sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
Próximos filmes de Johnnie To
O primeiro projecto já é conhecido: Vai-se intitular Butterfly Flies e será protagonizado por Li Bing-bing e Vic Chow numa história sobre uma rapariga que tem uma discussão com o namorado instantes antes deste morrer num acidente. Rapidamente a rapariga entra em depressão e acaba por encontrar o fantasma do seu namorado... Johnny To a experimentar o J-Horror clássico? Vamos aguardar pela estreia, em principio em 2007.
Sérgio Lopes
terça-feira, junho 27, 2006
Samaritan Girl (Samaria)
Página Oficial - Trailer - Fotos
Crítica: Os heróis de Kim Ki Duk são antes de mais outsiders, não anti-sociais. Eles têm a crueldade inocente das crianças. Assim como o indivíduo que invade as casas desocupadas em 'Ferro 3', não para roubar, para nada, aliás; apenas para pernoitar, lavar a roupa, consertar aparelhos avariados e ir embora. Assim como o velho que mantém uma menina no barco em ‘The Bow’ até ela atingir a maioridade e casar-se com ele: ela inconsciente de que está a privar-se de uma vida lá fora, ele inconsciente de estar a causar algum mal a ela.
Em compensação, é de fora do universo fechado destes outsiders, da sociedade dita normal, que vemos um desfile de maldade: os pescadores que vêm pescar no barco do velho em ‘The Bow’ vêem malícia na relação da menina com o velho. Em 'Ferro 3': a mulher que é agredida pelo marido, o casal que se desentende mesmo em férias, os policias corruptos.
Em Samaria, duas amigas têm o sonho de juntar dinheiro, ir para a Europa. Uma delas prostitui-se, a outra tem certa repulsa por isso, mas não consegue se opor. Aqui entra a personagem outsider típica de Kim Ki Duk: a menina que se prostitui envolve-se com os seus clientes, interessa-se por eles e até mesmo sente prazer no seu ofício. Numa operação policial, acaba por se atirar pela janela e morre. A sua amiga, transtornada e culpada pela sua morte, resolve redimir-se da culpa tendo relações com os antigos clientes e devolvendo-lhes o dinheiro. Uma outsider, também ela.
Um outsider sozinho poderia ser motivo de desprezo, riso ou estranheza: aqui entra o génio de Kim Ki Duk. O pai da menina, detective policial, numa patrulha corriqueira, encontra a filha a prostituir-se. O outsider agora tem uma família que ele faz sofrer, a despeito da sua crueldade inocente ou inconsciente. O pai não consegue castigar a filha directamente, talvez por lhe reconhecer a inocência, a inconsequência, e passa a procurar os clientes dela e vingar-se neles. Mais uma vez a sociedade normal e doente: homens de família que saem com uma prostituta adolescente que poderia ser sua filha.
Incapaz de vingar-se directamente na filha prostituída, mas ao mesmo tempo incapaz de aceitá-la na sua hediondez, vemos o pai abandoná-la à própria sorte numa cidade distante, como um animal ferido (ele ou ela?), numa cena perturbadora. Impossível saber quem mais sofre: ela, abandonada, ou ele, abandonando-a. Não se trata, para Kim Ki Duk, de condenar ou criticar a sociedade - embora essa crítica naturalmente apareça. Trata-se antes de uma espécie de voyeurismo: Kim joga os seus outsiders no palco social, hostil a eles em geral, e observa o comportamento e as reações de ambos os lados.
Classificação: 8/10
Pedro Ayres
sábado, junho 24, 2006
Happy Together (Chun guang zha xie)
Página Oficial - Trailer -
Crítica: Exílio, deslocamento, ausência, nostalgia. Algo a ser contado sobre Hong Kong, ou sobre possivelmente, Buenos Aires. Maio de 1997. Meses antes de a ilha passar pelo processo histórico de transferência de colónia britânica ao poderio chinês. Esse é o momento de produção da película de Wong Kar-Wai, “Felizes Juntos”. O filme é um marco para o cinema de Hong Kong e também para o cinema oriental. É a primeira vez que um realizador local recebe um prémio no Festival de Cannes no mesmo ano. O título "Happy Toghether” (tradução oficial em inglês) refere-se a uma música da banda pop The Turtles.
