sábado, janeiro 27, 2007

Funky Forest: The First Contact (Naisu no mori)

Japão, 2005,150Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse:
Uma série de segmentos com personagens inusitados e em situações absurdas formam um desfile surreal de imagens indescritíveis cuja única conexão é a forma imprevisível que se encontram num resultado inacreditavelmente criativo, alucinante e maravilhoso.

Crítica: Katsuhito Ishii já tinha mostrado o seu talento como cineasta no sublime A TASTE OF TEA, além de ganhar notoriedade ao criar os personagens do segmento animado de KILL BILL VOL. 1. Enquanto Shunichiro Miki é mais conhecido como ilustrador das partes animadas dos filmes de Ishii. Já Aniki (Hajimi Hashimini) é outro parceiro de Ishii em filmes produzidos pela sua produtora Grasshoppa!.

Se uma dessas cabeças já é suficiente para causar um impacto criativo a qualquer produção, imagine juntar os três em um único filme? O resultado não poderia ser outro a não ser um amontoado de situações que despacham o mal humor para longe, causando uma mistura de sensação de puro êxtase e uma pergunta que martela a cabeça: “como é possivel?”.

É por essas e outras que não sei se há alguma maneira simples de descrever este filme. São duas horas e meia de pura maluquice sem noção que ultrapassa toda e qualquer tentaiva racional de explicação. Um desafio tanto para não cair no ridículo ou no incompreensível. Por outro lado, descrevê-lo com simplicidade seria uma enorme injustiça diante de uma obra demasiadamente rica em detalhes, fazendo do hábito em revê-lo, uma nova maneira de visualizar e interpretá-lo.

Como devem ter percebido, a lógica do filme é não obedecer a nenhuma lógica. A narrativa é basicamente um amontado de pequenos segmentos — que podem durar dois segundos até cinco minutos, que vão e voltam — cujo único objetivo é disparar o máximo de elementos bizarros que usam e abusam de personagens exagerados, estupidez sem medo do ridículo, cores e formas antes impensadas, e de certa forma, da repetição em certos diálogos.

Tudo isso junto pode criar a lógica desse filme. Uma lógica que obedece apenas à máxima do cinema desde o seu primeiro momento de criação: de nos divertir. Portanto, assistir Funky Forest é entregar-se a uma insanidade que beira a genialidade; celebrar o inusitado e o imprevisível e estar diante de uma obra única onde cada segundo se mostra preciosamente belo e rico.

Entretanto, assisti-lo seria a única forma na tentativa de entender e ser consumido por completo por esse trio que não mede esforços para fazê-lo morrer de overdose de bom humor. Faça-o sem medo, de mente aberta, sem preconceitos; aproveite a experiência em penetrar na floresta encantada e boa viagem. Afinal, não se sabe quando outro filme como esse pode aparacer.

Ric Bakemon