terça-feira, abril 18, 2006

Female Yakuza Tale: Inquisition and Torture


Japão, 1973, 90Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Ocho é acidentalmente capturada por um cartel de tráfico de droga que utiliza mulheres chinesas para contrabando de droga no Japão ao escondê-la nas suas... vaginas. Ocho é torturada mas consegue escapar, iniciando uma luta contra o bando yakuza, bem como contra um gang de mulheres que roubam...

Crítica: Na década de 60, cineastas como Nagisa Oshima, Shohei Imamura, Kuji Yoshida, entre outros, foram responsáveis por quebrar certos paradigmas que imperavam nos grandes estúdios japoneses. Filmes como “Túmulo do Sol” (Oshima, 1960) ou “Akai Satsui” (Imamura, 1964), não só questionavam valores nacionalistas como também traziam uma nova estética ao cinema japonês. Temas como imigração, delinquência, desemprego, tráfico de drogas, foram aos poucos sendo incorporados no vocabulário cinematográfico.

Isso, de certa forma, influenciou outros realizadores que procuravam nessa essência elementos para produzir os seus filmes, mas que ao mesmo tempo também adicionavam doses de elmentos comerciais para agradar aos estúdios e ao público, que a partir de então passou a aceitar esses filmes em larga escala. Foram deixados de lado, discursos políticos exacerbados dando lugar a elementos de humor e altas doses de sexualidade. E Teruo Ishii foi um desses cineastas a levar esse conceito ao extremo, abusando e exagerando na situação e na caracterização do esteriótipo de seus personagens à margem da sociedade.

Em Female Yakuza Tale, que é a sequência do igualmente formidável “Sex and Fury” (1973), de Norifumi Suzuki, vemos novamente a prsença da bela Inoshika Oshô. Desta vez, ela investiga um grupo de gangsters que traficam drogas usando os orifícios sexuais de meninas de programa. Essa investigação não é uma simples busca pela justiça e pela ordem, mas sim um gesto de vingança de Oshô, que dias antes havia sido humilhada sexualmente por esse mesmo grupo de gangsters.
Ou seja, nesse filme, todos buscam algo que possa significar um resgate da honra, do auto-estima ou simplesmente de dinheiro e levar vantagem em tudo. Ninguem está ali por que tem um coração bonzinho ou se preocupa com o bem-estar da sociedade. Até mesmo a atitude de Oshô possui segundas intenções não só para ela, mas também para outros grupos rivais desses traficantes. Ishii simboliza esse vale-tudo na forma como mostra a ausência da autoridade nos becos imundos onde impera a anarquia e o salve-se quem puder.

No filme, em contraponto ao argumento simples e linear, Teruo Ishii usa e abusa de situações que podem parecer constrangedoras, mas que na verdade são transformadas em aberrações cómicas por meio do exagero, utilizando em closes e planos fechados em nádegas e peitos; ou em situações non-sense, como a histórica batalha entre o grupo de yakuzas e um bando sem fim de mulheres nuas. 200% pink, muitas vezes caprichosamente exibidos em câmera lenta. Por outras vezes, a câmera de Ishii parece inquieta e propositadamente bisbilhoteira, como se estivesse a querer ver tudo e por todos os ângulos e assim satisfazer o olhar curioso do público.

Enfim, talvez o segredo de Ishii nesse filme seja a possibilidade de entender a problemática do Japão pós-guerra através de uma visão cômica e exageradamente cênica, e ao mesmo tempo sem esquecer que esses problemas estejam aí: no beco ao lado.

Classificação: 7/10

Ric bakemon

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito bons estes 2 "capitulos"! Pessoalmente gostei mais do "Sex & Fury", mesmo com a dispensável participação em ingles, mas este "female yakuza tale" mantem o nivel de qualidade e chega a ser em alguns aspectos ainda mais extravagante.
Sexo, violencia, nudez, erotismo, humor e um lado visual com bastante estilo!

Quem viu, gostou e ficou a salivar por mais, so tem uma coisa a fazer -> arranjar "The Pinky Violence Collection" e vao ver que nao se arrependem!

5:11 da manhã  
Blogger Sérgio Lopes said...

só tenho o sex and fury. Ainda não o vi mas pelo "zapping" que fiz parece ter nudez e violência gratuita eh eh. Tenho de o ver...

Cumprimentos,

Sérgio Lopes

3:37 da tarde  

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