quarta-feira, maio 02, 2007

Dead End Run

Japão, 2003, 59Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse: Média metragem de 60 minutos, dividida em três partes, ou mesmo se quisermos, três histórias diferentes. O único elemento comum é que começam sempre por nos mostrar uma personagem cuja fuga termina num beco sem saída. Sem alternativa, o confronto com o seu “perseguidor” é inevitável...

Crítica: “Last Song”, “Shadow” e “Fly” são as três curtas-metragens que formam esta obra cujo começo é sempre o mesmo: um personagem correndo e fugindo desesperadamente e que, ao final, sempre acaba encontrando o destino de forma misteriosa e inesperada.

Em “Last Song”, um personagem esconde-se num beco após uma fuga desenfreada. Logo sente que alguem se aproxima e, assim, prepara a sua defesa, mas ele acerta, na verdade, numa rapariga que apenas passava pelo local. O desespero da fuga logo dá lugar ao sentimento de culpa ao matar uma inocente. De repente, a rapariga dá sinais de vida, desperta e inesperadamente, começa a dançar como se celebrasse aquele encontro...

“Shadow” continua pelo mesmo caminho. A fuga de um yakuza (Masatoshi Nagase) termina quando ele encontra o seu perseguidor. Os dois, frente a frente, tentam acertar as contas, mas Nagase começa a ter visões confusas e vê em si mesmo o seu opositor...

Finalmente, em “Fly”, vemos Tananobu Asano a fugir da policia (o único episódio onde vemos realmente quem são os perseguidores). Ao ser encurralado no topo de um edifício, encontra uma rapariga que estava prestes a se suicidar e usa-a como escudo...

São três curtas onde Sogo Ishii mais uma vez consegue extrair mais sentimento por meio das imagens que mil palavras poderiam demonstrar. É exactamente esse vazio, preenchido pelas imagens, às vezes alucinantes, como em “Electric Dragon 8000V” ou simplesmente contemplativas, que formam um quebra-cabeças onde pode-se entender simplesmte como vazio ou até mesmo genial.

É por isso que, mais uma vez, o realizador nos apresenta uma obra onde temos a sensação de estar diante de um mistério que somente ele poderia decifrar. Mas é diante desse fascinante desconhecido, aliado ao sempre espetacular apuro visual (e montagem, fotografia e realização) que faz deste filme mais um exercício de paciência e de observação diante do inusitado e do inesperado. Mas o que seria de um filme com elementos experimentais se eles não mexem com os nossos sentidos? Sogo Ishii fá-lo, e muito bem.

E se, por um lado, não temos uma fácil degustação, encontramos diversos caminhos a serem percorridos onde a única dica são os títulos dos curtas, fora isso, o caminho é logo e por nossa conta. Por isso, é bom correr...

Ric Bakemon

1 Comments:

Blogger Marcus Vinícius said...

Bem interessante. Review muito boa, me deixou bem curioso pra vê-lo.

5:56 da manhã  

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