sábado, dezembro 30, 2006

Suicide Club (Jisatu Saakuru)

Japão, 2002, 99Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um detective investiga uma série de suicídios em massa ocorridos entre a juventude nipónica que poderão estar interligadas com um clube de suicidio secreto e com uma banda pop pré-adolescente chamada Dessert.

Crítica: Convenhamos que um filme cuja cena inicial é a de um suicidio colectivo por parte de um grupo de estudantes japonesas numa estação do metro, é no mínimo invulgar e desperta a atenção. As jovens unem as mãos, sorriem e atiram-se para a frente do metro no momento da sua passagem. O sangue e o gore jorra por todo o lado e é sem dúvida uma das cenas de antologia do cinema de terror moderno japonês e não é para qualquer estômago. Tal como aliás todo o filme, intitulado Suicide Club (também conhecido como Suicide Circle).

Não que o filme seja um exercício de gore e violência gratuita como por exemplo algumas películas de Takashi Miike, mas também não é o típico filme de terror teen convencional. Realizado por Sion Sono (realizador conhecido maioritariamente por películas porno gay), Sucide Club pauta-se por um thriller psicológico, com algumas cenas fortes e violentas, por vezes algo paranóico e bastante confuso.

O filme segue a investigação de um detective - Ryo Ishibashi (Audition) com mais uma performance segura e carismática - que após o suicidio colectivo decide investigar. E o que começa por parecer um vulgar filme de terror depressa começa a virar de direcção numa crítica à juventude e sociedade japonesas, aos media e à internet. E aqui começa a confusão, pois o sucedido pode estar ligado a um secreto clube suicida, com indicação prévia num site de internet do número de pessoas que vão morrer, ou pode estar ligado por exemplo a uma banda pop composta por pré-adolescentes que com mensagens subliminares conseguem influenciar os jovens japoneses ao suicídio. E assim, Sion Sono deixa mais interrogações do que respostas, confundindo o espectador.

Poderá, obviamente, Sion Sono querer metaforicamente criticar uma juventude japonesa alienada e viciada na cultura pop, apresentada como superficial e decadente. Porém, é demasiado pretensioso e o impacto dilui-se no meio de tanta cultura pop. Por outro lado a temática do suicidio é bem actual no Japão, aliás, consta-se que o isolamento e a incapacidade de adaptação e integração na sociedade são a causa de milhares de suicídios entre japoneses por ano. Talvez Sion Sono tenha querido transmitir a sua interpretação acerca desse facto. Embora não o faça em pleno, pois a trama vai-se complicando cada vez mais e o final não faz jus ao iníco fulgurante, Sono cria com Suicide Club uma película a que ninguém fica indiferente.

Classificação: 6/10

Sérgio Lopes

sexta-feira, dezembro 29, 2006

Son Ye-jin dá voz à animação Coreana - Five Tailed Fox

Também a animação Coreana evolui a passos largos. Depois de no ano passado termos assistido ao invulgar 'Aachi & Ssipak', chega-nos agora Five Tailed Fox. Ainda pouco se sabe sobre Five Tailed Fox, apenas que se trata de uma fantasia lendária sobre uma raposa e a sua tentativa incessante em interagir com os seres humanos. A popular actriz coreana Son Ye-jin irá dar voz a uma menina de 10 anos, transformação humana do espírito da raposa.

O trailer de Five Tailed Fox pode ser descarregado AQUI. Pelo visionamento do trailer parece uma obra influenciada pelo mestre Hayao Miyazaki. A estreia prevista é em finais de Janeiro de 2007 na Coreia.

Sérgio Lopes

terça-feira, dezembro 26, 2006

APT. (9:56)

Coreia do Sul, 2006, 90Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Se-jin leva uma vida pacata e solitária em Seul até ser surpreendida por uma suicida no metro. Ela escapa ilesa, mas começa a notar algo de estranho nos apartamentos do prédio à frente: supostos suicídios que ocorrem sempre no mesmo horário...

Crítica: Quentin Tarantino pegou nas suas maiores influências e preferências para criar o surpreendente e assumidamente filme B de luxo Kill Bill. Ahn faz quase a mesma coisa com APT, mas seguindo o caminho inverso da obra do realizador americano, o resultado foi extremamente negativo, para não dizer péssimo. ‘Ingredientes’ de quase todos os filmes de terror asiáticos feitos nos últimos 10 anos, e de outros clássicos, estão presentes de alguma forma no filme, o vilão da história é uma mulher com longos cabelos negros cobrindo a face (referência clara a The Ring) e a temática ‘voyeur’ (referência a Rear Window), só para exemplificar.

