segunda-feira, abril 30, 2007

Indie Lisboa 2007 - Grande Vencedor

O cinema asiático voltou a saír premiado do Indie Lisboa, não só com o galardão principal atribuído ao filme proveniente da Malásia, do cineasta Tan Chui Mui, Love Conquers All (vencedor ex-aequo com o argentino 'El Amarillo'), mas também com algumas curtas metragens premiadas.
Love Conquers All, conta a dolorosa história de Ah Ping, a jovem vinda da terreola para a grande cidade, para trabalhar com a tia. Inicialmente parece não ter tempo nem vontade de conhecer as distracções nem os perigos da cidade, mas rápida e drasticamente tudo muda… A candura da jovem actriz Coral Ong Li Whei encaixa perfeitamente na forma como a personagem encara a inesperada reviravolta que a sua vida vai dar. O filme acumula assim mais uma distinção depois de recentemente galardoado com o primeiro prémio no Festival Internacional de Roterdão.

Na secção Onda Curta, “ADULTS ONLY”, de Yeo Joon Han, também da Malásia e “LE COUDE DE KIYUMI, LE GENOU DE SAYURU”, do japonês Satoru Sugita, foram igualmente premiados. Todos os restantes galardoados podem ser vistos no site do festival.

Sérgio Lopes

sábado, abril 28, 2007

Les Formidables (Gang-Jeok)

Coreia do Sul, 2006, 118Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um detetctive da divisão de homicídios, que entra em desgraça após a morte do seu colega é capturado e feito refém por um jovem injustamente acusado de um assassinato e que procura o verdadeiro assassino. À medida que o tempo vai passando, os dois começam a confiar cada vez mais um no outro, ainda mais até que nos anteriores companheiros...

Crítica: O facto de um filme coreano basear-se numa premissa que já não é nova, da dupla polícia / crminoso e suas peripécias, vista anteriormente em filmes americanos inúmeras vezes, pode ser, logo à partida, um factor de afastamento ao visionamento de Gang-Jeok. Ainda por cima, a acrescentar o título internacional em francês (!), Les Formidables, título sem sentido no contexto do filme, também não ajuda propriamente ao marketing do filme. No entanto, o filme até se vê bem e cumpre basicamente o seu propósito de entretenimento.

O argumento sustenta-se num polícia, Sung-woo, desgraçado após a morte do seu parceiro. A sua mulher deixou-o, o seu filho encontra-se internado no hospital e Sun-Woo não tem o dinheiro suficiente para o transplante que o filho necessita. Sun-Woo cruza caminho com um pequeno delinquente, Su-hyun, falsamente acusado de assassinato, em fuga da cadeia e que procura o verdadeiro assassinato. Eventualmente os dois começam a unir esforços, pois ambos necessitam um do outro: Sung-Woo, entregando o assassino aos criminosos, poderá obter o dinheiro necessário para a operação do filho, enquanto que Su-Hyun necessita do detective para capturar o verdadeiro detective...

Les Formidables tem um começo bastante cativante, com excelentes cenas de acção, dinâmicas e bem realizadas e com a apresentação das personagens. O filme arranca de facto bem, mas lentamente vai perdendo o gás, quer devido a alguma gestão menos bem conseguida da narrativa, quer devido à aposta excessiva no melodrama, principalmente no relacionamento entre os dois homens. A longa duração do filme (quase duas horas) também potencia um pouco esta trajectória um pouco descendente.

Como pontos positivos, destaca-se como sempre a excelente fotografia (como vem sendo hábito no cinema coreano) e a excelente química existente entre o duo de protagonistas, que formam uma dupla improvével e sui-generis, ambos com performances imaculadas.

Les Formidables pauta-se por um agradável filme de acção, com uma boa dose de entretenimento, num thriller policial, que ainda assim consegue ser melhor do que alguns homónimos americanos. Não sendo um filme "formidável", trata-se de um boa proposta vinda da coreia para quem quiser ver um bom thriller de acção, de puro entretenimento.

