Cure (kyua)

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Sinopse: Pessoas aparentemente normais (um professor, um policia, uma médica), após manterem contacto com um homem, Mamiya (Masato Hagiwara) que parece sofrer de amnésia, matam os seus entes mais próximos cortando-lhes as artérias carótidas e marcando-os com um x do pescoço até o peito. O detective Takabe (Kôji Yakusho) será o responsável pela investigação tentando encontrar a razão das ocorências bizarras...

Assim, Cure, não é um filme de terror, mas sim um thriller, de contornos sobrenaturais. A nível comparativo, podemos afirmar que Cure é um thriller nos moldes de Se7en, no qual, polícia e assassino (?) criam uma espécie de empatia invulgar. No entanto, a abordagem de Kiyoshi Kurosawa é bastante diferente da de David Fincher e o cineasta japonês baseia toda a narrativa no confronto psicológico entre a mente doentia de Mamiya e a aparente racionalidade do policia que tenta descortinar a origem dos crimes.

Por outro lado, Takabe é o polícia racional. No entanto, a sua própria esposa sofre de uma doença mental. Vive num emprego onde cria os seus próprios demónios e quando chega a casa o cenário não é o melhor. Será que a sua sanidade mental estará intacta? Kôji Yakusho (recentemente visto em Babel) é Takabe numa performance que tem tanto de carismática como de poderosa. Os dois vão criar uma relação tão próxima quanto perigosa...

Cure não se trata de um filme de terror, embora possa encaixar seguramente nas grandes obras de terror psicológico. O final do filme deixa algumas pontas soltas, por isso, é preciso estar muito atento ao úkltimo frame do filme (mesmo, mesmo o último) para tentar perceber o que Kurosawa pretende transmiitir. Kiyoshi Kurosawa tem em Cure a sua grande obra-pima, um thriller criminal perturbante, completamente original e que mexe com o espectador. Há pouco sangue e gore, mas ninguém consegue ficar indiferente e afectado pela atmosfera desconfortável de Cure. Altamente recomendável!
Sérgio Lopes
3 Comments:
bom dia, trabalho na Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, e gostaria de saber o endereço de e-mail deste blog. Tem uma certa urgência...
Pode responder para nunotinoco@vilanovadefamalicao.org
Muito Obrigado
Boas Nuno. Envia por favor para sergioaclopes@clix.pt
Melhores Cumprimentos,
Sérgio Lopes
O filme é espetacular. Pena que dificilmente o veremos em dvd por aqui.
Vale indicar a sugestão mística do diretor para o personagem "sem memória". Para Krishnamurti o ego é memória e na tradição budista há um tipo de meditação em que o sujeito se pergunta sistematicamente "quem sou eu" e nunca se contenta com a resposta, que lhe indica apenas seus papéis.
É o que faz o homem "sem memória", ou sem ego. Pergunta "quem é vc" e não se contenta com a resposta, repetindo-a até perturbar o interlocutor, as vezes até à exasperação. O homem sem memória seria um iluminado? É uma sugestão que percebi no filme. Geniais e engraçados os diálogos. Ele pergunta: 1"quem é vc?" 2"fulano de tal" 1"quem?" 2 "fulano de tal". Depois de uns 5 segundos: 1"Mas quem é vc?" Como se perguntasse: vc acredita mesmo que é isso?
Inspirador.
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