O título chinês (Chunguang Zhaxie) é completamente distinto ao inglês e embaraçosamente traduzido. O título em chinês quer dizer “Algo sexy” a ser mostrado, uma frase incomum, que pode ser usada para advertir mulheres que mostram um excesso ao cruzarem as pernas. Nesse sentido, a escolha do realizador para um segundo título “The Buenos Aires Affair”, é realmente significativa, pois no filme ocorre um caso amoroso na cidade argentina de Buenos Aires. Paradoxalmente, o ressoar feminino que o título chinês aponta está completamente ausente no filme. Pelo contrário, direciona-se a uma narrativa exclusivamente masculina, com ausência de personagens femininos.
Não existe a crença em identidades únicas e essenciais. Os protagonistas são sujeitos desterritorializados, imersos no contexto em que o único possível é o encontro, a experiência humana, a sobrevivência caótica. O sentido diaspórico ocorre na narrativa fílmica, especialmente ao atestar a referência histórica televisiva à morte do líder chinês Deng Xiaoping. Ou seja, pode-se inferir o registro do momento histórico conturbado, a passagem de poder de uma nação para outra, o desejo de escapar, de conhecer algo novo, embora sem participação direta nos acontecimentos, sem tratar-se de uma militância política. Vai se perfilando, nestes comentários iniciais, atmosferas semelhantes no texto de Puig e no filme.
Os chineses em Buenos Aires – como os argentinos Gladys e Leo – vivem a experiência do deslocamento territorial como etapas de construção identitária a partir e situados na alteridade. Na primeira cena do filme de Kar Wai o espectador depara-se com os passaportes dos chineses (Yiu-Fai e Wo Po-Wing) que, ao abandonarem o lugar de origem, encontram-se imersos na solidão melancólica e soturna de Buenos Aires. A mescla de cores fortes filtradas na película acompanha a atmosfera da história, marcada pela separação e união cíclicas.
Dessa forma, pode-se considerar que o recurso fotográfico de alternância de cores, as imagens aceleradas e o movimento da câmera na mão são escolhas que nos permitem realizar uma leitura norteada pelo elemento político de união e separação entre países cuja estrutura antiga vai desmoronando no mundo globalizado. E o filme demonstra a maneira como este fenômeno de separação e união políticas pode ser deslocado e colocado para a reflexão na simples história do relacionamento de dois sujeitos.Duas pessoas que, face à impossibilidade de lograr felicidade pela união, acabam por simplesmente circular nos bordes de uma metrópole latino-americana e receber dela elementos culturais que se juntam e misturam a seus sistemas sígnicos e podem ser experimentados como próprios.
De Puig, Kar-Wai toma emprestada a atmosfera urbana, a ambientação kitsch e os signos do camp. O kistch está nas cores baratas do quarto de Yiu-Fai, no sentimentalismo reprimido dos dois amantes e na representação das Cataratas do Iguaçu em um abajour. O camp, no filme, relaciona-se à relação homossexual vivida pelo casal, que, mesmo que não seja destaque na história, a relação da homossexualidade e os movimentos engajados de libertação sexual, ela está presente para enfatizar que certos tipos de relacionamentos e angústias podem ser vivenciados por sexos iguais (ou não).
Continue a ler a crítica a Happy Together AQUI
sexta-feira, junho 23, 2006
Estreia da Semana - Samaria
Trata-se de Samaritan Girl (Samaria), o filme de Kim Ki-Duk que finalmente estreia em Portugal, passados quase dois anos (!). Samaria, foi realizado entre as duas obras-primas do realizador Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera e Ferro3, numa altura em que o seu novo filme Time é aguardado com imensa expectativa. Brevemente será colocada no cineasia a crítica a Samaria.
Sérgio Lopes
quinta-feira, junho 22, 2006
Takashi Miike não pára!
E enquanto Taiyo No Kizu (a.k.a. Scars on the Sun) se encontra em pós-produção já se sabe que em 2007 será rodado um filme de acção "para ser apreciado por adultos e crianças" nas palavras de Miike, intitulado Tenderness, sendo que foi encomendado a Miike um remake de elevado orçamento, do clássico japonês Daimajin, de 1966, pela Kadokawa-Herald Pictures, com estreia prevista para 2008. Ufa...
