terça-feira, maio 02, 2006

Spider Forest (Geomi Sup)


Coreia do Sul, 2004, 118Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Kang-min (Gam Wu-seong) acorda no meio da escura e soturna floresta denominada Spider Forest sem ideia alguma do que lhe poderá ter acontecido e como foi lá parar. Consegue, no entanto, ir ter a uma pequena casa onde encontra as evidências de um brutal crime. Um cadáver encontra-se já em estado de decomposição na sala, enquanto que no compartimento ao lado se encontra a sua amante, ensanguentada e moribunda...

Crítica: Depois da sucessiva criação de filmes de terror que na sua generalidade tinham em comum o ente sobrenatural personificado pela rapariga de longos cabelos negros, iniciada em Ringu, que era a fonte da assombração, a Coreia do Sul, como país prolífero em criatividade que é, apresenta aqui um conceito diferente de terror, mais psicológico, mais comparável com, por exemplo, A Tale Of Two Sisters, com óbvias influências do cinema ocidental. É dificil caracterizar Spider Forest num só género. Pode-se afirmar que se trata de um thriller de terror psicológico na sua essência, embora o conteúdo abranja outros géneros.

Quem viu o filme BZ - Viagem alucinante de Adrian Lyne, vai encontrar com certeza pontos em comum. Tal como no filme de Adrian Lyne, também em Spider Forest, o espectador tem de estar muito atento, pois a narrativa vive do jogo entre o que é real e o que são as memórias ou o subconsciente do protagonista para que, juntado as peças do puzzle mental, no final, tudo bata certo.

O realizador Song Il-gon consegue apresentar uma película suficientemente competente. Visualmente é bastante apelativo (como aliás é apanágio dos filmes coreanos) e o cast de actores que fazem parte de Geomi Sup desenvolvem um trabalho muito bom. Muitos dos elementos utilizados remontam a aspectos metafóricos, tais como as aranhas, guardiãs da floresta simbolizando as memórias que são reprimidas pelos personagens (As teias à volta simbolizam isso mesmo), ou por exemplo um túnel, simbolizando a passagem para a outra vida.

Song Il-Gon tem de facto um bom trabalho ao manter o ambiente de suspense e de interesse narrativo ao longo de todo o filme, obrigando o espectador a pensar e tentar descobrir o que de facto irá acontecer a seguir e porque razão está a acontecer. No entanto, a estrutura narrativa é um pouco confusa e aí Song Il-Gon perde um pouco o pulso criando um puzzle demasiado complexo. Spider Forest dá a sensação que poderia ter sido mais trabalhado nesse aspecto. è òbvio que dá muito gozo seguir as pistas do realizador e tentar chegar à solução do puzzle mental como por exemplo em Identity. Mas quando esse puzzle é demasiado confuso, o espectador sai um pouco frustrado...

Classificação: 6/10


Sérgio Lopes

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sem dúvida um filme com um argumento demasiado rebuscado, que nos deixa com mais perguntas do que respostas. E talvez por isso nao tenha sido tao eficaz.
Curiosamente, e num contraste absoluto, este é tambem o realizador do GIT, um filme de uma simplicidade (argumento/realização) enorme e que me agradou bem mais do que o SF, sendo um bom exemplo de que por vezes as coisas mais simples são as mais bonitas e interessantes.

Ainda assim para os fas de thrillers é um bom (e complicado) exercicio.

abraço!

7:51 da tarde  
Blogger Sérgio Lopes said...

Sim. Vê-se bem, mas podia ser melhor... Abraço.

Sérgio Lopes

6:25 da tarde  

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