O filme em si ficou muito básico, preso ao estilo ‘menina maligna cujos cabelos nunca viram uma tesoura acompanhada de barulhinhos estranhos’. Brincadeira à parte, normalmente a monocromia dos cenários ajuda a criar a tensão necessária para um terror, mas até isso falha aqui. O tal prédio que é o principal cenário deveria ser algo antigo, abandonado, meio sujo, isso já ajudaria um pouco mais. Mas isso é o de menos. Além das actuações fracas, que não empolgam em nenhum momento, a história é pouco interessante, é muito óbvia. Chega um determinado momento que, tranqüilamente, pode-se apostar uma bebida em qual o final que o filme terá, tamanha previsibilidade e falta de imaginação.

Outra coisa que irrita bastante é o modo como as cenas foram filmadas. Assim como nos filmes para adolescentes americanos (Scream é um exemplo disso) os ângulos das câmeras são muito previsíveis, do tipo “não olha para direita, não olha para direita... droga, eu sabia!”. Além de tirar a surpresa da situação, acaba tornando as coisas piores ainda, dando um ar cômico nas seqüências, como numa em que a protagonista fica uns 10 minutos dizendo a todos que vê pela frente para não acenderem as luzes em determinada hora. Além disso, alguns personagens surgem do nada, tentando dar uma explicação para certos factos, mas apenas confundem, pois não possuem nexo algum. Ficou muito irreal. De onde saiu o rapaz que morou com Yu-yeon o tempo todo? Assim, sem mais nem menos, ficou escondido o tempo todo no apartamento sem que ela percebesse. Esses factos inexplicáveis prejudicam muito o enredo.

Concluindo, o filme foi uma perda de tempo terrível, infelizmente não acompanha a qualidade da actual safra de filmes asiáticos, seja qual for o gênero. Não conheço o resto do trabalho de Byeong-ki Ahn, mas APT deve ser um dos piores. Ficou bem abaixo de suas referências, parece mais um trabalho de colagem, muito mal feita aliás. Eu não sou um fã de filmes de terror, mas são tão escancaradas a falta de criatividade e a cópia de outras obras que até o telespectador mais desatento irá notar algo de errado. Um filme descartável cujo provável rumo será o limbo das prateleiras nos video-clubes.

Classificação: 2.5/10

Marcus Vinicius

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Feliz Natal!

O cineasia deseja a todos os frequentadores, colaboradores e visitantes deste espaço, os votos sinceros de um Natal muito feliz, com paz, alegria e acima de tudo saúde, e se possivel com muuuuuuuitas prendinhas no sapatinho...

Abraços e beijinhos a todos,

Sérgio Lopes

sábado, dezembro 23, 2006

The Host (Gwoemul)


Coreia Do Sul, 2006, 119Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Uma criatura mutante emerge do rio Han, atacando os cidadãos que se encontram no parque, e arrastando consigo Hyeon-seo. Kang-du acredita que a filha ainda está viva e, escapando à quarentena imposta pelas autoridades — que alertam para um vírus altamente contagioso, detectado nos que estiveram próximos da criatura —, a família une-se numa desesperada missão de salvamento e numa corrida contra o tempo.

Crítica: The Host foi o sucesso esmagador de 2006, tanto de bilheteira como de crítica, na Coreia do Sul, recebendo também, um pouco por todo o mundo, críticas bastante favoráveis. Realizado por Bong Joon-Ho (Memories Of Murder) trata-se de um filme sobre uma criatura (que sofre mutações devido ao despejo de lixo tóxico por parte de um cientista... americano) que emerge do rio Han para semear o caos e pânico sobre Seul. Mas não se pense que The Host se assemelha ao típico monster movie como por exemplo, Godzilla, pois o cineasta Coreano presta tanta atenção à criatura, como ao drama famliar vivido após a pequena Hie-bong ser levada pela criatura.

The Host é, por ventura, o filme mais original alguma vez feito sobre esta temática, a começar pelo aparecimento da criatura em plena luz do dia praticamente com apenas 20 minutos de filme. A partir deste momento é um turbilhão de emoções que são projectadas no écrân, passando pelo terror, comédia, aventura e drama, até ao climax do encontro final com o ser vindo das profundezas do rio. A mudança de registo é uma constante durante toda a película o que torna o filme nada convencional e indefinido no que toca ao género. Há que destacar, igualmente, os excelentes efeitos especiais na concepção da criatura, e não nos esqueçamos que estamos a falar de um filme Sul Coreano.

O truque do sucesso de The Host é talvez o facto de se centrar no efeito que esta tragédia tem sobre uma família e na união de esforços que são obrigados a tomar para tentarem resgatar a pequena Hie-bong. No entanto, o filme é preenchido de um tom humorístico constante, uma espécie de comédia negra que vai balanceando a acção entre os dois principais protagonstas, a família e o monstro. Bong Joon-Ho aproveita também o uso desse tom mais leve para alguma crítica social e política quer à actuação do governo perante a situação de caos, quer à intervenção americana sobre o sucedido. No entanto, tem o cuidado de não ferir susceptibilidades para abrir as portas do mercado americano a The Host.