Sérgio Lopes
quarta-feira, junho 21, 2006
God's Left Hand, Devil's Right Hand - Trailers
God's Left Hand, Devil's Right Hand (Kami no hidarite akuma no migite) de Shûsuke Kaneko é a adaptação para cinema de um manga com o mesmo nome, da autoria de Kazuo Umezu, perito em comics japoneses de terror.
Contando com um elenco forte e alguns cameos por parte de estrelas de renome, God's Left Hand, Devil's Right Hand (Kami no hidarite akuma no migite), conta-nos a odisseia de uma série de assassinatos perpretados por um ilustrador amador a morar apenas com a sua filha inválida. À medida que os crimes se vão sucedendo, Sou, uma criança de seis anos desenvolve uma espécie de sexto sentido que lhe permite criar uma forte ligação com as ocorrências levando mesmo à sua hospitalização. Sou conta com a ajuda da sua irmã para o retirar desse estado de letargia, mas há medida que se vai envolvendo na investigação, ficará à mercê do assassino...
O filme terá a sua premiere no Fantasia Festival de Montreal, canadá, em Julho deste ano, estando igualmente previsto o lançamento em sala no japão na mesma altura. Abaixo estão os links para os trailers do filme e respectivo site oficial.
Teaser Trailer High LowTrailer de Cinema High Low
Site Oficial
Sérgio Lopes
terça-feira, junho 20, 2006
Novo thriller de terror coreano - Arang
Sérgio Lopes
segunda-feira, junho 19, 2006
Aegis (Bôkoku no îgisu)
Página Oficial - Trailer - Fotos
Crítica: Aos poucos, o Japão parece estar a levantar as suas armas depois de um período de hibernação forçado após o término da Segunda Guerra Mundial. Na vida real, os primeiros passos foram dados com o envio de militares para o Afeganistão e Iraque, numa prova de apoio à aventura norte-americana nesses países. Hoje, congressistas nacionalistas procuram incorporar valores nacionais e culturais aos estudantes na tentativa de reviver o espírito do guerreiro samurai diante de um imperador com um papel simbólico e de um país que tem a sua liderança na região ameaçada pelo gigante vizinho, China, sem falar dos incontáveis esforços para reaver os cidadãos sequestrados pelos norte-coreanos e tirar o Japão da mira dos mísses daquele país comunista. Ou seja, motivos não faltam.
Sabemos que a vida imita a arte e vice-versa. No campo artístico, esse renascimento acontece na produção de filmes que procuram traduzir essa nova combinação geopolítica, principalmente nas relações instáveis com os países vizinhos, principalmente a China e a Coréia do Norte. Um desses filmes é Aegis, um thriller militar que é uma adaptação do best-seller homônimo de Harutoshi Fukui, que também escreveu “Lorerei”, adaptado para o cinema um pouco antes de Aegis. O que se sucede é um amontoado de cenas de acção repetitivas com clara influência hollywoodiana onde dois oficiais desarmados enfrentam heroicamente um grupo inteiro de rebeldes.
Fica impossível não fazer uma comparação com filmes do gênero “Die Hard”, protagonizados por Bruce Willis (Assalto ao arranha-céus, Assalto ao aeroporto, Die-Hard – A Vingança). Preso à completa falta de criatividade, o filme transforma toda e qualquer situação em deja-vus constantes e apela para o exagero no uso da banda sonora na tentativa de criar o mínimo de tensão. Até mesmo o discurso crítico em relação à política militar japonesa se perde num amontoado de clichês, num filme sem ritmo e sem objectividade, com interpretações medianas do elenco, apesar do esforço de actores consagrados, como Hiroyuki Sanada e Masanobu Ando.
O realizador Junji Sakamoto tentou transformar a obra num produto mais reflexivo, mas claramente ficou longe de atingir esse objectivo. A sensação que fica é que faltou coragem no aprofundamento do tema. Tão pouco conseguiu transformá-lo numa simples obra de entretenimento de fim de semana e ousar mais nas cenas de acção e no desenvolvimento dos personagens principais. Os poucos momentos críticos não assumem independência quando visto na sua totalidade. Além disso, em nenhum momento do filme é citado explicitamente de qual país pertencem os terroristas, embora pistas indiquem que eles venham da China, enquanto que no livro, eles são norte-coreanos. Isto, obviamente é deliberado, para não ferir susceptibilidades.