Sérgio Lopes

sexta-feira, abril 27, 2007

Entrevista a Shinji Ayoama

E porque o Indie Lisboa convidou o cineasta japonês Shinji Ayoama para júri do festival e o colocou como Herói Independente do mesmo, oferecendo uma mostra com 15 filmes, urge conhecer um pouco mais deste novo e refrescante cineasta, numa pequena entrevista captada pelo Jornal de Notícias que pode ser lida AQUI.

Sérgio Lopes

quarta-feira, abril 25, 2007

Zebraman

Japão, 2004, 115Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um pacato professor primário (vivido pelo ator Sho Aikawa) vive uma rotina cansativa e repleta de problemas familiares, sendo obcecado por um herói de sua infância chamado Zebraman, cuja série de TV fora cancelada há vários anos sem explicação. Então, para fugir dos seus problemas e lutar pela justiça ( ! ), ele resolve se fantasiar de Zebraman e sair em busca de missões a cumprir. Mas a situação fica mais bizarra ainda quando surgem supervilões alienígenas para dominar a Terra...

Crítica: Talvez um dos temas que Takashi Miike mais gosta de abordar, fora a temática Yakuza, seja mostrar as famílias japonesas com todos os seus desequilíbrios e tormentos, tornado-os assim atractivos no grande écrân. Foi assim no pesado VISITOR Q e também na comédia musical HAPPINESS OF THE KATAKURIS. Em ZEBRAMAN o foco recai novamente sobre uma família problemática e decadente moralmente.

O pai (Sho Aikawa - excelente, diga-se de passagem) é o professor Ichikawa, impopular e visto como um idiota pelos seus alunos e colegas. Seu filho, Kuzuki estuda na mesma escola, segue o mesmo rumo e é constantemente alvo das brincadeiras dos seus colegas. A sua filha Midori ganha uns trocados como menina de programa e a sua esposa trai-o e não lhe dá qualquer atenção.

Ele só esquece a sua frustração como profissional e chefe de família quando fica operando a máquina de costura e confeccionando o uniforme de seu herói de infância, Zebraman, uma obscura série de TV sobre monstros e heróis mascarados que teve apenas 13 episódios. A vida do professor muda radicalmente quando conhece Shinpei, um aluno paraplégico que, como ele, idolatra Zebraman e acredita que um dia ele vai voltar.

Uma noite Ichikawa quer mostrar o uniforme para Shinpei e sai às ruas vestido como o herói. Mas o que ele não esparava é que a sua fantasia tomasse vida e ele assumisse desde então a figura de Zebraman, combatendo os vilões e, principalmente, os seus problemas particulares.

Shinpei é um garoto que testemunhou o suicídio de seu pai e vê na figura de Ichikawa um substituto. Pelo lado do professor também existe essa reciprocidade. Shinpei e a sua carinhosa mãe opõe-se diretamente na figura decadente da sua família na realidade, e assim, esta metáfora é trasportada para a realiadade de cada um através dos super-heróis. ZEBRAMAN é mais que uma paródia ou um filme de comédia.

O filme recai novamente na temática levantada por BATTLE ROYALE e SUICIDE CIRCLE, onde os adultos se vêem diante de situações inusitadas e ficam sem saber o que fazer. Ichikawa é o típico adulto que se vê no meio de um mundo soiltário, onde todos os demais simplesmente o ignoram e que um pouco de carinho e de atenção são os melhores remédios para curar tal situação. Ichikawa descobre então que é mais fácil combater os vilões do que os problemas familiares, e que a realidade é cruel, mas que a solução está mais perto do que imagina.

Talvez Miike queira dizer a todos que o pai, não importa como ele seja, ainda é o herói e o alicerce da família e que luta diariamente para fazer o melhor para a sua família. Miike dessa vez é mais soft em oferecer em menor escala, as imagens perturbadoras ou chocantes já tradicionais dos seus filmes.

Afinal, como ele próprio disse, é um filme para todas as idades. Por isso mesmo o filme não traz grandes novidades, a não ser apenas um filme paródia dos seriados japoneses sobre monstros e heróis mascarados. Vale a penao visionamento da versão mais light de Takashi Miike.