O lote de protagonistas que constituem a família têm performances bastante seguras e apelativas, principalmente Song Kang-Ho, Park Hae-Il e Byeon Hie-Bong, que voltam a colaborar com Bong Joon-Ho, após Memories Of Murder. Destaca-se especialmente Song Kang-ho (um dos melhores actores Coreanos da sua geração) como Kang-du, um homem de 40 anos, com algum atraso mental, claramente o personagem que mais empatia causa com o público e a fonte da maior parte das situações cómicas vividas no filme.

Apesar de todas as suas qualidades e originalidade, no meu entender, é um completo exagero quando se referem a The Host como o melhor filme de monstros alguma vez feito. È um óptmo entretenimento para toda a família, com certeza, traz uma enorme lufada de ar fresco ao género, mas não consegue fugir a um argumento bastante básico e um final um pouco previsivel, algo cliché e até demasiado conveniente, e não tão forte como se esperava. Ainda assim, é uma óptima proposta (mais uma) vinda da Coreia do Sul, que confirma Bong Joon-Ho como um dos mais originais cineastas asiáticos do momento, elevando claramente a fasquia no que toca às expectativas para o seu próximo filme.

Classificação: 7/10


Sérgio Lopes

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Kyoko Kishida morre


Kyoko Kishida, faleceu aos 76 anos vítima de um tumor no cérebro. A bela e sensual actriz é maioritariamente conhecida pelo seu desempenho no clássico Woman In The Dunes e será com certeza, para sempre relembrada. R.I.P.

Sérgio Lopes

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Destaque - Blogue "My Asian Movies"

O cineasia tem o prazer de colocar em destaque mais um blogue português sobre o sempre surpreendente cinema asiático. Denomina-se sugestivamente My Asian Movies e tal como o cineasia, publica regularmente críticas de cinema a filmes asiáticos. As críticas encontram-se ordenadas por região e contam sempre com uma classificação atribuida de 1 a 10, levando em conta os factores entretenimento, interpretação, argumento, banda-sonora, guarda-roupa, emotividade, mérito artístico e finalmente o gosto pessoal do seu criador.
Para além das críticas aos diversos filmes, o blogue providencia também algumas biografias de actores / realizadores asiáticos e alguns videos.
Nas palavras do próprio autor, Jorge Soares (a.k.a Shinobi), o My Asian Movies é um blogue Madeirense dedicado ao cinema asiático. Felicidades e parabéns pelo excelente espaço. Podem aceder ao blogue clicando no banner acima.
Sérgio Lopes

terça-feira, dezembro 19, 2006

Ghost In the Shell 2: Innocence

Japão, 2004, 100Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Ano 2032, Batou, personagem fácilmente reconhecível do filme anterior (“Ghost In the Shell”), agente da Section 9, é designado para investigar uma série de assassinatos de figuras importantes da sociedade, supostamente assassinadas por uma série de bonecas/robôs, as Gynoids, que avariam, matam os respectivos donos e de seguida se autodestroem. Na ausência da Major Kusanagi, que desapareceu em misteriosas circunstâncias e deixou fortes memórias a Batou, é-lhe atribuido um novo colega, Togusa, ex-detective da polícia. Os dois perseguem o criador das Gynoids sendo sucessivamente confrontados com a diferença entre homem e máquina, cada vez mais difícil de distinguir.

Crítica: Este filme é uma muito esperada sucessão do anterior êxito, principalmente entre os espectadores ocidentais, “Ghost In the Shell”. Feliz ou infelizmente, pelo meio houve a série dos três filmes do “Matrix” assumida e altamente inspirada neste filme o que torna o tema existêncialista das diferenças entre homem e máquina, animado e não-animado, com alma e sem alma, etc. um pouco gasto.

“Ghost In the Shell 2: Innocence” é um filme muitíssimo bem feito, com cenários em CG (computer graphics) e animações de paisagens e não só, monumentais, perfeitamente integrados com um character design um pouco mais próximo dos desenhos originais da manga de Masamune Shirow, com uma produção técnica e artística sem mácula. Pena é que a realização de Mamoru Oshii continua a ser uma realização mediana de “studio system”, pouco criativa, apesar do luxo do apoio técnico e artístico por trás desta produção.

Toda a temática filosófica é muito interessante, já vem directamente da manga, onde Masamune Shirow se diverte a dissertar e a fantasiar ao ritmo da pena e do pincel, mas neste filme sente-se um excesso de elementos e teorias com muito pouco desenvolvimento e menos ainda as conclusões. A falta de conclusões é de pouca relevância, pois a própria dissertação das diferenças entre homem e máquina é directamente proporcional aos avanços da tecnologia, e portanto as conclusões só poderão vir com as conclusões da própria humanidade. Mas a falta de desenvolvimento faz com que toda a introdução deste tema interessante mas denso, soe a académico, como se de um trabalho de faculdade se tratasse, onde o que interessa é mostrar quantidade e não qualidade. O espectador menos atento acaba por se perder entre tanta teoria e talvez não prestar atenção aos pormenores importantes.