Por outro lado, lamenta-se o facto da falta de pró-atividade militar caracterizada em situações embaraçosas como na cena inicial do filme quando Sengoku se ajoelha diante de um policia para não levar seus comandados à prisão por se meterem numa luta de rua e depois ser duramente criticado por Kisaragi por se humilhar daquela maneira diante de um civil; mais tarde mostra um primeiro-ministro mais preocupado com sua agenda do que com sua reunião de emergência para tratar do caso dos terroristas.
Até mesmo a tentativa de Sengoku em convencer os militares japoneses rebeldes a desistir do plano em nome da pátria soa como algo banal e vazio. O medo de produzir um filme crítico demais para os dois lados da moeda — segmentos nacionalistas de um lado e liberais de outro — fazem do filme uma obra sem personalidade que se perde em clichés do gênero patriótico, e que o faz navegar nos mares sem nenhum destino e com o sério perigo de se afundar e cair no esquecimento.
Classificação: 4/10
Ric Bakemon
sexta-feira, junho 16, 2006
Ziyi Zhang assina contrato com os Weinstein
Sérgio Lopes
quinta-feira, junho 15, 2006
Trailer japonês de One Missed Call 3
Protagonizado por Meisa Kuroki y Maki Horikita e realizado por Manabu Aso, terá estreia prevista, no Japão, no dia 24 de Junho. AQUI fica o trailer japonês disponivel para visualização.
Sérgio Lopes
quarta-feira, junho 14, 2006
Bishoujo Senshi Sailormoon R
Página Oficial - Trailer - Fotos 1 2
Crítica: Este filme é um típico exemplo de um filme produzido sob a sombra de uma série de anime bastante popular, transportando-a para mais um meio comercial, o cinema. Ao adapatar a manga de “Sailormoon” para série anime, provávelmente nem a autora da manga, Naoko Takeuchi, nem os estúdios que a produziram, Toei Animation, previram o boom de sucesso que ela acabou sendo. Talvez por isso o filme para cinema tardou e só foi produzido no seguimento da segunda série de televisão, “Sailormoon R” (mais de 1 ano após o início da exibição).
Para quem vê este filme sem estar a par da série de televisão pode não perceber algumas das subtilezas deste universo. Há realmente uma pequena apresentação, antes do genérico, mas limita-se a mostrar quem elas são e o que fazem de extraordinário. É supreendente como o realizador, Kunihiko Ikuhara, não caiu na tentação de fazer uma re-introdução psicológica das personagens que, à partida, toda a gente conhecia, na introdução do filme. Foi sim introduzindo algumas das suas características-chave ao longo da narrativa, contando, pelo meio, alguns pormenores nunca antes vistos. Portanto, o espectador ignorante do mundo Sailormoon acaba não saindo baralhado, mesmo não possuindo muitos dados acerca da série.
Esta história é 100% original, foi escrita pelo argumentista da Toei e não baseada em acontecimentos ou persongens da manga. Com isso segue uma intriga bastante típica da série de televisão, funcionando como um episódio alongado ou especial, que se poderia integrar algures a meio da série em exibição na TV, como um complemento. A história, seguindo essa fórmula sedimentada, aproveita bem as características da série, dando-lhes a volta e introduzindo dados novos que provávelmente já tinham intrigado os fans (tal como a explicação para as rosas vermelhas de Tuxedo Mask). Graças ao tempo mais alargado disponível, permite-se uma estrutura mais cinematográfica contando duas histórias, em tempos diferentes e em paralelo, unindo-as no fim, na conclusão.
Apesar de ser um shoujo (anime para raparigas) os 60 minutos estão cheios de acção, de batalhas atrás de batalhas, que culminam num emocionante climax do desafio final que se põe às meninas. Mesmo sendo evidente o investimento comercial (vamos fazer mais uns trocos em sala de cinema / Vamos editar mais uns cds com canções novas) o resultado final é surpreendentemente coerente e agradável, com uma qualidade acima da média para um filme anime quase exclusivamente criado para fazer dinheiro.