Ric Bakemon

terça-feira, abril 24, 2007

Clássicos de Teshigahara finalmente em DVD

A Criterion Collection irá lançar brevemente a amplamente aguardada colecção que reúne os clássicos máximos de Hiroshi Teshigahara, o realizador visionário japonês. A box set, que será lançada em Junho, irá conter os clássicos experimentais Woman in the Dunes, The Face of Another e Pitfall, para além de também poderem ser adquiridos em separado.

Em exclusivo na box set será incluído diverso material extra que fará as delícias dos adeptos de deste formato e que assim têm a possibilidade única de adquirir uma colecção de clássicos intemporais, do grande mestre japonês.
Sérgio Lopes

sábado, abril 21, 2007

One Last Dance

Singapura, 2005, 101Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Um assassino conhecido pela alcunha de ‘T’ é contratado para executar os sequestradores do filho de um poderoso homem. Porém, o rumo dos acontecimentos e os seus envolvidos tomam um caminho inesperado...

Crítica: Integrante da selecção oficial dos Festivais de Sundance e de Cannes de 2006, ‘One Last Dance’ é uma boa surpresa vinda de Singapura. Realizado e escrito por Max Makowski, emergente diretor brasileiro conhecido por dirigir seriados como Queer Eye for the Straight Guy e The Agency, mescla com equilíbrio vários gêneros como romance, comédia, policial e acção, junto com uma trama cheia de reviravoltas e surpresas.

Tudo começa com um senhor e os seus dois seguranças (note-se que é um homem de muito poder). Ele escreve algo num envelope vermelho com um brasão e manda entregar. Nesse envelope está o nome da primeira de várias vitimas de ‘T’, um impecável assassino. Entretanto, seu amigo Ko, que trabalha para a máfia italiana local, pede a ajuda de T para obter uma informação de outros bandidos. Acontece que esses outros bandidos estão relacionados com o seu actual contratante, causando um inesperado conflito de interesses. No meio de tudo isso, ele sonha em conquistar a irmã de Ko, a meiga Mae, empregada do bar que frequenta...

Apesar de o começo ser um pouco lento, a trama do filme evolui rapidamente. Várias peças do quebra-cabeça são simplesmente jogadas ao espectador, que pode se perder caso não esteja atento. Certas divisões na história e alguns diálogos non-sense remetem levemente a Pulp Fiction, deixando à mostra as influências do cineasta. Mesmo tendo um pouco de comédia e romance, o gênero que prevalece é acção. Fotografia é regular, abusa demais nas cores em certos momentos, mas no geral confere certa beleza. Apenas o sangue computadorizado estraga o filme. Uma coisa é fazer isso num filme como 300, onde há um contexto para tal, mas usá-lo neste contexto? Até entendo a intenção do realizador, talvez de dar um ar diferente ao filme, mas fica esteticamente muito feio, até caricato.

Mas o ponto positivo do filme é a inovadora e frenética montagem. Dois exemplos disso são: a montagem do áudio com fotos em sequência numa festa de Ko e a divisão de duas cenas iniciais (polícia recolhendo os corpos e a conversa com o capitão no bar) que mudam de perspectiva no final, apesar de simplesmente ser a continuação das mesmas. Outra curiosidade relacionada à montagem é a utilização de recursos como a hip-hop montage (os envelopes vermelhos), escancarando outra influência de Max, visto que esse recurso é praticamente uma marca registrada de Darren Aronofsky (Requiem For a Dream).

Quem leva o mérito no concerne às perfomances, com certeza é a interpretação espirituosa de Francis Ng. Vê-se que T é impiedoso com seus alvos, nunca titubeia ou deixa rastros, mas muda completamente na presença da personagem de Vivian Hsu, Mae. Os olhos brilham, a timidez toma conta de tudo. É engraçado ver um assassino profissional ficar tão sem jeito perto de uma mulher. A participação especial fica com o veterano Harvey Keitel, que confere aquele toque de classe a Terrtano, o poderoso chefão da máfia. Lung Ti e Joseph Quek, que interpretam respectivamente o amigável e conveniente Capitão e o encrenqueiro e inconseqüente Ko, completam os principais personagens.

