domingo, janeiro 29, 2006

Memoirs of a Geixa

EUA, 2005, 145Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Apesar do filme Memórias de uma Gueixa ser uma produção americana, o facto de o seu elenco ser exclusivamente composto por actores asiáticos e o argumento remontar à tradição japonesa das gueixas, penso que poderá ocupar o seu espaço neste blogue, não ficando despropositada nem inadequada a crítica ao filme.

Sinopse: Sayuri é arrancada de uma pobre família de pescadores e vendida como escrava para trabalhar numa importante residência de Gueixas, onde aprenderá as rigorosas artes das Gueixas: dança, música, vestir Kimono, maquilhar-se elaborada e convenientemente, servir saké mostrando apenas um rasgo de pele, etc. Sob a orientação da sua mentora Mameha, Sayuri transforma-se numa lendária Gueixa sem nunca conseguir esquecer o seu amor secreto por um homem misterioso e inatingível, Chairman.

Crítica: Baseado no best-seller do escritor americano Arthur Golden, Memórias de uma Gueixa foi um projecto pensado por Steven Spielberg, mas que por imperativos de agenda profissional, não foi possível realizar. Outros realizadores, foram possíveis escolhas, após o abandono de Spielberg, tais como Spike Jonze ou Brett Ratner, entre outros. No entanto, a escolha recaiu em Rob Marshall, o cineasta que em 2002 arrecadou todas as estatuetas importantes dos Óscares por Chicago.

O problema reside nesta dança de realizadores e nos sucessivos atrasos que o projecto sofreu acabando por esmorecer um pouco o resultado final. Rob Marshall nunca consegue transmitir o tom épico dramático pretendido, sendo uma película, a espaços, um pouco desorientada a nível de argumento e fluidez de narrativa. Não há dúvida que a nível de fotografia e de guarda-roupa há um trabalho bastante cuidado, quer na caracterização muito específica das Gueixas (pele muito branca, cabelo negro e delicado e lábios vermelhos), quer na sua indumentária, os Kimonos, criados de acordo com os parcómetros da época (foram criados mais de 250 especificamente para o filme).

Apesar de acção decorrer no Japão em vésperas da Segunda Guerra Mundial, uma boa parte do cenário oriental que vemos no filme foi criado propositadamente na Califórnia para transmitir maior autenticidade de época. Foi necessário criar cenários de peso, tais como ruas e vielas da época, festas luxuosas combates de Sumo, casas de chá ou a residência oficial das Gueixas. Não há dúvida que os valores de produção foram altíssimos na tentativa de se manter fiel ao estilo não só oriental mas acima de tudo japonês.

Contando com um elenco asiático de luxo, com nomes como Ziyi Zhang (2046, O segredo dos punhais voadores), Ken Watanabe (O último samurai), Gong Li (Esposas e concubinas) e Michelle Yeoh (O Tigre e o Dragão), é, no entanto, pouco autêntico o facto de os actores falarem inglês. Perde-se a nível dramático e por vezes roça o ridículo, tal è a perda de autenticidade que é transmitida. Não que os actores não desempenhem um trabalho notável, mas são traídos pela obrigatoriedade do uso da língua inglesa. Destaque, no entanto, para a beleza esmagadora de Ziyi Zhang, como a protagonista, Sayura.

Memórias de um Gueixa, é portanto, um filme algo desapontante. De facto, encontra-se envolto em polémica pois todos os actores envolvidos são chineses a interpretar personagens japoneses. Este facto, conseguiu irritar tanto a comunidade cinéfila Chinesa, como a Japonesa (Na China, ainda está para estrear, por causa da polémica). Por outro lado, apesar da história ter potencial vai ser difícil triunfar num cenário americano tendo presente apenas actores asiáticos. No entanto, obteve nomeações para os Globos de Ouro nas categorias de melhor banda sonora e melhor actriz principal (Ziyi Zhang).