A par da densidade do tema, sente-se falta do sarcasmo e sentido de humor algo perverso da manga, mistura essa que para além de cativar mais para o texto torna-o de mais fácil assimilação e muito mais divertido. Também se sente bastante a falta da major Kusanagi, seja pela sua figura escultórica, mas mais ainda pelo seu humor negro que contrapõe majestosamente a gravidade de Batou e a falta de ambição de Togusa.

Como o filme tem uma direcção artística de primeira e muitíssimo boa, engana muito parecendo um bom filme, com sequências de deixar qualquer um de queixo caído, tal é o deslumbramento provocado. A nível estético encontram-se influências directas de um outro filme, anterior a ambos os “Ghost In the Shell”, e que também já abordava, no início dos anos 80 e com grande sucesso, esta mesma temática, falo de “Blade Runner”. Outra curiosa influência é a do próprio “Matrix”, portanto já em 3ª mão.

Vale pelos cenários e sequências na cidade, pela parada com os elefantes (elementos importantes numa das alegorias mencionadas no filme), pela mansão e pela banda-sonora do mais-que-conhecido Kenji Kawai, que não desilude mas também surpreende pouco.

Classificação:6/10

Misato

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Curse Of The Golden Flower - Trailer Final

De Zhang Yimou (Hero, O Segredo dos Punhais Voadores) chega-nos um mega blockbuster Wuxia, com estreia em Portugal em Fevereiro de 2007 (Prevista) intitulado Curse Of The Golden Flower. O filme conta com um elenco de luxo, com nomes como Chow Yun Fat e Gong Li e promete ser um sucesso garantido.

A acção do filme leva-nos ao século X, no fim da dinastia Tang, onde o imperador (Chow Yun Fat) enfrentará uma ameaça no seio de sua própria família, que só pode terminar manchando o seu palácio de sangue. Neste momento existe o site oficial disponível AQUI. O trailer final pode ser visualiizado clicando AQUI.

Sérgio lopes

sábado, dezembro 16, 2006

A Dirty Carnival (Biyeolhan Geori)

Coreia do Sul, 2006, 137Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse: Byung-doo, apesar dos seus 29 anos, é o número 2 de um pequeno gang organizado. Vive uma vida solitária e dura, uma vez que tem de sustentar a sua mãe doente e apoiar os seus dois irmãos mais novos. No entanto, quando é convidado para uma missão secreta, Byung-doo sabe que o sucesso da sua investida poderá ser o seu sucesso pessoal, o que lhe poderá remover todas as preocupações que nutre pela sua família...

Crítica: Num ano de 2006, prolífero em policiais de acção na Coreia do Sul (Bloody Tie, Les Formidables, The City Of Violence), A Dirty Carnival destaca-se claramente de entre os demais, quer pela sua complexidade, quer pela sua qualidade. Realizado por Yu Ha (Once Upon a Time In High Scool), A Dirty Carnival narra a ascenção e queda de Byung-doo, um gangster que lentamente vai ganhando o seu espaço numa pequena organização criminosa. Mas não se pense que se trata de um típico filme de gangsters, pois apesar de se ambientar nesse meio do crime, a película assenta num drama familiar.

Byung Doo, apesar dos seus 29 anos, não se sente realizado pois não consegue dar uma vida melhor à sua mãe e aos seus dois irmãos. Aproveitando uma oportunidade no seio do gang a que pertence, despacha um advogado que ameaçava o seu chefe. Lentamente vai ganhando o seu espaço, vai subindo e tendo sucesso na organização. Entretanto, retoma o contacto com um antigo amigo de escola, Min-ho, aspirante a realizador de cinema e que pede para o ajudar a realizar um filme sobre gangsters. De forma insensata, Byung Doo confia no seu velho amigo. Mas também graças a ele, retoma o contacto com a sua antiga paixão, a bela Hyeon-ju...

Toda esta complexidade narrativa e a interligação de sub-plots é brilhantemente equilibrada através de um argumento muito bem delineado, servido por diálogos bem conseguidos e por personagens multidimensionais e bem desenvolvidas, que conferem um carácter emocional e realista ao filme. Todos os actores foram muito bem seleccionados para os seus respectivos papéis, mas Jo In-Seong é brilhante como o protagonista Byung-Doo, com uma performance realista e carismática, capaz de transparecer as mais variadas emoções.

O que começa por ser um filme de gangsters, vai-se transformando num filme sobre relacionamentos e valores de família, ambição e realização pessoal, culminando num clímax que junta todos os elementos num final inesperado e trágico. Apesar das suas duas horas e quinze de duração, A Dirty Carnival nunca é enfadonho, graças à montagem suave e ao uso da música. Ao recorrer à ligeira saturação de cores e ao ambiente citadino do submundo do crime, A Dirty Carnival é, por vezes, comparado a Heat de Michael Mann. No entanto, acho que se aproxima mais de Scarface ou de A BitterSweet Life, pois não é um filme de gangsters vulgar, mas sim mais complexo e rico. Só a título de curiosidade, a tradução literária do título coreano é de Mean Streets. Mas no entanto, optaram pelo título internacional A Dirty Carnival, talvez para evitar comparações...