Um bom trabalho de Max Makowski, tanto na realização quanto no argumento. Uma história que alterna entre balas e olhares apaixonados.

Marcus Vinicius

quinta-feira, abril 19, 2007

Falta de Tempo

Bom dia a todos. Mais uma vez, o meu pedido de desculpas pela pouca actualização do blogue, mas tal como tinha referido à 3 semanas atrás, pro motivos profissionais, tenho estado ausente. Peço a vossa compreensão e prometo até ao fim-de-semana voltar à normalidade. Cumprimentos a todos os frequentadores deste espaço.
Sérgio Lopes

terça-feira, abril 17, 2007

Novo drama coreano

Do realizador Park Jin-pyo, cineasta de créditos firmados (Too Young To Die) chega-nos o seu novo filme intitulado The Voice of a Murderer, drama baseado em factos reais sobre o rapto de Lee Hyeong-ho ocorrido em 1991 e o desespero vivido pelos seus pais na tentativa de resgatá-la, durante mais de 40 dias.

O elenco é formado por Sol Kyung-gu (Silmido, Peppermint Candy) e Kang Dong-won (Duelist, Too Beautiful To Lie). O trailer pode ser acedido clicando AQUI.

Sérgio Lopes

sábado, abril 14, 2007

The Twilight Samurai (Tasogare Seibei)

Japão, 2002. 129Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: No final do séc. XIX, o samurai Seibei Iguchi leva uma vida sem glória. Perdeu a mulher e tem de sustentar sozinho as duas filhas e a sua mãe. O divórcio de uma amiga de infância leva-o ao confronto com o ex-marido violento, que Seibei vence com uma espada de madeira. A notícia espalha-se e Seibei, contra a sua vontade, é destacado para matar um conhecido guerreiro.

Crítica: Até que ponto vale honrar o posto de samurai diante das inúmeras dificuldades financeiras, pessoais e até históricas que recaem sobre uma única cabeça? Esse pode ser até o ponto central do filme, mas como sempre, Yoji Yamada surpreende com uma visão optimista e graciosa de uma época de mudanças históricas de um país esculpido pelo tradicionalismo que teimava em não aceitar as mudanças.

No final da era Tokugawa e às vésperas da era Meiji, Iguchi Seibei (Hiroyuki Sanada) é um samurai de baixo posto que vive honestamente para tentar levar sua vida da maneira mais tranquila e honrada possível apesar de todas as dificuldades. Viúvo, sustenta as suas duas filhas e ainda cuida da mãe que sofre de amnésia e que fica a maior parte do tempo acamada. Tudo parece mudar quando descobre que Tomoe (Rie Miyazawa), uma amiga de infância está se a divorciar e esta começa a visitar a sua casa.

Neste cenário e nas figuras desses dois personagens, Yoji Yamada apresenta um país em transformação que mantém o tom de formalidade, mas que luta para mudar. Enquanto Seibei procura manter o seu tradicionalismo, Tomoe representa o moderno na pele de uma mulher corajosa que conseguiu o seu divórcio e busca o seu verdadeiro amor deixando de lado, novos casamentos arranjados. Esse encontro muda aos poucos a vida da família que parece reencontrar um novo caminho para as suas vidas.

Como é normal nas suas produções, é interessante ver como Yamada encontra dentro dessa melancolia e dificuldade toda, porções de vida que sinalizam optimismo e uma forte vontade de viver. A diferença aqui é a inclusão de certas doses de tensão nas cenas de confronto entre os samurais. Aí, Yamada deixa toda a beleza natural ou humana de lado, fazendo a tensão prevalecer em primeiro lugar, como no caso do duelo entre Seibei e o ex-marido de Tomoe. Antes e depois da luta, ouvimos ao fundo, o canto dos pássaros e o som do rio, mas no momento do duelo, toda esse som ambiente desaparece, restando somente o som das espadas ao vento.

