quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Sympathy for lady Vengeance

Coreia do Sul, 2005, 112Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse:Em 1991, Lee Geum-ja (Lee), uma estudante de 19 anos, é condenada pelo rapto e homicídio de uma criança de cinco anos, num caso que emocionou a nação, com direito a cobertura intensa pelos media. É libertada da prisão depois de cumprir uma pena de 13 anos. Durante esse período, abraça a religião e as suas acções em prol das outras prisioneiras, sacrificando o seu tempo e algo mais, com uma dedicação inabalável, valhem-lhe o epíteto de "Simpática Ms. Geumja". Em 2004, sai da prisão com um plano para executar e um objectivo claro e bem definido: a vingança.

Crítica: Sympathy for lady vengeance finaliza de forma competente a trilogia de vingança iniciada com Sympathy for Mr.Vengeance e aclamada com Oldboy (vencedor do grande prémio do júri do festival de Cannes), do realizador coreano Park Chan-Wook, um valor seguro da nova vaga de cineastas oriundos da Ásia.

Trata-se do filme, dentro da trilogia, que melhor equilíbrio encontra, digamos entre o entretenimento de massas e a marca autoral do realizador. Dito por outras palavras, é o filme mais acessível a todo o público sem deixar de conter as marcas características que tornaram Park Chan-Wook um realizador a ter em conta no panorama actual da sétima arte.

Sympathy for lady vengeance é o mais belo de todos a nível de fotografia e jogo de cores. Sem dúvida que os planos de câmara do cineasta atingem uma beleza estética incontornável e que fica memorizada após a visualização do filme. Por outro lado, é o que apresenta menos violência, embora a motivação da protagonista seja legítima e por ventura justificada. No entanto, quem estiver à espera de algum choque a nível da violência vista nos dois primeiros capítulos da saga de vingança, poderá ficar um pouco desapontado, uma vez que a abordagem de Chan Wook é mais poética e estética e consequentemente, menos chocante.

O uso de diálogos em inglês, a espaços no filme e este equilíbrio reinante, poderão indiciar uma aproximação deliberada ao mercado ocidental, porventura reflexo da aclamação do seu antecessor, Oldboy. A actriz principal é brilhante, luminosa e transformada pelo cineasta como uma espécie de anjo negro ao serviço de uma vingança, no seu entender, justa e tardia.

Sympathy for lady Vengeance, é apesar de tudo uma abordagem ligeiramente diferente à temática da vingança, na medida em que se trata de uma história de redenção. Peca, apenas no meu entender, por um clímax final não tão apelativo, não deixando de ser um fecho em grande da trilogia de vingança. Não sabendo se terá estreia agendada para Portugal, há a oportunidade de o visionar no Fantasporto de 2006, por isso, não percam a oportunidade de visionar mais uma obra-prima vinda da Ásia.

Classificação: 7/10

Mais Críticas 1 2

Sérgio Lopes

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Sympathy For Mr. Vengenace

Coreia do Sul, 2002, 129Min.

Página Oficial e Trailer - Fotos

Sinopse: Ryu (Shin), surdo-mudo, cuida da irmã doente (Lim), que necessita de um transplante de rim para sobreviver. Com o tempo a esgotar-se e sem que apareça um doador compatível, Ryu decide seguir um autocolante de casa de banho e contactar uma família de traficantes de órgãos. O negócio não corre propriamente bem e, junto com a sua namorada, Yeong-mi (Bae), vê-se forçado a procurar um método de obter muito dinheiro rapidamente, considerando o rapto de uma criança (depois de chegarem à conclusão que há bons e maus raptos). O alvo escolhido é a pequena Yo-soon, filha do abastado industrial Park Dong-jin (Song)…

Crítica: O começo da trilogia de vingança preconizada pelo magnífico realizador coreano Park Chan-Wook começa com o brilhante Sympathy For Mr. Vengeance, o início prometedor de uma trilogia que atingiu o expoente máximo com Oldboy (Vencedor do prémio de realização do festival de Cannes) e terminada competentemente com Sympathy for lady Vengeance, em competição no Fantasporto 2006.

Embora nenhum dos três filmes esteja directamente ligado, todos eles exploram a temática da vingança com o estilo muito peculiar de Park Chan-Wook. Sympathy for Mr. Vengeance é porventura o mais cruel e mais realisticamente filmado pelo cineasta. Apresentando a narrativa a partir de um surdo-mudo, por vezes o aspecto visual e a ausência de som predominam na película como forma de integrar o espectador na pele de Ryu. Aliás, apenas por curiosidade, é de referir que o filme não contém partitura musical, depreendendo-se que tem a ver com isso mesmo, ou seja transmitir ao espectador a dificuldade que será não ouvir e não falar.

