terça-feira, março 06, 2007

Malice@Doll

Japão, 2000, 78Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Malice é uma Doll, um tipo de androide concebido para consolar, dar prazer. O problema é que já não há quem consolar e Malice passa os dias a passear. É-lhe detectada uma avaria e Joe@Admin manda Malice ao Repairer para ser consertada. Malice perde-se e encontra um local que desconhece, onde se dá uma metamorfose e ela passa a ser um ser de carne e osso. Feliz com a sua nova condição Malice quer partilhá-la com os seus congéneres, mas os resultados não são bem o que tinha desejado.

Crítica: A história é simples, abordando conceitos básicos filosóficos do ser animado/inanimado, de se a felicidade está num corpo vivo e mortal ou numa máquina, virtualmente imortal.

Sendo Malice uma boneca para o prazer, é através do beijo erótico que se manifesta o seu poder de dar carne, beijo esse que anteriormente distribuía por não poder oferecer mais do que isso. Malice passa de um ser oco, vagueante, sem alma e imortal, para um ser de carne e osso, mortal, gerador de conflito e mal-entendidos. Como todo o ser com alma, ou animado, Malice arrepende-se e tenta reparar o mal que gerou ingénuamente, julgando estar a distribuir felicidade. A única solução fica numa nova metamorfose, num ser que já não tem poder no mundo carnal ou das máquinas, tornando-se apenas espiritual.

Difícilmente não deixo de encontrar nesta história paralelismos óbvios n’”A pequena sereia”, de Hans Christian Andersen, nas metamorfoses entre um ser de sangue frio, sem alma, imortal a um ser de sangue quente, capaz de amar, mortal e por fim um ser espiritual, sem laços com a matéria.

Aliando uma imagem gótica às limitações da animação 3D, estes 3 OAV’s resulta num conjunto visualmente muito interessante, que funciona como um filme único. A fotografia é escura, as cores escuras pontuadas por algumas cores vivas mais saturadas, o que colmata as eventuais falhas que uma animação 3D, sem um orçamento milionário, terá. Foi uma opção estética inteligente e bem conseguida, se bem que por vezes nem sempre se percebe o que se está a ver. Os “monstros” tais como Joe@Admin ou Devo@Leukocide acabam por se tornar um bocado indefinidos, não se percebendo muito bem onde começam e onde acabam. As bonecas, por sua vez, têm um character design elegante e bonito, destacando-se Doris@Doll, a boneca com um visual mais clássico nipónico.

A banda sonora condiz com a imagem gótica, parecendo que se está constantemente a ouvir o som de caixinhas de música, o que ajuda a dar o toque sinistro ao ambiente.

No seu conjunto, é um filme interessante, se bem que demasiado colado a uma estética específica que difícilmente agrada a todos. Técnicamente não é mau mas também não é surpreendente. Fica na memória mais pela sua estética soturna e tétrica do que por qualquer outro motivo.

Misato

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Taí uma obra que há tempos quero assistir. Agora estou com mais vontade ainda.

4:52 da tarde  
Blogger Sérgio Lopes said...

Parece no mínimo interessante e original...

10:31 da tarde  

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