E não é só nessas alturas que Yamada separa o que significa vida e morte, ou o que é antigo e novo. Enquanto a iluminação e as cores fortes ficam evidentres nos momentos de alegria, as sombras carregadas invadem a tela quando o assunto é exactamente o oposto, impossibilitando até identificar os personagens em alguns momentos.

São esses pequenos detalhes que adicionados a uma excelente actuação dos actores e um texto extraordinário (para não variar) co-escrito pelo próprio Yamada, fazem de TWILIGHT SAMURAI (A sombra do samurai - título português) um dos grande filmes de samurai dessa década, que não necessariamente significa filme de acção. Elementos que só Yoji Yamada seria capaz de sintetizar e representar numa obra formidável como pouco se vê hoje em dia, nomeada inclusivé ao óscar de melhor filme estrangeiro e granjeando inúmeros prémios pelo mundo inteiro, como o Urso de Ouro em Berlim. Um filme de Samurais intimista e imperdível.

Ric Bakemon

quinta-feira, abril 12, 2007

Mais um remake... Shutter!

Um dos poucos filmes recentes de grande qualidade a nível do terror foi o filme tailandês Shutter, cujo remake americano (como seria de esperar) acaba de ser anunciado. A versão americana contará no elenco com Joshua Jackson ("Bobby"), Rachael Taylor ("Transformers"), David Denman ("The Office"), James Kyson Lee ("Heroes") e John Hensley ("Nip/Tuck").

O remake americano será produzido por Roy Lee, Doug Davison e Takashige Ichise, a equipa responsável pelos remakes "The Ring," "The Departed", "The Grudge" e "Dark Water", entre outros. O filme será realizado por Masayuki Ochiai, adaptando o argumeto do filme original, ainda sem títitulo em inglês, No entanto, se for igual ao DVD original, será intitulado "They Are Around Us".

Sérgio Lopes

quarta-feira, abril 11, 2007

"Casablanca Tunnel"

De vez em quando, sabe bem ver um bom filme de terror série B, quando não queremos algo que nos dê muito que pensar e se o que procuramos é o simples festival de magia negra, espíritos vingativos e litradas de sangue. Da Indonésia, chega precisamente uma proposta com essas características intitulada Casablanca Tunnel. A história não é nova e revolve sobre um espírito de alguém que em vida se sentiu injustiçado e agora procura vingança...

Podem aceder à página oficial e ao trailer de Casablanca Tunnel nos links abaixo.

Página Oficial - Trailer

Sérgio Lopes

domingo, abril 08, 2007

Dororo

Japão, 2007, 139Min.

Página Oficial - Trailer - Fotos

Sinopse: Depois de uma sangrenta batalha, um guerreiro faz um pacto com 48 demónios: Em troca de poder, ele dá todos os membros e órgãos internos de seu futuro filho aos demónios. Ao nascer completamente sem órgãos e membros, o bebé (chamado Hyakkimaru) é abandonado num rio e adoptado por um velho eremita, que com a ciência e tecnologia que só existem no mundo dos mangás, constrói os membros e órgãos para a criança a partir de pedaços de cadáveres. Ao crescer, Hyakkimaru descobre que se quiser ter os seus membros e órgãos verdadeiros de volta, precisa de matar os demónios a quem os membros foram oferecidos...

Crítica: Antes de mais, será necessário informar que o filme é baseado num manga de algum sucesso, o que explica um pouco a sinopse. E Dororo até começa muito bem, com bom ritmo, óptimos efeitos especiais e um visual fabuloso. Enquanto Hyakkimaru só enfrenta os demónios, o filme diverte e bem, mesmo para quem não tolera muita computação gráfica como eu. Mas a partir do momento em que Hyakkimaru descobre quem são os seus pais verdadeiros, o ritmo do filme cai vertiginosamente! E para piorar, a duração total do filme é de quase 2 horas e meia, o que dá para imaginar o sacrificio a fazer até o filme acabar.