O filme (como todos do cineasta) triunfa a todos os níveis: Interpretações irrepreensíveis, cuidado estético visual apuradíssimo, fluidez de narrativa e realização segura, captando sempre a atenção do espectador, desafiando-o intelectualmente até ao último momento para juntar todas as peças do puzzle trágico do trio de protagonistas. Park Chan-Wook utiliza poucos diálogos neste filme, mas quando os há, são poderosos e transmitem muita coisa.

Obviamente que é um filme deprimente. Certas cenas são apresentadas pelo cineasta de forma tão cruel que parece que o espectador leva um murro no estômago ao visualizá-las. È realista, cruel e violento, mas deriva de uma cadeia de acontecimentos trágicos que ocorreram nas vidas do trio de protagonistas que obrigatoriamente implicam esse clima negativo reinante. Trata-se de uma obra de indispensável visualização como aliás todas as do cineasta. Não querendo falar muito sobre o desenrolar da história, pois é sempre um dos pontos fortes do realizador, deixem-me só realçar que em Sympathy for Mr. Vengenace, não há bons nem maus da fita. Como o título indica, sentimos uma certa simpatia, ou seja, de certa forma compreendemos as motivações vingativas do protagonista. A questão que interessa levantar será: è mesmo necessária e neste caso desculpável essa vingança? Citando um dos últimos diálogos do filme “I know you're a good guy... but you know why I have to kill you...”.

Classificação: 8/10

Sérgio Lopes

sábado, fevereiro 18, 2006

Remakes de Filmes Asiáticos - Parte I

A história dos remakes de filmes estrangeiros de sucesso já é bastante antiga em Hollywood. Embora a maior parte dos remakes tenham sido de filmes europeus, os filmes asiáticos obtiveram também a atenção dos americanos, sendo o caso mais flagrante o da obra-prima de Akira Kurosawa, The Seven Samurai (1954) convertido num western à boa maneira americana, pelas mãos do realizador John Sturge, apenas seis anos depois, sob o título The Magnificent Seven. Todavia, nada se compara à moda actual dos remakes de filmes asiáticos, tanto em dimensão, como intensidade, publicidade ou lucro.

Continue a ler Remakes de Filmes Asiáticos AQUI

Sérgio Lopes

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

The Neighbour Nr. 13 (Rinjin 13-gô)


Japão, 2005, 115Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Durante a escola primária Murasaki Juzo foi alvo de tormentos e agressões por parte de um colega Akai Juzo. Tormentos esses que ultrapassam largamente os comuns roubos de dinheiro, por exemplo. Em vez disso, Murasaki foi entre outras coisas, fechado numa casa de banho onde lhe atiravam regularmente com água ou obrigavam a comer excrementos. Mas estes actos de maldade são apenas a ponta do iceberg… Um dia, Akai e o seu grupo de amigos, agarram e prendem Murasaki, enquanto o maléfico Akai despeja ácido sobre a face de Murasaki…!

Crítica: The Neighbour Nr. 13 é mais um filme que explora a temática da vingança como a própria sinopse o assim depreende. No entanto, não é apenas mais um filme de vingança. Tal como, por exemplo, o coreano Park Chan-Wook que trata essa temática de uma forma muito própria, também o realizador japonês Yasuo Inoue (no seu filme de estreia) o faz de forma, podemos dizer, surpreendente, diferente e eficaz.

Visivelmente influenciado pelo estilo de Takeshi Miike, o filme, no entanto, consegue encontrar um equilíbrio, entre narrativa, fotografia e excelentes interpretações, sendo por isso, uma das agradáveis surpresas de 2005. Baseado num comic book manga, a espaços é bastante colorido com alguma dose de violência gráfica à mistura, sendo por isso, inevitável comparações a alguns aspectos de por exemplo Ichi The Killer, de Miike, também adaptado de literatura Manga.
O ambiente de tensão é constante e nunca sabemos o que vamos esperar de seguida. Recheado de cenas surreais que remontam aos distúrbios psicológicos do protagonista, os planos de câmara são de um estilo visual notável, captando na perfeição essa dualidade de um homem ansiando por vingança, transformado num psicopata e com graves problemas psicológicos derivados dos ataques cobardes a que foi sujeito na sua infância. A cena inicial do filme é de facto bastante violenta (como outras cenas) e até mesmo chocante, mas também é uma cena de antologia, capaz de figurar no melhor de Miike ou até de David Lynch. Destaque também para os actores, com papéis irrepreensíveis.