Classificação: 5/10

Sérgio Lopes

sábado, janeiro 28, 2006

Prémios Lumiere 2006 - Resultado Final

Indiscutivelmente o grande vencedor dos Prémios Lumiere 2006 foi o filme também vencedor das principais estatuetas dos óscares de hollywood do ano passado, Millon Dollar Baby - Sonhos Vencidos, de Clint Eastwood.

O projecto cordenado por Miguel Pereira foi realmente um sucesso, conseguindo juntar os votos de 27 dos 30 blogues que inicialmente estavam previstos (um desistiu e outros dois não votaram),o que prova que a adesão foi correspondida. É com imenso orgulho que o cine-asia faz parte dessa lista e espera poder contribuir de novo no próximo ano se a iniciaiva se repetir. Aqui fica a lista dos vencedores (1º e 2º lugares) em cada uma das categorias:

VENCEDORES 2º EDIÇÃO LUMIERE 2006

Melhor Filme
Million Dollar Baby (75 Pontos)
Oldboy (25 Pontos)
Melhor Realizador
Clint Eastwood (87)
Tim Burton (39)
Melhor Actor
Javier Bardem (54)
Johnny Depp (43)
Melhor Actriz
Hilary Swank (93)
Imelda Staunton (30)
Melhor Actor Secundário
Morgan Freeman (83)
Clive Owen (62)
Melhor Actriz Secundária
Natalie Portman (69)
Cate Blanchett (64)
Melhor Argumento
Million Dollar Baby (53)
Crash (47)
Melhor Montagem
The Aviator (49)
Million Dollar Baby (48)
Melhor Fotografia
Million Dollar Baby (34)
House of the Flying Daggers (24)
Melhor Banda Sonora
Corpse Bride (43)
Elizabethtown (26)
Melhor Filme de Animação
Corpse Bride (92)
Wallace and Gromitt (70)
Revelação Masculina 2006
Zach Braff (55)
Nuno Lopes (46)
Revelação Feminina 2006
Rachel McAdams (52)
Catalina Sandino Moreno (44)
TOTAL
6 - Million Dollar Baby
2- Corpse Bride
1 - The Aviator, Closer, Mar Adentro

Podem comparar os resultados finais com as escolhas do cine-asia AQUI

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Infernal Affairs 2

Hong Kong, 2003, 119Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse: Em 1991, Ming, um jovem enérgico e cruel, acaba de assassinar o parão do submundo do crime de Hong-Kong. Com o pai morto, o seu filho Ngai que não tem o menor conhecimento da arte de matar é obrigado a substituir o pai e tomar conta do seu legado. Ngai é um homem de negócios que à semelhança de Michael Corleone (O padrinho) gradualmente se irá transformar no novo patrão do crime de Hong-Kong...

Crítica: "Infiltrados 2" (Infernal Affairs 2), a segunda parte da famosa trilogia de Hong-Kong, adensa os ambientes de conspiração e, em vez de se concentrar na dupla de agentes do episódio inicial, debruça-se sobre os seus patrões, Wong (Anthony Wong), da polícia, e Sam (Eric Tsang), das tríades, cujas participações eram já determinantes no episódio inicial mas que aqui se tornam centrais.

Decorrendo num período temporal anterior ao do primeiro filme, "Infiltrados 2" é uma prequela que permite compreender mais a fundo as motivações e códigos de conduta de algumas personagens, evidenciando ainda que o conflito entre a polícia e as tríades é alvo de proporções quase míticas.
A aura trágica e amargurada reforça-se num filme que contém menos cenas de acção do que o antecessor mas que aprofunda os momentos de carregada tensão psicológica. Não é que não haja por aqui um número considerável de twists, mas o mais interessante é o foco da juventude de Yan e Ming e a forma como os seus compromissos enquanto agentes infiltrados começam a suscitar um inevitável isolamento, individualismo e solidão que nunca mais os abandonará.

Houve quem comparasse este segundo episódio à marcante saga "O Padrinho", de Francis Ford Coppola, e a comparação faz sentido se atentarmos a que ambas as obras abordam conflitos familiares e morais onde o drama e o thriller se imbricam de modo espontâneo, com resultados suficientemente intrigantes e memoráveis. No entanto, o exagero de sub-plots no enredo acaba por transformar a segunda parte da trilogia Infiltrados numa obra algo inferior ao primeiro filme da saga. Apesar de tudo, vale a pena o seu visionamento.

