terça-feira, fevereiro 07, 2006

Infernal Affairs 3



Hong-Kong, 2003, 118Min.


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Sinopse:
Em 2004, 10 meses após o assassinato de Yan (Tony Leung), Ming (Andy Lau) é transferidopara trabalho de secretário. Entretanto, uma nova estrela surge na força policial,Wing (Leon Lai). Ming suspeita que ele é também um infiltrado, enviado pela triade...

Crítica:
Infernal Affairs 3
, volta a ser uma atípica continuação da saga, apresentando uma narrativa paralela que segue as peripécias de Ming após os eventos do primeiro filme e aborda também os primeiros tempos de Yan ao serviço de Sam, três anos antes. É talvez o episódio mais desequilibrado, mas também o mais desafiante, tornando-se especialmente curioso nas cenas em que se centra em Ming e na sua procura da redenção.

Contando com uma prestigiada carreira como polícia, o anti-herói tenta refazer a sua vida e compensar os actos criminosos que cometeu, procurando uma conduta digna e exemplar. Contudo, a chegada de um novo colega, Yeung, às forças policiais, faz com que os fantasmas e convulsões internas de Ming se revelem ainda mais, lançando-o para domínios que oscilam entre a paranóia e a esquizofrenia.

Outro dos elementos fortes do filme é a atenção dada à relação entre Yan e a Dra. Lee (Kelly Chen), que já se tinha insinuado na primeira parte da trilogia mas que adquire aqui contornos mais entusiasmantes e emotivos. Mais relevante ainda é a forma como esta personagem feminina se liberta dos clichés que a caracterizavam como um mero interesse amoroso de um os protagonistas, uma vez que o seu papel adquire maior relevância e densidade no desenlace da saga.

Uma das cenas de antologia da trilogia é, de resto, aquela em que Lee se depara com Yan e Ming no seu consultório psiquiátrico, num soberbo momento onde as convulsões internas dos protagonistas emergem subitamente. É um filme interessante dentro do contexto da trilogia da dupla de realizadores de Hong-Kong. Os três filmes formam um conjunto bem agradável e que volta a colocar Hong-Kong no patamar alto das grandes produções de acção, como era habitual no final dos anos 70 e princípio dos naos 80.

Classificação: 6/10


Gonçalo Sá