The Neighbour Nr. 13 é por isso um filme, para alguns, de difícil digestão, mas sem dúvida altamente recomendado para quem gosta de ambientes Lynchianos. Se gostaram de filmes como American Psycho, não devem perder Rinjin 13-gô. Mais um realizador a ter em conta no panorma Japonês depois de Takeshi Miike e de Kitano, entre outros, mais recentemente term dado nas vistas mundialmente. Há que destacar que é o filme de estreia do realizador. E que grande filme! Vamos estar atentos ao trabalho de Yasuo Inoue…
Classificação: 7/10

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Fantasporto 2006 - Antevisão


Entre o dia 20 de Fevereiro e o dia 5 de Março realiza-se mais uma edição de um festival consagrado internacionalmente pela revista "Variety" como um dos sessenta mais importantes festivais do mundo, e no top dos de temática fantástica - FANTASPORTO 2006.

Sendo o mais significativo e falado acontecimento cultural e cinematográfico de Portugal, realiza-se em diversas salas do Grande Porto, no Rivoli - Teatro Municipal, no Cinema Passos Manuel, no Palácio de Cristal - auditório da Biblioteca Almeida Garrett e nos Cinemas AMC do Arrábida Shopping.

Programação Asiática


A partir de 25 de Fevereiro no Rivoli Teatro Municipal.
Sabendo-se que o cinema proveniente da zona Ásia-Pacífico tem sido nos útimos anos, o foco de maior inovação e criatividade , não admira o destaque que estas cinematografias, em particular as asiáticas, venham ocupando um lugar de progressivo destaque no Fantasporto. A Secção Competitiva Orient Express sera uma mostra a não perder de filmes cuja visibilidade só o Fantas permite.

É uma oportunidade única para ver na tela filmes como novo de Park-Chan Wook (realizador de Oldboy), Sympathy for lady Vengeance; The Bow, a nova película de Kim-Ki Duk (Ferro 3, estreado em Portugal em 2005), bem como Samaritan Girl (também de Ki-Duk); Three Extremes, o filme composto por três curtas-metragens provenientes de 3 dos mais conceituados mestres do terror asiático recente, Park Chan-Wook, Takashi Miike e Fruit Chan; One Missed Call 2 a sequela do filme de Miike de 2004, The Echo, um dos filmes de terror revelação do cinema Filipino ou Voice, mais uma sequela do franchising de terror coreano "Whispering Corridors".

Fora da competição oficial, A Tale of Two Sisters é imperdível, o fabuloso filme de Kim Jee-Woon. Outros filmes como A Woman called Abe Sada, Sars Wars, ou Ghost in a Shell 2, merecem a nossa atenção cinéfila.

Podem consultar a programação asiática AQUI. Para o programa oficial total, clicar AQUI.

Sérgio Lopes

domingo, fevereiro 12, 2006

Invenções Japonesas... Grande Vencedor!

Tal como prometido hà uma semana atrás, aqui fica a segunda metade do top das invenções Nipónicas mais estranhas e bizarras... Espero que gostem.

Nº5 - Assim não há queimaduras no céu da boca ou na língua...
Nº4 - Já ouviram falar em "Dormir em pé"?
Nº3 - Para a sensação de um carinho humano...
Nº2 - Just like mommie...

E O GRANDE VENCEDOR...

Nº1 - 2 em 1: Confortável e... ajuda a limpar o chão!

Aposto que vão pesquisar na internet e vão querer algumas destas invenções. O meu palpite vai para o nº 1 do top, provavelmente muito apreciado pelas mães deste nosso Portugal!

Sérgio Lopes

sábado, fevereiro 11, 2006

O Japão em português - ClubOtaku


Tomei conhecimento recentemente de um excelente site sobre o Japão, falado em português, extremamente bem concebido e que é JÁ uma referência em Portugal para os amantes da cultura Japonesa ou para quem quiser se manter actualizado sobre o que acontece no país nipónico, o ClubOtaku.

O site abrange música, cinema, jogos, cultura e sociedade, entre outros temas, mantendo-se actualizado diaramente com as últimas notícias vindas do outro lado do globo.

Um dos responsáveis do site, o Fernando Ferreira, concede-me o privilégio de escrever algumas reviews de cinema japonês para o ClubOtaku, enquanto que postarei igualmente algumas críticas a filmes dos géneros ANIME e MANGA do Fernando no Cineasia. À semelhança de outros ilustres amigos bloggers como o Gonçalo Sá ou o Francisco Mendes que esporadicamente colaboram no cineasia, também o Fernando Ferreira é mais um colaborador para ajudar o cineasia a crescer, com os seus textos de qualidade. Por essa razão, aqui vão os meus agradecimentos.