As cenas de luta são decepcionantes. Tony Ching Siu Tung é um coreógrafo criativo, mas que não teve muito espaço para mostrar a sua competência em Dororo, já que a grande maioria das cenas de acção são contra demónios de CGI. As poucas lutas de espada que têm uma coreografia mais elaborada duram pouquíssimos segundos!!! Definitivamente não precisava ter sido Ching Siu Tung...

O que se salva em Dororo é o visual sensacional dos demónios (todos sabem que os japoneses têm mais criatividade para criar monstros do que heróis...) e o carisma de Kou Shibasaki, dona de um dos mais belos e expressivos pares de olhos dos últimos tempos (sem esquecer do resto, é claro), que mesmo sem convencer muito no papel (só para recordar, no manga Dororo é uma criança) conseguiu manter a minha atenção até o final.

Algo que achei estranho (já que eu nunca li o manga que lhe deu origem) é que, apesar de dar o nome ao filme, Dororo é praticamente uma coadjuvante na estória. Ela é apenas uma menina que foi criada como um menino e que vive de pequenos furtos. Um dia, depois de presenciar Hyakkimaru a massacrar um demónio, resolve acompanhá-lo, aparentemente apenas pela aventura.

Notas à parte, Dororo desilude. Para quem viu Shinobi, Dororo está ao mesmo nível. Por isso, quem adorou Shinobi, também vai adorar Dororo. Consequentemente, quem não gostou...

Takeo Maruyama

sexta-feira, abril 06, 2007

Tarantino prepara remake de filme chinês

Quentin Tarantino, anunciou recentemente que prepara um filme sobre Kung Fu, baseado em duas produções chinesas do género, "One-armed Swordsman" e "The 36th Chamber of Shaolin", do qual pretende retirar referências, criando uma espécie de remake baseado nas histórias de Kung Fu clássicas.
Tarantino pretende adaptar a história à audiência ocidental, contando no entanto com actores asiáticos no elenco, embora o filme seja falado em inglês. Depois do sucesso de Kill Bill, Tarantino voltará a apostar numa temática pela qual é fascinado. Claro que todos aguardamos com expectativa pelo resultado. Entretanto, já falta pouco para GrindHoudse!!!!!!!!!!
Sérgio Lopes

quarta-feira, abril 04, 2007

4 contos de terror

Estamos todos um pouco fartos de filmes de terror asiáticos, onde a fonte de todo o mistério reside na rapariga de longos cabelos negros que aterroriza tudo e todos. Todos saturados, excepto Ahn Byung Ki (Bunshinsaba, APT.) que acredita de tal forma no género que produziu 'One day Suddenly -4 horror stories’ onde permite que quatro jovens realizadores dispondo de um orçamento muito baixo e filmando em vídeo de alta definição, realizem o seu primeiro trabalho sob a temática do terror. Confesso que ainda não vi o produto final, mas pelo site oficial, até nem poarece de má qualidade. Será que vale a pena arriscar o seu visionamento em dvd? Podem aceder ao site oficial com um trailer em formato music video AQUI.

Sérgio Lopes

segunda-feira, abril 02, 2007

Exiled vai ter remake americano

Exiled, o novo filme de Johnnie To, a muito aguardada sequela de "The Mission" que recebeu rasgados elogios nos festivais de Veneza e Toronto, vai ter remake americano. Ao que parece, os direitos do filme foram adquiridos por Samuel Hadida, através da Davis Films, via a companhia Hong Kong's Media Asia, responsável pelo remake de Infernal Affairs que deu origem ao melhor filme do ano (para os óscares!) The Departed, e que será responsável também pelo remake de novo filme da dupla de realizadores, Confessions of Pain.

Hadida considera Exiled um dos mlhores filmes asiáticos do ano e que a história pode ser exponenciada e adapatada a um filme de língua inglesa com grande margem de sucesso. E defacto, Exiled é excelente, por isso, para quê o remake???? Depois do anúncio do remake de The Host, mais um filme asiático a delapidar?

Sérgio Lopes