Classificação: 6/10

Gonçalo Sá

domingo, janeiro 22, 2006

Novos clássicos do cinema asiático - Parte 2

Continuando a dissertação sobre alguns dos realizadores e filmes que nos últimos 25 anos contribuíram para a ocidentalização e divulgação do cinema asiático, trata-se da segunda parte de um artigo, que focará as obras e realizadores do cinema de Hong-Kong, da Coreia e de outros países com menor contribuição mas equivalente importância, como por exemplo, Tailândia, Filipinas ou Irão.

Continue a ler Novos Clássicos do Cinema Asiático - Parte 2

Primeira parte do artigo disponivel aqui

Sérgio Lopes

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Tale of Cinema (Keuk-jang-jeon)

Coreia do Sul, 2005, 90Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um rapaz, Lee Ki-woo, encontra acidentalmente uma antiga colega de escola, Uhm Ji-won e combinam um encontro para aquela noite. O casal acaba por ter relações sexuais nessa noite e tentar um duplo suicídio por ingestão de comprimidos, no entanto, sem sucesso. Voltando para casa, o rapaz culpa a sua mãe pelo ocorrido. Não obtendo a compreensão desta, Lee Ki-woo corre desenfreado para o telhado de sua casa, exclamando o nome da sua mãe…

Neste altura, o filme avança no tempo, onde somos confrontados com outro rapaz, Dong-soo, mais velho, que segue Uhm Ji-won, agora uma actriz de sucesso, reclamando que Lee Ki-Woo (agora um realizador em fase terminal de vida) baseou a história do seu filme na sua própria vida…

Crítica: A par dos inúmeros realizadores criativos coreanos (Park Chan-Wook, Kim Jee-Woon, Kim Ki-Duk, entre outros), Hong Song-soo mantém-se como o cineasta coreano independente com maior visibilidade e reconhecimento internacional. Tale of Cinema, foi mesmo seleccionado para projecção no festival de Cannes de 2005, tendo recebido opiniões divergentes aquando da sua visualização.

Tale of Cinema é um retrato introspectivo sobre um filme dentro de um filme e sobre a forma como a ficção pode afectar a realidade. As personagens centrais do filme são apresentadas pelo realizador como tendo angústias existenciais e sentimentos negativistas o que provoca pouca empatia com os espectadores. Embora se identifique com alguns dos sentimentos experimentados pelos personagens, o espectador sente-se enfadado pelas sequências de mau sexo, conversas de circunstância (algumas descartáveis) e uso abusivo do tabaco e álcool.

De facto, são inúmeras as cenas em que vemos os protagonistas a afogar as mágoas em garrafas de bebidas alcoólicas ou a fumar cigarros Marlboro uns atrás dos outros, o que se torna saturante. A própria realização de Hong Song-soo depende de alguns planos de câmara mais engenhosos, nomeadamente com o uso de planos aproximados dos personagens, para de alguma forma escapar a alguma monotonia reinante. A utilização da narração dos acontecimentos também nos permite compreender que a certo ponto, estamos a visualizar um filme dentro do filme.

Em suma, Tale of Cinema só poderá ser devidamente apreciado por aqueles que gostam verdadeiramente de um tipo de cinema mais alternativo, intimista e até com algumas reminiscências à nouvelle vague. Talvez o público ocidental tenha alguma dificuldade em absorver este género de películas, até pelo facto de implicitamente estar ligado a um modo de vida e cultura, da Coreia, muito peculiares. Apesar de vir conotado como comédia, encaixa melhor numa categoria de um melodrama onde a frustração e decepção são os temas reinantes.