Sérgio Lopes

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Iraq In Fragments em destaque em Sundance


Um dos filmes em destaque no festival de cinema de Sundance, um dos festivais mais conceituados do cinema independente e de autor, foi o documentário Iraq In Fragments, conquistando os galardões de melhor realização, montagem e fotografia, para além de inúmeros outros prémios angaraiados em inúmeros festivais um pouco por todo o mundo.
O filme de James Longley, que captou imagens reais de 2002 a 2005, transporta-nos para o horror da guerra do Iraque, tal como ela é, cruel e perturbante, de modo realista e sem a formatação americana. Vale a pena deitar os olhos a este belo documentário. O cineasia disponibiliza abaixo os links para a página oficial e trailer de Iraq In Fragments.
Sérgio Lopes

terça-feira, dezembro 12, 2006

The City Of Violence (Jjakpae)

Coreia do Sul, 2006, 93 minutos

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Tae-su é um detective que volta à sua cidade natal para o enterro do seu amigo da escola, Wang-jae. Lá ele se encontra com Pil-ho, Dong-hwan e Seok-hwan, antigos amigos de escola. Suspeitando da morte de Wang-jae, Tae-se e Seok-hwan decidem investigar cada um, o que aconteceu. As duas investigações levam-nos a descobrir que o perigo está mais perto do que eles imaginavam.

Crítica: O cinema de acção é um género muito explorado, principalmente em Hollywood. E o que vemos na maioria das vezes são produções milionárias, cheias de efeitos especiais e frescuras modernas, porém são poucos os filmes que são realmente bons. O cinema oriental sempre teve uma “queda” para tal género, sendo um dos mais explorados pela industria asiática. E não é de se estranhar que talentos, hoje já consagrados, aparecessem. Tão pouco seria de se estranhar a influencia em novos talentos. Um desses novos talentos é o realizador Seung-wa Ryoo.

O jovem cineasta, que além de dirigir a película, também actua na mesma, mostra na sua mais recente produção, a confirmação de que veio para ficar. Dirigiu somente seis filmes desde 2000, sendo que já passou pelas suas mãos o excelente Min-sik Choi, ator de Old Boy, dirigindo-o em Crying Fist. E mesmo com pouca experiência, pode-se dizer que com “The City Of Violence”, o realizador marca a sua posição como um bom director de cinema de acção.

O filme é seguramente bem dirigido, com boas cenas de acção e uma trama bem desenrolada. A direção tem larga influência em filmes holywoodescos, mas os bons filmes. A trilha sonora é composta por músicas bem ao estilo western, tocadas numa boa guitarra de rock n’ roll, e remetem bastante aos filmes do Tarantino. A história, mesmo sendo uma variante de algo anteriormente exlporado, é bem desenvolvida, embora com algumas descobertas que podem à priori ser previstas no decorrer do filme. O visual e o clima do filme lembram um pouco Sha Po Lang, o que não é uma coisa má.

As cenas de acção para além de excelentes, com lutas que não trazem nada de surreal, , pelo contrário, adicionam a dose certa de realismo ao filme. Apesar de que algumas lutas acontecerem entre um numero grande de pessoas lutando contra uma só pessoa, a coreografia não é nada irreal ou fantasiosa, mas sim transporta-nos para o realismo das lutas de rua. No fundo, The City Of Violence é uma producção de acção que se vê de belo agrado. Se o cinema de ação moderno nos presenteasse sempre com boas produções como essas, com certeza já ficaríamos satisfeitos.

Classificação: 6/10

Monsenhor

sábado, dezembro 09, 2006

My Neighbour Totoro (Tonari no Totoro)

Japão, 1988, 86min

Página Oficial - Trailer - Fotos


Sinopse: Uma família, o pai e as duas filhas, a responsável Satsuki e a introspectiva Mei, mudam-se para uma nova casa no campo que mais parece uma mansão assombrada. A casa é perto de uma árvore centenária que esconde alguns mistérios. A mãe das raparigas está hospitalizada por perto o que as faz sofrer de modos diferentes. Sem notícias da mãe, Mei foge, fazendo com que Satsuki inicie uma extraordinária busca.

Crítica: “O meu vizinho Totoro” é um filme intemporal e para todos, tal é a sua universalidade. É talvez das obras mais fundamentais de Hayao Miyazaki, o filme que marcou o seu reconhecimento no Japão (basta ver a quantidade e variedade de merchandising existente). Mas este filme é muito para além de mero comércio, é um retrato do comportamento e modo de encarar a vida para os japoneses. O primeiro aspecto relevante será talvez a maneira como uma potencial casa assombrada e espíritos sobrenaturais não são uma via disciplinadora para as crianças, mas sim um dado extra, encarado com excitação e naturalidade, é como se viesse com o pacote de mudarem para o campo.

