sábado, janeiro 20, 2007

Tokyo Psycho (Tôkyô Densetsu)


Japão, 2004, 78Min.

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Sinopse: Uma jovem vem recebendo estranhas e obscuras cartas anónimas com alguma frequência. À medida que a situação se repete, ela vai ficando cada vez mais assustada, apercebendo-se que um psicopata a anda a perseguir. Será que conseguirá descobrir a identidade do perseguidor ou será que o psicopata a apanhará primeiro?

Crítica: Tokyo Psycho trata-se dum filme de um dos cineastas da nova vaga do J-horror, Ataru Oikawa, responsável pela trilogia de terror de sucesso 'Tomie'. Filmado integralmente em vídeo digital, com a câmara ao ombro, o filme assemelha-se a uma produção caseira, de muito baixo orçamento. Algures entre o terror e o thriller psicológico, o filme não resulta em qualquer dos géneros, pois na globalidade é bastante mau.

A começar pelo aspecto visual; O DV (vídeo digital) é muito mal utilizado pelo cineasta japonês, que pretendia, deste modo, oferecer maior realismo à história. No entanto, não o consegue. Pelo contrário, a fotografia é péssima, apresentando uma qualidade de imagem muito pobre e acrescentando um carácter amador à película. Low Budget, não implica que os filmes automaticamente sejam maus (veja-se o exemplo de The Blair Witch Project, entre outros), mas em Tokyo Psycho a câmara digital é utilizada de um modo que o low budget se transforma em pobre e mal executado.

O argumento é minimalista e visa a velha história do psicopata que persegue a rapariga, antiga colega de escola, com quem não casou... (daí as cartas que recebe terem escritas a mensagem "Eu sei que nasceste para casar comigo"). As personagens também não abonam em nada ao bom desenrolar da narrativa, pois são pouco ou nada desenvolvidas e o espectador pouco se importa com o que lhes acontece. Para agravar, os actores que interpretam tanto vítima, como psicopata também têm performances no mínimo desapontantes, pouco credíveis e inadequadas (falha no casting?). A música de piano que acompanha toda a película é também extremamente irritante.

Tokyo Psycho tenta aproveitar uma onda de terror gerada por dois serial Killers reais no Japão e numa manobra de publicidade apresenta o filme como baseado em factos reais, apesar de na realidade, em nada se assemelhar ao sucedido, apenas sendo levemente inspirado por esses acontecimentos. Enfim... Mesmo utilizando esse truque manhoso, o realizador Ataru Oikawa não se livra de ficar ligado a uma obra para esquecer. O filme dura 79 minutos apenas, mas acreditem que são 79 longos minutos. A evitar a todo o custo.

Sérgio Lopes