Classificação: 5/10

sábado, janeiro 14, 2006

Gozu


Japão, 2003, 130Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse:Ozaki (Aikawa), um yakuza sénior, começa a dar mostras de loucura. No decorrer de uma reunião com o líder da organização, aponta para um pequeno cachorro, dizendo que se trata de um “cão de ataque yakuza”. Em seguida levanta-se determinado assassinando brutalmente o animal. Minami (Sone Hideki), seu irmão mais novo, é encarregue de o levar numa viagem a Nagoya, da qual é suposto regressar sozinho. Mas antes de chegarem ao destino, Ozaki desaparece e Minami tem de encontrá-lo, vivo ou morto. Durante essa investigação, cruza-se com indivíduos estranhos e presencia acontecimentos que desafiam explicações racionais...

Crítica: Mais um filme saído da mente perversa do controverso realizador japonês Takashi Miike, que tal como “Ichi the Killer” se situa nos meandros da máfia Yakuza. Mas ao contrário de “Ichi the Killer” onde a violência gráfica e o gore são levados quase ao extremo como se estivéssemos a ver uma película anime com personagens de carne e osso, em Gozu a abordagem é completamente diferente.

Existe igualmente um personagem central pertencente à máfia Yakuza, frágil e algo desenquadrado do seu meio e continua a existir a violência tão característica nos seus filmes. No entanto, em Gozu, não é tão directa e visceral. Podemos dizer que Miike tenta uma incursão no domínio da violência psicológica e do bizarro.

O filme poderá ser dividido em duas partes: uma primeira parte, que poderá ser definida um pouco como um road-movie e uma segunda parte (a partir do momento em que o irmão mais velho de Minami, Ozaki, desaparece sem deixar rastro) difícil de classificar, isto porque, após o desaparecimento de Ozaki, surgem ocorrências sem explicação aparente e personagens do mais bizarro que se possa imaginar.

A partir do momento em que Minami perde contacto com o irmão em Nagoya, a mente do espectador começa a ficar baralhada. É tal a sucessão de personagens bizarros e de ocorrências sem explicação lógica que parece que Minami é o único ser normal da pequena vila. Muitas das cenas utilizadas nessa fase da narrativa bebem claramente da influência de David Lynch, o que é perfeitamente notório (não sei se propositado ou não).

Mas ao contrário de Lynch, que é um autor, na medida em que o mundo bizarro criado em cada um dos seus filmes, pressupõe uma explicação (plausível ou não – não está isso em causa) em Gozu, é impossível. Miike não dá tempo sequer para o espectador poder pensar e tentar descodificar o que acabou de ver. Como consequência, o filme peca por essa incapacidade de explicar o que aconteceu, pautando-se por um festim de bizarria para os sentidos.

Nesse ponto de vista, não há dúvida que Gozu surpreende, porque Miike, mistura o bizarro, não só com o terror psicológico, mas também com uma boa dose de cenas cómicas de tão surreais e inconcebíveis. No entanto, dá a sensação que Miike está-se nas tintas para que a história faça sentido e por isso, dessa forma torna-se uma desilusão, pecando nesse aspecto. Os fans do bizarro, com certeza vão adorar.

Classificação: 5/10

Outras cíticas 1 2

Sérgio Lopes

terça-feira, janeiro 10, 2006

Escolhas Cine-asia 2005

MELHOR FILME

Este artigo visa as escolhas do cine-asia no que se refere aos Prémios Lumiere 2006 para os melhores do ano a nivel do cinema que estreou entre nós. Devo, no entanto ressalvar que as escolhas derivam de um lote de 65 filmes visionados do leque dos que estrearam em 2005 em Portugal. Sendo assim, não tendo visto filmes como O Aviador, O Castelo Andante, Wallace & Gromit ou Broken Flowers, entre outros, não serão obviamente contemplados em nenhuma das categorias.


Para melhor filme foram escolhidos:
1. Oldboy
2. Sin City
3. King Kong
4. Million Dollar baby
5. 3-Iron

e ainda...

