sábado, dezembro 29, 2007

Spring in a Small Town (Xiao cheng zhi chun)

China, 1948, 90 min.

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Sinopse: Numa pequena localidade chinesa Yuwen vive com Liyan, o marido doente e com a irmã mais nova deste. A vida solitária de Yuwen é abalada quando Zhichen, um amigo do marido, seu antigo amante, os vem visitar. A sua chegada apresenta-lhe uma hipótese de fuga à sua vida monótona e há muito desprovida de qualquer emoção.

Crítica: Spring in a Small Town, realizado por Fei Mu, é considerado uma das maiores obras do cinema asiático de todos os tempos, havendo mesmo quem o qualifique de melhor filme chinês jamais feito. De facto, é um filme de grande beleza, com inspirados enquadramentos e planos da paisagem, que por vezes parece reflectir a solidão das personagens, nomeadamente a da protagonista, que narra o filme numa intimista voz-off. No entanto, o que mais impressiona é a forma serena e contida como é mostrado o turbilhão de sentimentos que invadem as personagens, algo que a espaços lembra as obras do japonês Yasujiro Ozu e que nos faz também pensar em obras mais recentes como In the Mood for Love.

Este filme foi feito numa altura em que proliferavam filmes politicamente empenhados. Todavia, Spring in a Small Town, embora com algumas referências à situação da época (nomeadamente à devastação provocada pela guerra com o Japão), é um drama isento de simpatias políticas, o que terá contribuído para que esta obra fosse votada a um certo esquecimento durante os anos do governo de Mao. Nos últimos anos tendo vindo a ser redescoberto e aclamado como uma obra excepcional, havendo uma edição em dvd com legendas em inglês e tendo sido feito um remake em 2002 intitulado Springtime in a Small Town.

Helena F.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Nova colaboração no cineasia

É uma grande honra para o cineasia contar com a colaboração da grande Helena F. autora do coonceituado blogue "Play it Again", infelizmente extinto, mas para sempre nas nossas memórias como um dos melhores blogues de cinema. Pois bem, já a partir de amanhã o cineasia terá o privilégio de contar com a colaboração de tão ilustre blogger que decerto trará uma clara mais valia a este espaço dedicado ao cinema asiático. Bem vinda Helena e obrigado pelo teu contributo!

Sérgio Lopes

sábado, dezembro 01, 2007

Alone

Tailândia, 2007, 90Min.

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Sinopse: Pim (Masha Wattanapanich) mudou-se para a Coreia para recomeçar sua vida ao lado do marido. No entanto, a doença da mãe faz com que ela tenha de voltar à terra natal, na Tailândia. Lá, Pim passa a ser aterrorizada pelo espírito de sua irmã siamesa, já morta...


Crítica: Após o sucesso de Shutter (They are around us), a expectativa era alta em torno do filme que poderia suceder, da dupla de realizadores tailandeses Banjong Pisanthanakun / Parkpoom Wongpoom. E não podemos dizer que tenhamos ficado defraudados com Alone, embora também se trate da repetição da fórmula de sucesso granjeada com Shutter. Digamos que os realizadores tiveram mais meios para colocar em prática a sua forma própria de abordar o género horror oriental.

Nesse sentido, não há nada de novo. Apenas competência na realização e no uso das técnicas básicas de manipulação de sombras e luz (ou pouca luz) criando o ambiente necessário para provocar alguns sustos mais ou menos eficazes. A história não é propriamente nova, aliás até é recorrente, no sentido em que há algo que em vida não foi totalmente resolvido e que busca por vingança e resolução. No entanto, a premissa baseando-se nas gémeas siamesas, acaba por ser diferente e interessante q.b.

O filme oscila entre o terror psicológico e o filme de espíritos, sendo que ao espectador é transmitida sempre a dúvida se as aparições serão fruto da mente perturbada da irmã siamesa, ou se é de facto uma aparição da outra irmã falecida. Apesar de intercalado com os tradicionais sustos, lentamente a narrativa vai avançando para um twist final que embora seja possivel de prever, funciona como um punch line na medida certa (ao contrário de muitos dos filmes do género onde os twists finais estragam o filme no seu todo).

Alone pauta-se por um filme competente, sendo abrangente a um público geral que se interesse por este género. Não desilude, mas também não se pode caracterizar como uma obra prima. Suportada num argumento credível e numa realização segura, Alone é uma boa escolha para quem quer levar alguns sustos, comodamente sentado no sogfá, numa noite de Inverno. Muito melhor que alguns homónimos americanos...

Sérgio Lopes