Exiled (Fong Juk)
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Crítica: Johnnie To é um dos nomes mais conceituados de Hong-Kong, um autor que em 2006, apresentou Exiled, a continuação de The Mission, um dos filmes de maior sucesso do cineasta, na medida em que regressam praticamente todos os actores e personagens de The Mission, por isso, pode-se afirmar que é uma espécie de sequela. A acção decorre em 1999, em Macau, numa época de transição da tutela Portuguesa do território para mãos do governo Chinês.
Contudo os maiores louros vão direitinhos para Johnnie To. Bebendo claras influências de Sergio Leone na forma (a cena de abertura que culmina num duelo em casa de Wo é sublime, entre outras) ou dos westerns clássicos de Hollywood, onde os valores da honra e amizade motivam os protagonistas, To cria uma película algures entre um Western Spaghetti de Leone e dos desperados de Robert Rodriguez, onde a música tem um papel preponderante, ambientada em Macau contemporâneo.
Cada plano é meticulosamente filmado, com um timing perfeito e uma estética visual tremenda, fazendo de Exiled um produto de entretenimento notável. Nada é projectado no écrân por acaso e tudo está brilhantemente interligado. Após o registo mais sério com o aclamado díptico Election, Johnnie To volta aos traços que o celebrizaram como autor de Hong-Kong: Um exercício de estilo, onde o visual se sobrepõe ao resto. Nomeado para o Leão de Ouro no festival de Veneza de 2006, Exiled é imprescindível para fans de Johnnie To e do bom cinema de Hong-Kong.
Sérgio Lopes