A história é de tal forma equilibrada e abrangedora que conjuga o lado fantástico, mais pitoresco, belo e infantil com uma narrativa que aborda a complexidade da mudança e de encarar a dor e eventual perda de um parente próximo, sem que o espectador dê muito por isso. É nessa subtileza que está a verdadeira magia de Totoro e se revela o génio de Miyazaki. Foi com certeza um filme muito trabalhado e amado por quem o fez.

Como curiosidade foi o próprio Hayao Miyazaki quem escreveu as letras de ambas as canções dos genéricos, com o propósito de serem de fácil entendimento tanto para crianças como adultos. No ocidente, são uma boa maneira para iniciantes à língua japonesa se sentirem preenchidos por as perceberem com facilidade. Isto traz-nos à que é provávelmente a primeira banda-sonora, da colaboração Miyazaki/Joe Hisaishi, que foi um sucesso de popularidade.

De resto este é um filme de pequenos detalhes: a arquitectura de uma casa no campo, as plantas, os animais, uma bolota, andar à boleia numa bicicleta, apanhar uma molha ao voltar da escola, pequenos hábitos do dia-a-dia, relações interpessoais entre crianças e adultos e um elogio à natureza como qualidade de vida e uma mais-valia para os seres humanos que a habitam. É também neste filme onde aparecem pela primeira vez os pequenos seres de fuligem que mais tarde retornam em “Sen To Chihiro no Kamikakushi”.

Desta volta, em vez da abordagem do choque, utilizada tanto em “Nausicaä”, como em “Laputa”, onde personagens lutam para defender a natureza, Miyazaki dá à ecologia uma forma mais ligada aos conceitos do Shitoísmo, ainda muito presentes na cutura japonesa. A árvore gigante é encarada com respeito e admiração, os seres/deuses sobrenaturais fazem parte da natureza e os seres humanos aceitam-nos com naturalidade e, mais uma vez, respeito. Os seres humanos integram-se na paisagem e vivem com e da natureza sem a adulterar em demasia, com propósitos egoístas e desnecessários.

Em contrapartida, através destas duas miúdas, de cerca de 10 e 4 anos, assistimos a um crescimento e aceitação de novas realidades muitas vezes tingidas por dificuldades difíceis de ultrapassar como é ter a mãe doente. Na esperança e preserverança de duas pequenas raparigas, temos a força para continuar a viver o melhor que podemos, apreciando as pequenas coisas do dia-a-dia.
A história é simples e com poucas reviravoltas, o que dá espaço para a apreciação dessa mesma natureza e dos seus habitantes,sejam eles as pessoas da aldeia, os animais domésticos ou selvagens ou seres sobrenaturais. Por isso o filme deixa muito espaço para as viagens mágicas com Totoro e os seus “colegas”, que constituem grande parte da atracção e apreciação deste delicioso filme. Não é um filme contemplativo e muito menos aborrecido, todas as cenas mágicas são isso mesmo, transportam-nos para uma outra realidade que gostariamos que pervalecesse mais tempo.

Há uma pequena piscadela de olho à paixão de Miyazaki por máquinas voadoras, na personagem do miúdo Kanta que brinca frequentemente com um pequeno avião de aeromodelismo. É um filme que nos diz para parar e olhar para as belas coisas em volta, apreciar a vida como ela é, não ambicionando para além das nossas capacidades, atropelando os que nos rodeiam. É um apelo à vida no campo, com as suas dificuldades mas maior qualidade de vida. E, convenhamos, o Totoro amolece o coração mais empedrenido!

Classificação: 9/10

Misato

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Scary Movie Chinês

Parece que a moda dos filmes spoof chegou finalmente ao cinema oriental. Estamos a falar de "Da Dian Ying Zhi Shu Bai Yi" ("The Great Movie: Tens Of Billions" se traduzirmos literalmente) , uma comédia que parodia os maiores sucessos recentes do cinema oriental com projecção internacional, tais como, "House of Flying Daggers", "Kung Fu Hustle", "Infernal Affairs", "Ringu", entre tantos outros, até por exemplo... "Brokeback Mountain".

O filme estreia na China no final deste mês e conta com o veterano, de Hong-Kong, Eric Tsang, e com Huang Bo ("Crazy Stone") nos principais papéis. Um trailer com a duração de cerca de 13 minutos pode ser visualizado, clicando AQUI.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Confessions Of Pain - Site Oficial

O novo filme de Andrew Lau e Alan Mak, responsáveis pela trilogia Infernal Affairs, intitula-se Confession Of Pain. Conta com um elenco de luxo, com nomes como Tony Leung Chiu-wai, Takeshi Kaneshiro ou Shu Qi, entre outros, estando já disponível um novo trailer AQUI.

