca empatia com os espectadores. Embora se identifique com alguns dos sentimentos experimentados pelos personagens, o espectador sente-se enfadado pelas sequências de mau sexo, conversas de circunstância (algumas descartáveis) e uso abusivo do tabaco e álcool.

De facto, são inúmeras as cenas em que vemos os protagonistas a afogar as mágoas em garrafas de bebidas alcoólicas ou a fumar cigarros Marlboro uns atrás dos outros, o que se torna saturante. A própria realização de Hong Song-soo depende de alguns planos de câmara mais engenhosos, nomeadamente com o uso de planos aproximados dos personagens, para de alguma forma escapar a alguma monotonia reinante. A utilização da narração dos acontecimentos também nos permite compreender que a certo ponto, estamos a visualizar um filme dentro do filme.

Em suma, Tale of Cinema só poderá ser devidamente apreciado por aqueles que gostam verdadeiramente de um tipo de cinema mais alternativo, intimista e até com algumas reminiscências à nouvelle vague. Talvez o público ocidental tenha alguma dificuldade em absorver este género de películas, até pelo facto de implicitamente estar ligado a um modo de vida e cultura, da Coreia, muito peculiares. Apesar de vir conotado como comédia, encaixa melhor numa categoria de um melodrama onde a frustração e decepção são os temas reinantes.

Classificação: 5/10

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu gostei do "Tale of cinema", mas gostei mais do "Turning Gate".
O estilo mantem-se nos 2, dramas muito slow pace, com uma realizaçao mt simplista/realista e que aborda fundamentalmente a relação entre as 2 personagens.
No caso do tale temos o "capricho" da historia dentro da historia, que cria um interesse extra ao filme e que funciona razoavelmente bem, mas ainda assim é um filme com um ritmo lento e num tom um tanto ou quanto "deprimente"
Longe de ser uma obra de arte, mas o suficiente para ter gostado de mais este drama dele, mas como ja disse acho o turning superior

Sergio se ainda nao viste experimenta o Turning, pode ser que gostes mais do que o Tale.......ou não......
:)


1 abraço!

4:50 da tarde  
Blogger Sérgio Lopes said...

Ok. Vou tentar visionar. já agora, viste o meu e-mail? Uma pergunta mais como um desafio: Queres escrever a crítica a um filme à tua escolha para figurar no cineasia? eu gostava bastante...

Cumprimentos,

Sérgio Lopes

7:56 da tarde  

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