sábado, abril 21, 2007

One Last Dance

Singapura, 2005, 101Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um assassino conhecido pela alcunha de ‘T’ é contratado para executar os sequestradores do filho de um poderoso homem. Porém, o rumo dos acontecimentos e os seus envolvidos tomam um caminho inesperado...

Crítica: Integrante da selecção oficial dos Festivais de Sundance e de Cannes de 2006, ‘One Last Dance’ é uma boa surpresa vinda de Singapura. Realizado e escrito por Max Makowski, emergente diretor brasileiro conhecido por dirigir seriados como Queer Eye for the Straight Guy e The Agency, mescla com equilíbrio vários gêneros como romance, comédia, policial e acção, junto com uma trama cheia de reviravoltas e surpresas.

Tudo começa com um senhor e os seus dois seguranças (note-se que é um homem de muito poder). Ele escreve algo num envelope vermelho com um brasão e manda entregar. Nesse envelope está o nome da primeira de várias vitimas de ‘T’, um impecável assassino. Entretanto, seu amigo Ko, que trabalha para a máfia italiana local, pede a ajuda de T para obter uma informação de outros bandidos. Acontece que esses outros bandidos estão relacionados com o seu actual contratante, causando um inesperado conflito de interesses. No meio de tudo isso, ele sonha em conquistar a irmã de Ko, a meiga Mae, empregada do bar que frequenta...

Apesar de o começo ser um pouco lento, a trama do filme evolui rapidamente. Várias peças do quebra-cabeça são simplesmente jogadas ao espectador, que pode se perder caso não esteja atento. Certas divisões na história e alguns diálogos non-sense remetem levemente a Pulp Fiction, deixando à mostra as influências do cineasta. Mesmo tendo um pouco de comédia e romance, o gênero que prevalece é acção. Fotografia é regular, abusa demais nas cores em certos momentos, mas no geral confere certa beleza. Apenas o sangue computadorizado estraga o filme. Uma coisa é fazer isso num filme como 300, onde há um contexto para tal, mas usá-lo neste contexto? Até entendo a intenção do realizador, talvez de dar um ar diferente ao filme, mas fica esteticamente muito feio, até caricato.

Mas o ponto positivo do filme é a inovadora e frenética montagem. Dois exemplos disso são: a montagem do áudio com fotos em sequência numa festa de Ko e a divisão de duas cenas iniciais (polícia recolhendo os corpos e a conversa com o capitão no bar) que mudam de perspectiva no final, apesar de simplesmente ser a continuação das mesmas. Outra curiosidade relacionada à montagem é a utilização de recursos como a hip-hop montage (os envelopes vermelhos), escancarando outra influência de Max, visto que esse recurso é praticamente uma marca registrada de Darren Aronofsky (Requiem For a Dream).

Quem leva o mérito no concerne às perfomances, com certeza é a interpretação espirituosa de Francis Ng. Vê-se que T é impiedoso com seus alvos, nunca titubeia ou deixa rastros, mas muda completamente na presença da personagem de Vivian Hsu, Mae. Os olhos brilham, a timidez toma conta de tudo. É engraçado ver um assassino profissional ficar tão sem jeito perto de uma mulher. A participação especial fica com o veterano Harvey Keitel, que confere aquele toque de classe a Terrtano, o poderoso chefão da máfia. Lung Ti e Joseph Quek, que interpretam respectivamente o amigável e conveniente Capitão e o encrenqueiro e inconseqüente Ko, completam os principais personagens.

Um bom trabalho de Max Makowski, tanto na realização quanto no argumento. Uma história que alterna entre balas e olhares apaixonados.

Marcus Vinicius

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Dormi nesse filme - mais pelo cansaço. Pelo jeito terei que alugá-lo novamente.

6:05 da tarde  

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