O ClubOtaku é pois um site de consulta indispensável e de elevada qualidade. As cerca de 30000 visitas mensais assim o comprovam... Vale pena visitar. Cliquem AQUI.

Sérgio Lopes

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

The Quiet Family

Coreia do Sul, 1998, 100Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: A construção de uma importante estrada nas montanhas torna o negócio hoteleiro na área muito apetecível para uma família, que aí decide explorar uma estalagem. Mas a estrada atrasa-se e os clientes não aparecem. Quando a sorte parece começar a mudar, por alguma razão, os hóspedes têm dificuldade em sobreviver à estadia de uma noite. Com receio de arruinar o futuro do estabelecimento, a família conclui que é melhor ter sempre algumas pás por perto…

Crítica: The Quiet family é nada mais nada menos que o filme de estreia do cineasta Kim Jee-Woon, autor do fabuloso “A Tale of Two Sisters” em exibição no Fantasporto 2006, sendo portanto, imperdível esta oportunidade de visionar uma das maiores obras recentes do cinema asiático. O próprio The Quiet family venceu, curiosamente, o grande prémio da secção de fantasia do festival em 1999, altura em que o cinema coreano não tinha a visibilidade que neste momento apresenta. É, portanto, uma boa oportunidade para visionar a obra maior do cineasta e contemplar toda a sua grandiosidade.

Quanto a The Quiet Family, trata-se de um filme com muito humor negro e que tem a particularidade de contar com um elenco constituído por uma série de nomes que apenas uns anos mais tarde, individualmente, fizeram parte das obras de maior destaque do cinema coreano recente. Destaca-se entre outros, Min-sik Choi, o tio (protagonista de Oldboy) ou por exemplo, Kang-ho Song, o filho (protagonista de Memories of Murder). É curioso, portanto, vê-los a actuar nesta película e a brilhar, facilmente nos apercebendo que iriam explodir a qualquer momento
.

De facto, uma das mais valias do filme é o naipe de actores que compõem uma família no mínimo insólita e cuja química entre eles é notória no ecrã. O casting é, portanto, muito bem efectuado e bastante eficaz. A realização de Kim Jee-Woon é bastante segura (como sempre). Numa película com poucas cenas de verdadeiro assombro, o cineasta consegue, no entanto, tornar o filme interessante, nunca descurando a fluidez da narrativa. Com um ambiente negro, The Quiet Family, acaba por ter alguns pontos de contacto com a sua obra-prima A tale of two sisters, embora neste caso estejamos perante uma comédia negra na sua verdadeira essência.

Curiosamente, The Quiet Family, foi alvo de um remake por parte de Takashi Miike, o Japonês conhecido pelo gore e violência gráfica nos seus filmes. Miike assinou uma versão com um tom completamente diferente, um musical… intitulado The Happiness of the Katakuris (!). The Quiet family é, a espaços, ridículo, mas nunca entediante. O ridículo das situações é bem trabalhado pelo cineasta e o tom negro de comédia domina toda a película. Para quem gostar de filmes como “The Adams Family” ou “Beetlejuice”, por exemplo, decerto não ficará desapontado com a primeira obra de Kim Jee-Woon. Um filme divertido e facilmente apreciado por um público amante do humor negro.

Classificação: 7/10

Sérgio Lopes

Mais Críticas 1

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Infernal Affairs 3



Hong-Kong, 2003, 118Min.


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Sinopse:
Em 2004, 10 meses após o assassinato de Yan (Tony Leung), Ming (Andy Lau) é transferidopara trabalho de secretário. Entretanto, uma nova estrela surge na força policial,Wing (Leon Lai). Ming suspeita que ele é também um infiltrado, enviado pela triade...

Crítica:
Infernal Affairs 3
, volta a ser uma atípica continuação da saga, apresentando uma narrativa paralela que segue as peripécias de Ming após os eventos do primeiro filme e aborda também os primeiros tempos de Yan ao serviço de Sam, três anos antes. É talvez o episódio mais desequilibrado, mas também o mais desafiante, tornando-se especialmente curioso nas cenas em que se centra em Ming e na sua procura da redenção.

Contando com uma prestigiada carreira como polícia, o anti-herói tenta refazer a sua vida e compensar os actos criminosos que cometeu, procurando uma conduta digna e exemplar. Contudo, a chegada de um novo colega, Yeung, às forças policiais, faz com que os fantasmas e convulsões internas de Ming se revelem ainda mais, lançando-o para domínios que oscilam entre a paranóia e a esquizofrenia.