O site oficial também já se encontra on-line AQUI. Por enquanto, só temos acesso à secção chinesa, que no entanto, permite aceder a uma série de vídeos (incluindo 50 minutos de filmagens de bastidores), bastando clicar no 3º icon para aceder.

Tony Leung interpreta o detective, Hei, que entra em desespero, após o brutal assassinato do seu sogro, Kim, na sua mansão. Hei decide então recorrer à ajuda do seu antigo parceiro, Bong, tornado entretanto detective privado (interpretado por Takeshi Kaneshiro), para que juntos consigam descobrir o paradeiro do terrivel assassino e vingar a morte de Kim. No entanto, cedo se vão aperceber que nada é o que parece...

Sérgio Lopes

terça-feira, dezembro 05, 2006

Riding Alone For a thousand Miles (Qian li zou dan qi)


Hong-Kong/China/Japão, 2005, 107Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Ao saber que o seu filho foi diagnosticado com cancro, o pai resolve partir para uma jornada rumo a Yunnan, um pequeno vilarejo chinês para cumprir o último desejo do seu filho: filmar um artista de uma ópera chinesa.

Crítica: Takata é um pai ausente que não vê o seu filho há anos após uma briga. Este, seguindo seus passos, também não tem intenção nenhuma de revê-lo e qualquer tentativa de reatar um relacionamento se perde diante de um sentimento de indiferença e de arrogância. Assim, pode-se dizer que eles levam à letra a máxima “tal pai, tal filho”.Um dia, o seu filho é diagnosticado com uma doença terminal, um facto que poderia abrir as portas para uma reaproximação, mas o que se vê é apenas a manutenção de uma atitude repulsiva onde sequer trocam olhares.

Por meio da sua nora, o pai fica a saber que o seu filho estava a trabalhar num documentário sobre uma ópera chinesa numa remota vila na China. Descobre que ele não pôde terminar a obra devido à doença. Restava somente filmar um artista que apresentava a peça “Um Longo Caminho”. Assim, Takata assume uma mea-culpa; deixa um pouco seu orgulho de lado e parte para o local na tentativa de filmar o artista.

Yimou apresenta-nos um olhar pelos anos de um tormento mútuo que não poderia simplesmente ser solucionado com uma simples viagem. Takata descobre que o tal cantor havia sido preso e que a solução mais fácil seria retornar ao Japão e pedir desculpas formais. Mas o mesmo sentimento de orgulho que o manteve longe de seu filho, faz com que ele mantenha o foco no seu objectivo e faça de tudo para ir até o fim. São diante dessas dificuldades que ele percorre seu caminho interior de análise e de auto-descoberta.

No decorrer do filme, o realizador apresenta-nos personagens que, não só o ajudam na jornada, mas também servem para traçar um paralelo entre o mundo de Takata e a possibilidade de entender um mundo perdido nalgum canto de sua vida. Assim, aos poucos, vai desconstruindo a figura de um pai desprovido de sentimentos e substituindo por um olhar que mistura a descoberta de novos sentimentos e também da frustração diante do passado.

Diferente de toda a peripécia visual apresentada, por exemplo, em HERO ou HOUSE OF FLYING DAGGERS, Yimou faz da simplicidade o segredo do filme. Trabalha as diversas faces da amizade diante de um olhar íntimo e fraternal e nos faz saborear um filme, ao mesmo tempo, dramático, engraçado e tocante, onde a aventura do pai soa como uma metáfora da viagem que cada um de nós estamos a efectuar; e que os caminhos que escolhemos percorrer dependem somente de nós.

Classificação: 7/10

Ric Bakemon

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Novo filme de Satoshi Kon

O mais recente trabalho do realizador de culto de películas de animação, o japonês Satoshi Kon (Perfect Blue, Millennium Actress), tem sido descrito como provavelmente o seu melhor filme até à data. Trata-se de uma paranóica viagem sexual e psicológica pelo mundo dos sonhos e desejos reprimidos: "Num futuro próximo, é criado um aparelho de uso pessoal capaz de controlar sonhos. Quando a máquina acaba roubada por terroristas de sonhos, uma perseguição aos criminosos é iniciada, pois está em risco a própria realidade." Promete ser uma aventura de ficção científica bombástica e altamente antecipada.

O filme chama-se Paprika (nome da personagem principal) e estreia em França já no próximo dia 6 de Dezembro. Existe um site francês AQUI com um trailer narrado em inglês. è só clicar em bande annonce e... "enjoy the ride".

Sérgio Lopes

domingo, dezembro 03, 2006

Nippon Koma - Festival de Cinema Japonês

De 4 a 9 de Dezembro, na Culturgest, em Lisboa, decorre o Festival de Cinema Japonês - Nippon Koma. Trata-se de um festival de cinema composto por películas de animação, curtas ou longas, que aludem simultaneamente ao inconsciente e ao virtual, bem como de documentários japoneses. Segundo o site do festival, os trabalhos propostos pretendem ”explorar, de forma estimulante e intelectualmente cativante, os territórios em permanente recriação da animação e documentário japoneses.” O preço é de 2 euros por sessão. O programa completo encontra-se AQUI.

