sábado, julho 08, 2006

Bishoujo Senshi Sailormoon S

Japão, 1994, 60min

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Luna, a gata falante de Usagi, sente-se mal num passeio ao centro da cidade e decide regressar a casa. Pelo caminho é salva por Kakeru, um astrónomo, que cuida dela com carinho no seu loft/observatório. Kakeru anda em atrito com a namorada, Himeko, pois ela encara a investigação espacial com pragmatismo científico ao contrário dele que, romanticamente, acredita na existência de Kaguya-hime, a princesa do conto de fadas. Luna repara que, para além de deprimido, Kakeru apresenta sintomas estranhos e quer ajudá-lo...

Crítica: O investimento feito no filme anterior provou-se lucrativo e, menos de um ano depois, foi feito novo filme, desta vez a partir da terceira série de Sailormoon, Sailormoon S. Quando falo em investimento foi mesmo de investimento que se tratou para este filme. A história, baseada livremente na lenda japonesa “O cortador de bambú” ou “Princesa Kaguya”, foi escrita pela autora da manga, Naoko Takeuchi, e publicada em livro. O artwork novo foi concebido por ela e o character design, as cores, os cenários e tudo mais, receberam os seus próprios “power-ups”.

Todo o guarda-roupa é novo, há um maior cuidado com sombras, reflexos, acabamentos e as cores são mais vivas e brilhantes. A narrativa científica espacial derivou grandemente de uma visita de Naoko Takeuchi ao “NASA Space Center” e, como foi sendo seu hábito, ao longo de toda a manga de Sailormoon, juntou várias temáticas, de diferentes origens, pelo denominador comum, a Lua. Apesar de mais original, a história resulta um pouco confusa e mal desenvolvida.

O tema da astronomia é abordado pela rama e a sua ligação à lenda da Princesa Kaguya demasiado frágil. Acredito que Naoko Takeuchi tenha querido transmitir que só ciência não enriquece a alma das pessoas, mas desta forma os dois modos de pensar não se uniram. Vale pelo dilema emocional de Luna, que habitualmente é a personagem pragmática e sensata que dá as explicações mais elaboradas acerca do universo Sailormoon. Esta pequena narrativa, acaba por, através da excelente animação e do maravilhoso desempenho da actriz de voz, se destacar e reforçar a verdadeira permissa da série, da amizade e amor que tudo resolvem.

As extraterrestres invasoras, não passam disso, apesar de muito bem animadas. A sua ligação, através do meteorito, à linha narrativa dos astrónomos é muito fraca e a sua motivação, adicionar a Terra a uma colecção de planetas gelados, demasiado pouco convincente. Só os poderes impressionam, pois as guerreiras não dão cabo delas à primeira. As batalhas resultam menos emocionantes e empenhadas que no filme anterior. Mesmo a muito desejada por muitos fans integração das Outer Senshi (guerreiras do sistema solar exterior) sabe bem, mas soa a falso.

Ocupando mais tempo de filme que a história de Luna, as cenas com as guerreiras parecem enfiadas à força no filme, para mostrar um catálogo de transformações, ataques e power-ups. Até Chibiusa tem direito a transformação (em Sailormoon S ela já é guerreira, mas nunca se vê a sua transformação). Mais uma vez a única transformação que faz sentido é a de Luna, que nem é a mais elaborada, apesar de bonita.

Tecnicamente o filme é muito bom, mas a realização é simplesmente académica e o argumento demasiado frágil e “colado com cuspo”, podendo o filme ser reduzido a 1/3 e enfiado no meio da série como um episódio especial. É pena!

Classificação: 6/10

Misato