6. Crash
7. Charlie and the chocolat factory
8. The Descent
9. Garden State
10. Batman Begins

Restantes Categorias

MELHOR REALIZADOR

Robert Rodriguez & Frank Miller, em Sin City

1º Robert Rodriguez & Frank Miller, por Sin City

2º Tim Burton, por Charlie and The chocolat factory

3º Kim Ki-Duk, por 3-iron / Bin Jip

4ª Neil Marshall, por The Descent

5º Paul Haggis, por Crash


MELHOR ACTOR

Jamie Foxx, em Ray

1º Jamie Foxx, por Ray

2º Bruno Ganz, por Der Untergang

3º Geoffrey Rush, por The LIfe and death of Peter Sellers

4ª Christian Bale, por The Machinist e Batman

5º Paul Giamatti, por Sideways


MELHOR ACTRIZ

Maggie Cheung, em Clean

1º Maggie Cheung, por clean

2º Hillay Swank, por Million Dollar baby

3º Catalina Sandino Moreno, por Maria Cheia de Graça

4ª Imelda Staunton, por Vera Drake

5º Dakota Fanning, por War of the worlds

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO

Clive Owen, em Closer

1º Clive Owen, por Closer

2º Morgan Freeman, Por Million Dollar Baby

3º Matt Dillon, por Crash

4ª Cillian Murphy, por Batman

5º Peter Stormare, por The Brothers Grimm


MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA

Natalie Portman, em Closer

1º Natalie Portman, por Closer

2º Emily Blunt, por My summer of Love

Radha Mitchell, por Melinda & Melinda

4ª Laura Linney, por Kinsey

5º Jennifer carpenter, por The Exorcism of Emily Rose

MELHOR FILME ANIMADO

Team America

1º Team America, de Trey Parker e Matt Stone

2º Corpse Bride, de Tim Burton

3º Robots, de Chris Wedge e Carlos Saldanha


MELHOR ARGUMENTO

Crash, dePaul haggis

1º Crash, de Paul Haggis

2º Garden State, de Zach Braff

3º Closer, de Mike Nichols

4ª Millon Dollar Baby, de Clint Eastwood

5º Sideways, de Alexander Payne


MELHOR BANDA SONORA

Garden State

1º Garden State, de Zach Braff

2º Ray, de Taylor Hackford

3º Sin City, de Robert Rodriguez

4ª Team America, de Trey Parker e Matt Stone

5º Star Wars – EP3, de George Lucas


MELHOR MONTAGEM

The Descent

1º The descent, de Neil Marshall

2º 3-iron, de Kim Ki-Duk

3º Sin city, de Robert Rodriguez

4ª Star wars – EP3, de George Lucas

5º Oldboy, de Park Chan-Wook


MELHOR FOTOGRAFIA

House of the flying daggers

1º House of Flying Daggers, de Zhang Yimou

2º Charlie and the chocolat factory, de Tim Burton

3º Sideways, de Alexander Payne

4ª My summer of love, de Pawel Pawlikowski

5º Sin City, de Robert Rodriguez


MELHOR REVELAÇÃO MASCULINA

Zach Braff

1º Zach Braff, por Garden State

2º Cillian Murphy, por Red Eye

3º Rory Culkin, por Mean Creek

4ª Topher Grace, por In Good Company

5º Freddie Highmore, por Charlie and the chocolat factory


MELHOR REVELAÇÃO FEMININA

Jessica Alba, em Sin City

1º Jessica Alba, por Sin city

2º Rachel McAdams, por Red Eye

3º Catalina Sandino Moreno, por Maria Cheia de Graça

4ª Emily Blunt, por My summer of Love

5º Nora Jane-Noon, por The descent


Sérgio Lopes

sábado, janeiro 07, 2006

Shutter (They are around us)

Tailândia, 2004, 95Min.

Página Oficial e Trailer - Fotos

Sinopse: Um jovem fotógrafo, Thun, e a sua namorada Jane, descobrem sombras misteriosas nas suas fotografias, após o testemunho de um acidente. À medida que investigam o fenómeno, encontram outras fotos contendo idênticas imagens sobrenaturais. Jane acaba por descobrir que Thun lhe oculta algo e que os seus amigos são vítimas de estranhas ocorrências. Não faltará muito para o casal perceber que não se pode fugir ao passado…

Crítica: Saturados da recente onda de filmes de terror asiáticos, repetitivos e sem o mínimo de coerência no que toca principalmente à razão de ocorrência dos fenómenos que assolam os protagonistas, eis que surge uma proposta das Filipinas, que apesar de recalcar algumas ideias já vistas, anteriormente, em filmes como “The Eye”, “Ringu” ou “Ju-hon”, consegue encontrar o seu espaço na panóplia de filmes do género, recomendáveis.

