sábado, março 17, 2007

Sex & Fury (Furyô anego den: Inoshika Ochô)

Japão, 1973, 88Min.

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Sinopse: Ocho (Reiko Ike), carteirista e apostadora em Tokyo, acidentalmente acaba por se cruzar com os três gangsters responsáveis pela morte do seu pai e com alguns membros yakuza que a querem ver morta. Uma espiã europeia (Christina Lindberg) chegada ao local irá complicar ainda mais a vida a Ocho...

Crítica: Um dos géneros mais antigos e respeitados do cinema japonês é o género de filmes denominados por Sexploitation, no qual humor exarcebado, nudez, sexo e violência gratuita (com doses massivas de Ketchup), nas décadas de 60 e 70 serviam de contraponto às obras mais sérias de realizadores como Nagisa Oshima ou Shohei Imamura, entre outros, com filmes sem preocupações políticas, onde o puro entretenimento imperava. “Sex and Fury” (1973), de Norifumi Suzuki, é talvez o expoente máximo desse movimento.

“Sex and Fury” é na sua essência um filme de vingança, no qual partindo de uma premissa básica o exagero é a nota dominante. A bela Reiko Ike personifica Ocho e ficará para sempre ligada ao epíteto de rainha da "Pinky Violence", desinação pela qual são conhecidos este género de filmes. Aliás, uma série de filmes com o rótulo da Panik House entertainment, têm sido progressivamente lançados em DVD para todos os amantes da "Pinky Violence" onde está incluído não só 'Sex & Fury', como também a sequela 'Female Yakuza Tale: Inquisition and Torture'.

Cenas de luta envolvendo mulheres assassinas ultra-sexy, espadas e muita nudez, sangue exagerado que não impressiona, mas sim é cómico, tudo é misturado de forma surreal quase psicadélica, na medida certa, criando um cocktail de puro entretenimento, um hino ao mau gosto, mas com um equlibrio notável, fazendo de 'Sex and Fury' um icon do movimento exploitation, tendo influenciado inúmeros realizadores, incluindo o fantástico díptico Kill Bill, de Quentin Tarantino, que claramente bebe influências da série "Pinky Violence".

Norifumi Suzuki consegue com 'Sex and Fury' um filme essencial para a cultura pop japonesa. O uso do visual exagerado e de uma música disco-sound, no mínimo, hilariante, bem como a mescla de elementos levados ao exagero, faz de sex& fury, um percurssor do género, de essencial visualização para todos os fâns de light sexploitation. E já agora, para quem apreciou Kill Bill, dê uma vista de olhos em Sex & Fury e descubra as semelhanças...

Sérgio Lopes