Outro dos elementos fortes do filme é a atenção dada à relação entre Yan e a Dra. Lee (Kelly Chen), que já se tinha insinuado na primeira parte da trilogia mas que adquire aqui contornos mais entusiasmantes e emotivos. Mais relevante ainda é a forma como esta personagem feminina se liberta dos clichés que a caracterizavam como um mero interesse amoroso de um os protagonistas, uma vez que o seu papel adquire maior relevância e densidade no desenlace da saga.

Uma das cenas de antologia da trilogia é, de resto, aquela em que Lee se depara com Yan e Ming no seu consultório psiquiátrico, num soberbo momento onde as convulsões internas dos protagonistas emergem subitamente. É um filme interessante dentro do contexto da trilogia da dupla de realizadores de Hong-Kong. Os três filmes formam um conjunto bem agradável e que volta a colocar Hong-Kong no patamar alto das grandes produções de acção, como era habitual no final dos anos 70 e princípio dos naos 80.

Classificação: 6/10


Gonçalo Sá

domingo, fevereiro 05, 2006

Invenções Japonesas...

Todos nós conhecemos o desenvolvimento tecnológico avançadíssimo dos distantes Nipónicos. O pior é quando as suas ideias enveredam não pela tecnologia mas pela criação das invenções mais bizarras que possam imaginar. Assim sendo, preparei um TOP 10 das invenções mais estranhas saídas das mentes Japonesas. Esta semana colocarei on-line a primeira metade do Top. Divirtam-se e questionem a utilidade de cada um dos inventos...

Nº10 - Manteiga em Forma de tubo de cola UHU
Nº9 - Para preencher com a manteiga da imagem anterior...
Nº8 - Uma soneca descansada e sem perigo...
Nº7 - Para evitar pés molhados...
Nº6 - Para as constipações mais fortes

Para a semana divulgo a seguda metade do top e o grande vencedor. Até lá, vão pensando se têm capacidades de superar estes supra-sumos das invenções.. eh eh.

Sérgio Lopes

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

The Eye 2 (Gin Gwai 2)


Hong-Kong / Tailândia, 2004, 90Min.
Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Shu Qi é Joey Cheng, uma jovem depressiva, de visita a Bangkok após mais uma desilusão amorosa e consequente ruptura com o namorado Sam (Jesdaporn Pholdee). Nessa noite, Joey decide suicidar-se num hotel da cidade recorrendo a uma overdose de comprimidos. Um alarme do telemóvel acorda-a de repente. Joey procura retomar a sua vida habitual, mas começa a ter visões horripilantes de pessoas pálidas e baças que vagueiam pelas cidades, como fantasmas. Gradualmente, Joey apercebe-se que a tentativa de suicídio lhe trouxe muito mais do que uma experiência entre a vida e a morte….

Critica: Novamente realizado pelos irmãos Pang, The Eye 2, trata-se da sequela do grande sucesso de terror da dupla de realizadores, The Eye – Visão de morte. No entanto, apesar de ser uma sequela, não se trata de uma continuação, mas sim, de uma nova abordagem ao tema explorado no seu antecessor.

Em The Eye 2 temos uma nova personagem feminina (Joey Cheng) a sofrer o mesmo fenómeno de visão de espíritos, só que desta vez não devido a um transplante de córnea mas sim a uma experiência de quase morte. Ou será devido ao feto que carrega dentro do ventre? Sinceramente, a razão pela qual Joey Cheng tem as tão malfadadas e atemorizantes visões nunca é devidamente explicada pelos irmãos Pang.

Um dos problemas principais do filme é por isso mesmo o final repentino e sem nexo algum. Para além disso as cenas de pseudo-terror não funcionam tão bem como em The Eye. Aliás algumas dessas cenas até provocam o riso… Em vez de assustar fazem o espectador bocejar um sorriso de tão ridículas. Obviamente que o estilo dos irmãos Pang continua lá: narrativa lenta, fotografia e música adequada e cuidado estético apurado. Até as clássicas cenas de aparecimento de espíritos no elevador ou nos corredores amplos voltam a estar presentes. São cenas clássicas da dupla de realizadores. No entanto, em The Eye 2, não conseguem ter o impacto desejado.

Na minha opinião, era escusado os irmãos Pang realizar esta sequela. Depois de The Eye, seria praticamente impossível igualar o brilhantismo atingido até porque uma sequela perde sempre o conceito inovador e normalmente é uma mera continuação ou mais do mesmo. Para fãs dos irmãos Pang, apesar de não ser a sua obra-prima (muito longe disso) decerto será de visionamento obrigatório. Para adeptos do J-Horror, não é com certeza a melhor proposta a recomendar.

Classificação: 3/10
Mais Críticas 1