Se há filmes onde o trabalho do realizador se nota, é o caso de Shutter. O intuito do filme é assustar e de facto, o filme, a espaços contém cenas de arrepiar. A dupla de realizadores tailandeses Pisanthanakun Banjong e Parkpoom Wongpoom aproveita na perfeição o uso da escuridão (o que não vemos ainda nos consegue assustar mais) e dos efeitos sonoros para criar o ambiente propicio de mistério e medo a que os protagonistas estão sujeitos.


O filme contém uma série de cenas clássicas da recente onda de películas de terror asiático, mas que em Shutter funcionam melhor do que em alguns homónimos coreanos como Red Shoes ou Gabal, por exemplo. Talvez o facto de a premissa ser baseada em algo que poderá ser verosímil (aparecimento de imagens sobrepostas em fotografias), faça com que algumas cenas algo forçadas, aqui funcionem melhor.

A dupla de protagonistas é igualmente um ponto positivo a destacar, na medida em que compõe um trabalho de personagem bastante coerente e credível, o que prova que os actores asiáticos têm uma capacidade dramática bem acima da média, na maior parte dos casos.

Tal como em O Sexto Sentido de Shyamalan, a forma como a história é contada, suportada em acontecimentos que implicam alguma pesquisa por parte do realizador prende muito mais a atenção do espectador. Porque o espectador, embora saiba que se trata de um filme (sujeito a todos os exageros inerentes ao entretenimento) não quer ser insultado intelectualmente, por isso deve haver alguma lógica associada aos acontecimentos ocorridos. Aliada a uns sustos bem conseguidos, torna-se uma mais valia. Foi assim em The Eye. Foi assim em o Sexto Sentido ou The Others, para citar dois exemplos americanos. Shutter não desilude…

Classificação: 6/10

Sérgio Lopes

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Prémios Lumiere 2006

É com imensa satisfação que o cine-asia faz parte de uma lista composta por trinta blogues para eleger o que de melhor estreou, nas salas de cinema nacionais, em 2005. Trata-se dos "Prémios Lumiere 2006", um projecto da autoria de Miguel Pereira que para além de premiar os melhores em 13 categorias distribuídas por Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Actor, Melhor Actriz, Melhor Actor Secundário, Melhor Actriz Secundária, Melhor Argumento, Jovem Promessa Masculina, Jovem Promessa Feminina, Melhor Filme Animado, Melhor Banda Sonora, Melhor Fotografia e Melhor Montagem, visa também, aproximar a comunidade de bloggers em Portugal.

Isto porque o grupo de votantes é constituído por 15 blogues de cinema mais outros 15 blogues de temas variados da blogosfera nacional, o que numa segunda análise confere maior coerência e possivelmente maior abrangência na escolha dos melhores em cada categoria.

Cada blogger do júri - apresenta um top5, por ordem de preferência, em cada uma das treze categorias escolhidas. Ao primeiro de cada lista serão atribuídos cinco pontos, quatro ao segundo, três ao terceiro, dois ao quarto e um ao quinto e último nome. Os vencedores serão os que tiverem mais pontos, sob o ponto de terem sido, pelo menos uma vez, a primeira escolha de um dos membros. O dia 15 de Janeiro será o último dia de votação. Os vencedores serão anunciados simultaneamente em cada um dos trinta espaços no dia 28 de Janeiro de 2006.

O cine-asia apresentará as suas escolhas para cada uma das categorias até ao dia 15 de Janeiro de 2006. Desta forma, será possivel comparar o resultado final com o que foram as escolhas do cine-asia. Resta-me agradecer ao Miguel por incluir o cine-asia num leque tão restrito de bloggers. Vamos então a votos...