Devido a tanto sucesso os meios de produção disponibilizados são bons e caros, sendo a pintura dos acetatos, cenários, animação e todo o artwork muito mais cuidados que na variante para TV. São impressionantes os cenários do bairro Azabu-juban, em Tóquio, onde elas vivem, que neste filme se percebe muito melhor como é. Os ataques, para além das sequências utilizadas na série, são nos mostrados com variantes novas e as sequências das transformações foram “polidas”. Houve também um dos primeiros e tímidos investimentos em animação 3D digital na nave espacial extraterrestre.
Mesmo que rudimentar, foi um grande avanço, os japoneses tardaram bastante a integrar o 3D na animação tradicional, só os produtos de garantido sucesso comercial foram alvo desses primeiros investimentos. A banda-sonora também sofreu algumas reorquestrações e teve direito a uma série de temas novos, uma das novas canções é cantada pelas actrizes que dão a voz às personagens (Moon Revenge) e que reforça a batalha final. É um filme de entretenimento, que se vê com boa disposição e que alia, em equilíbrio, cenas de dia-a-dia e comédia com cenas de acção e romance numa conjugação de géneros, muito característica do anime para raparigas, sem tentar se levar demasiado a sério.
Classificação: 7/10
Misato
terça-feira, junho 13, 2006
Kurosawa em anúncio a Whiskey!
Todos sabemos da participação de actores americanos em anúncios japoneses, é algo recorrente e muito bem explanado em Lost In Translation de Sofia Coppola, por exemplo. Pois bem, mas não se trata de um novo fenómeno. Já o pai da menina Coppola, Francis Ford Coppola juntamente com o mestre Akira Kurosawa, nos aos 80 (durante a produção de Kagemusha), participou em anúncios para o Whiskey Suntory, que Kurosawa emborcava há uns bons 10 anos.
Esses anuncios realizados pelo próprio Kurosawa, estão disponiveis no You Tube para termos o prazer de os visualizar. Cliquem na imagem acima para os verem. Só os Japoneses poderiam fazer esta série de anúncios no mínimo...invulgares!
Sérgio Lopes
segunda-feira, junho 12, 2006
Mais filmes asiáticos em exibição na América!
Aproveitando a sua base de dados existente (dos tempos da Miramax) que inclui filmes protagonizados por actores como Jackie Chan, Jet Li, Stephen Chow, Donnie Yen, Michelle Yeoh e Sammo Hung, bem como obras de realizadores conceituados tais como John Woo, Yuen Woo-ping e Corey Yuen Kwai, a companhia Weinstein pretende, deste modo, tornar-se a líder da distribuição de cinema asiático em solo americano. Para isso, conta com a preciosa ajuda de Quentin Tarantino que irá ser um consultor activo da Dragon Dinasty.
O filme mais recente a ser adquirido pela Dragon Dinasty é o novo sucesso de bilheteira coreano The City OF Violence, que narra a história de um polícia que após ausência da sua terra natal por 10 anos, regressa, na tentativa de descobrir quem assassinou o seu melhor amigo. Vamos aguardar para ver como se vai portar nas bilheteiras americanas habituadas aos "3 duques" e ao "Scary Movies"...
Sérgio Lopes
domingo, junho 11, 2006
Trailer de Hatsukoi
O Trailer encontra-se disponivel para visualização clicando AQUI.
Sérgio Lopes
sábado, junho 10, 2006
Inner Senses (Yee do hung gaan)
Hong-Kong, 2002, 94Min.
Página Oficial - Trailer - Fotos
Crítica: Inner Senses é um thriller de contornos sobrenaturais que segue a linhagem de filmes como O Sexto Sentido ou The Eye dos irmãos Pang, Pelo menos é influenciado por ambos ou contém alguns traços de similaridade. Apesar das altas expectativas que tinha para ver este filme, sabendo que como protagonista principal tinha Leslie Cheung (quem não se lembra na incrível performance do actor em Adeus minha concubina?) e que tinha granjeado inúmeros prémios nos Hong-Kong Film Awards, não posso deixar de afirmar que fiquei um pouco desiludido.