Para além da projecção dos vários trabalhos
, a Culturgest em Lisboa vai organizar durante os dias do festival, das 17h00 às 18h20, um workshop de Shodo (caligrafia japonesa). O workshop será gratuito, mas tem limite de 25 pessoas por dia. As inscrições são feitas na bilheteira da Culturgest. Mais informações AQUI.

O resumo diário do festival poderá ser acompanhado no blogue Anime Comic, da colaboradora habitual no cineasia, Misato.

Sérgio Lopes

sábado, dezembro 02, 2006

Saint Seiya: Tenkai-hen josô - Overture

Página Oficial - Trailer - Fotos

Japão, 2004, 81Min.

Sinopse: Após a batalha contra Hades nas profundezas do inferno, os Cavaleiros defensores de Atena, a deusa da justiça, descansam em paz após anos de lutas. Porém Ártemis, irmã de Atena, pretende tomar o controle do planeta e eliminar os cavaleiros como punição por desafiarem os seres supremos...

Crítica: A famosa série Cavaleiros do Zodíaco, criada por Masami Kurumada, exibida na televisão portuguesa no canal RTP 1, em meados de 1992, foi uma das responsáveis, se não a maior, pelo boom dos animes no ocidente. Exibida em todos os continentes, os fãs mais ardorosos encontram-se na América do Sul, ainda mais com o recente lançamento de Saga de Hades e de todos os episódios em DVD’s. A série conta a história de cinco jovens que recebem a missão de proteger Atena, encarnada na terra por Saori Kiddo, e para isso contam com as suas míticas armaduras de bronze e os seus poderes sobre-humanos, o qual chamam de ‘cosmos’. Mesmo com toda a violência, CDZ trata de amizade, valores como honra e ética e nenhuma morte é banalizada. Cada personagem, independente do lado defendido e do caminho escolhido, busca a redenção.

De todos os filmes lançados do CDZ, Tenkai-Hen é o melhor. Tecnicamente muito bem produzido, visualmente é impecável. Cenários bastante coloridos e de uma estética meio futurista e clean, diferente do visto na série, como exemplo a fonte onde Atena sacrifica-se. Os guerreiros celestiais, também chamados de ‘anjos’, também são muito bem caracterizados. O facto de a obra estar inserida na cronologia é importante também, pois não é algo perdido entre a série como os outros filmes. Tenkai-Hen situa-se depois da saga de Hades (ainda não finalizada). Alguns dizem que este seria o começo da Saga dos Céus, que seria lançada em vários filmes. Já outros defendem a idéia de que, mesmo situada na cronologia, seria apenas mais um filme promocional, visto que nem o próprio Kurumada sabe se tal Saga dos Céus será concretizada. A boa notícia é que há algum tempo atrás nem o mais fanático fã imaginaria que Hades sairia em anime.

Porém os problemas continuam os mesmos, por mais compreensíveis que sejam: a duração das lutas (tanto no anime quanto no mangá levam capítulos, aqui duram minutos), final previsível e muitas questões são deixadas sem respostas. A questão da duração das lutas é compreensível (pois tem o limite de tempo de um filme) assim como o final previsível (ora essa, eles precisam salvar o mundo!), mas os pontos deixados em aberto, principalmente no final, deixam a sensação que faltou uma parte, faltou uma continuação, tanto que é por isso que a teoria de que saga seria finalizada. O argumento é fraco também, bem simples: várias lutas e algumas surpresas. Também é possível que o espectador que não conhece o anime fique meio perdido na história, mas o filme possui o necessário para entendê-la.

De qualquer forma, Tenkai-Hen é uma obra muito bonita, mas com os usuais problemas de adaptação. Uma boa animação, mas sem nada de espetacular, não chega a empolgar. Para os ardorosos fãs do anime é imperdível, pois se trata de uma obra que faz parte da cronologia, não mais uma história paralela sem nenhuma ligação com os episódios. Para quem não conhece a série, quem sabe seja um bom estímulo para começar a vê-la. Essa sim vale muito a pena.

Classificação: 6/10

Marcus Vinicius

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Novo Trailer de Protegé

Protege, é o novo projecto de Andy Lau e è descrito como uma espécie de Traffic ou Donnie Brasco à maneira de Hong-Kong. O filme conta com um orçamento de cerca de $4.5 milhões e espera-se que a sua estreia seja já no início do próximo ano.

Ao que parece, Protege é, nas palavras do seu realizador, Derek Yee, um retrato realista do submundo, filmado de forma contemporânea, que se centra num traficante de droga (Andy Lau) e no seu protegido (Daniel Wu). O resto do elenco é composto por Louise Koo e Anita Yuen. O novo trailer (em formato Windows Media Player) encontra-se disponível AQUI.

Sérgio Lopes