Classificação: 5/10
sexta-feira, junho 09, 2006
Novo trailer de The Apartment
Sérgio lopes
quarta-feira, junho 07, 2006
Terror Tailandês - Colic
Sérgio Lopes
terça-feira, junho 06, 2006
Tales Of Ugetsu (Ugetsu Monogatari)
Página Oficial - Trailer - Fotos
Contos da Lua Vaga
Sinopse: Séc.XVI, o Japão encontra-se em Guerra Civil. Dois irmãos subsistem de um próspero fabrico de cerâmica. Levados pelo deslumbramento e ambição desmesurada, os dois resolvem tentar vender as suas peças na cidade mais próxima. A mulher do mais velho, Genjurô, fica para trás, para cuidar do filho, e a mulher do mais novo, Tobei, acompanha-os à cidade. Depois de fazerem algum lucro, Tobei, deslumbrado com a vida de samurai, foge para se juntar às fileiras e Genjurô tem uma entrega de uma encomenda no palácio de uma dama e sua ama. Tobei consegue ficar acidentalmente com os louros de matar um poderoso guerreiro inimigo e é aclamado como herói, Genjurô é enfeitiçado pela dama e ausenta-se mais que o previsto, vivendo uma vida de luxo e frivolidades junto a ela. Quando Tobei comemora o seu feito reencontra a mulher numa casa de prostitutas, forçada a subsistir assim após ter sido violada. Genjurô vai de passagem à cidade e, de caminho, um monge avisa-o do perigo que corre vivendo com um fantasma e consegue quebrar o feitiço, regressando a casa.
Ohama, a mulher de Tobei, apenas não quer que o marido preguiçe e ande deslumbrado com uma vida que não é para ele. Mesmo Wakasa-hime, a dama-fantasma, apenas quer ter uma vida feliz no amor. No entanto é graças às cabeças no ar dos homens que a desgraça cai na família e quase tudo cai por terra. Felizmente que ambos acabam por tomar consciência dos disparates que fizeram redimindo-se, mais ou menos, a tempo.
Este filme acaba por nos mostrar um pouco o papel da mulher japonesa na sociedade, como elemento organizador e gestor da família. Mesmo em condição inferior (os homens fazem orelhas moucas às suas recomendações sensatas) e tendo de se sujeitar às decisões nem sempre reflectidas dos maridos, eles acabam, por fim, por lhes dar ouvidos e razão. Mesmo depois da desonra de Ohama o marido não tem outra opção senão perdoá-la e reintegrá-la na família, pois, no fim das contas, a culpa foi essêncialmente dele que abandonou a mulher e o negócio, deixando-a à mercê de bandidos num país em guerra.
Só por vezes o típico eco do estúdio denuncia o tipo de produção de um filme dos anos 50. A fotografia a preto e branco é deslumbrante, mostrando no pouco, muito (há pouquíssimos planos aproximados) mas com uma beleza de composição de planos, gradação de cinzentos e pretos contrastados muito próxima da arte tradicional japonesa ou então do expressionismo alemão, nos jogos de luz e sombra.
O ritmo é lento mas absorvente nos longos planos cuidadosamente planeados. Todas as personagens são claramente identificadas, de uma forma muito japonesa, através do modo como estão vestidas, como se movem no espaço e o modo como falam. Genjurô e Miyagi são comedidos e directos, o seu traje é quase monocromático ou com padrões pequenos, Tobei e Ohama mais exagerados no seu registo mais próximo da comédia, usam trajes com padrões grandes e contrastantes, Wakasa-hime e a ama têm movimentos pequenos e discretos, falando em tom baixo e usam um guarda-roupa sofisticado de tecidos nobres como a seda e a gaze.
Apesar do uso de alguns códigos do teatro kabuki, a narrativa não se desenrola, de forma alguma, de modo teatral ou aborrecido. A linguagem é acessível e a encenação realista e moderna. Somos, logo de início, absorvidos pelos dilemas daquela pequena família que, apesar da distância geográfica, temporal e cultural, nos são totalmente familiares de tal forma são universais. A personagem de Wakasa-hime é-nos mostrada como uma pessoa de carne-e-osso, plausível, mas perfeita em demasia nos seus bons modos, generosidade e facilidade com que se apaixona e atrai Genjurô (de classe social inferior) para os seus domínios.
Este realismo serve para reforçar o desespero de Genjurô, por ter abandonado tudo o que amava tão levianamente, quando descobrimos que ela é realmente um fantasma. A banda-sonora utiliza uma orquestra clássica, bem típica da época, cortada por instrumentos tradicionais japoneses como as campaínhas e a flauta de bambú. A música aparece quando necessário, pontuando longos momentos de silêncio ou momentos em que uma personagem canta uma canção tradicional, cuja letra reforça a história. Este é um filme cuja alma japonesa transparece, desde a narrativa tradicional fantástica até à fotografia e composição plástica. O conto do homem que é enfeitiçado por uma bela dama que é, na realidade, um fantasma pode parecer um déjà-vu, mas já foi inúmeras vezes adaptado para cinema ou televisão, inclusive em filmes de animação.
Classificação: 9/10
Misato
segunda-feira, junho 05, 2006
Irmãos Pang regressam com 2 filmes
Assim sendo, Danny Pang apresenta um novo thriller intitulado Forest Of Death, protagonizado por Shu Qi (Three Times) e Ekin Cheng (Heroic Duo), com estreia prevista para o inicio do próximo ano.
Mais informações sobre as duas películas serão disponibilizadas em breve no cineasia. Vamos lá ver como se safam os dois irmãos individualmente sabendo que da experiência recente da aventura a solo dos irmãos Pang, não resultou nada de relevante, antes pelo contrário. Basta recordar por exemplo, Abnormal beauty...
Sérgio Lopes
sábado, junho 03, 2006
Marebito
Página Oficial - Trailer - Fotos
Sinopse: Um cameraman obcecado pelo medo (Shinya Tsukamoto) investiga uma lenda urbana que envolve misteriosos espíritos que assombram os longos e sinuosos túneis subterrâneos em Tokyo…
Crítica: O resumo apresentado na sinopse abre um pouco o apetite cinéfilo para visualizar o filme de Takashi Shimizu, Marebito, criador da aclamada obra de terror Ju-Hon. Embora, na minha opinião, Ju.Hon seja um filme sofrível enquadrado no âmbito do género J-Horror, Marebito pauta-se como uma agradável surpresa, um filme de terror psicológico na sua verdadeira essência.
Tendo como protagonista principal o realizador de culto Shinya Tsukamoto (Masuoka), Marebito é uma viagem progressiva ao subconsciente de um homem perturbado e obcecado pela natureza do medo, viagem essa apresentada sempre pelo ponto de vista do protagonista, quer pela sua voz-off, (a voz do pensamento) quer através da sua câmara, instrumento que utiliza para captar a essência do medo, capaz de transmitir uma atmosfera claustrofóbica, principalmente nos túneis subterrâneos.
Após o suicídio de um homem registado pela sua câmara, Masuoko decide deambular pelos túneis subterrâneos de Tokyo, tentando encontrar as respostas ao porquê de o homem ter o medo estampado no olhar, momentos antes do suicídio. Lá encontra um ser feminino, jovem, bonita e completamente nua, que se alimenta de… sangue. Masuoko leva-a de volta ao seu apartamento e cuida dela... E mais não conto, pois estaria a estragar a visualização de Marebito, uma vez que os ambientes Lynchianos e de Cronemberg que existem implicam interpretações diferentes de pessoa para pessoa.
Com uma narrativa bastante segura, Takashi Shimizu constrói um pequeno filme de terror psicológico que se consegue afastar um pouco dos estereótipos do J-Horror, trazendo um pouco de frescura ao género. Filmado em apenas 8 dias (!) e apesar de algumas limitações a nível de efeitos especiais, Marebito pauta-se como um excelente estudo sobre a alienação num meio urbano e uma das melhores propostas do cinema alternativo asiático. Perturbante e bizarro, Marebito vale bem a pena para quem estiver disponível em encontrar a natureza do medo…
Classificação: 7/10
Sérgio Lopes
sexta-feira, junho 02, 2006
Novo Trailer de Aachi & Ssipak
Em produção há bastante tempo, parece que finalmente a sua estreia irá acontecer em meados de Julho. Podem visualizar o novo trailer desta louca película de animação clicando AQUI.
Sérgio Lopes
quinta-feira, junho 01, 2006
Faleceu Shohei Imamura
O cinema asiático em geral e o japonês em particular, fica assim mais pobre, mas as obras de profundidade dramática criadas pelo cineasta ficarão para sempre nas nossas memórias cinéfilas.
Sérgio Lopes